Akira
Não posso negar a profunda inveja que sinto do meu irmão, ele encontrou sua companheira há quase cem anos, eu sendo o irmão mais velho ainda não encontrei aquela que irá me completar, sempre o vejo feliz com o seu bando de filhotes, meus sobrinhos. Eu tenho que me contentar com relações consensuais que não são satisfatórias quando sei que apenas irei me satisfazer com a minha companheira, mas onde está ela?
Eu desisti de procurar por ela há muito tempo, e foi quando desisti que eu aceitei a oferta de ser o Alfa da Floresta n***a, nesse meio tempo meu irmão encontrou sua companheira Caroline, uma linda e inteligente mulher, e desde então não param de fazer filhotes.
A inveja sempre esta presente, porém não demonstro diante dele, tenho que ser centrado, eu sou o Alfa e não posso demonstrar fraqueza diante das pessoas.
Olho para os meus sobrinhos brincando no chão, eu desejo ter os meus filhotes com minha companheira e não poderia ser diferente, a fêmea pode engravidar apenas do seu companheiro assim como o macho apenas consegue engravidar a sua alma gêmea, a sua companheira de alma.
— Alexander, eu preciso ir — levanto e passo a mão na cabeça de cada um dos seus filhos — Até mais crianças.
— Tchau tio Akira — eles dizem juntos fazendo-me sorrir, Alexander leva-me até a porta e o observo, ele está ridículo com um avental de chefe e segurando uma espátula.
— Vamos ao restaurante hoje?
— Por que você quer ir ao restaurante? — dou de ombros, se eu tivesse minha companheira e os meus filhotes eu não iria querer sair de casa para ir beber.
— Eu quero tomar uma cerveja com o meu irmão, não há nada de errado nisso.
Meu irmão olha-me com certo receio, ele tem suas desconfianças, eu estou tenso por estarmos em época de acasalamento, apreensivo com os lobos dessa cidade, no mês passado ouve casos de estupros contra humanos e eu não aceito isso, os lobos que cometeram essa atitude desonrosa contra mulheres já estão a sete palmos debaixo da terra. Apenas não quero que aconteça novamente, estará chamando atenção desnecessária para a minha cidade.
— Eu te espero lá, até mais Alexander — digo e caminho em direção ao meu carro.
— Não vai furar comigo maninho! — ele grita e reviro os olhos.
— Não vou.
[...]
Alissa
Desço em direção ao restaurante completamente nervosa, eu não quero fazer nada errado para que Bob se arrependa de mim, esse é o meu primeiro trabalho e não quero ser despedida na primeira noite.
Respiro profundamente e abro a porta que separa o andar de cima do restaurante, assim que abro vejo vários homens bonitos, eles levantam a cabeça cheirando o ar e olham para mim, agora eu tenho certeza que as pessoas dessa cidade tem o olfato apurado.
Eles olham fixamente para mim fazendo-me ficar mais tímida e nervosa do que já estou, eles lambem os lábios e um deles dá um passo em minha direção, imediatamente fico tensa, todavia a tensão desaparece quando Bob aparece do meu lado.
Ela olha fixamente para eles, parece falar telepaticamente com eles, talvez mandando-os se afastar.
— Venha Alissa, vou te ensinar — ela me ensina como segurar a bandeja com os copos e vejo que é fácil, definitivamente eu posso fazer isso. Passo uma hora andando de um lado para o outro com aqueles homens me olhando, eu já estava ficando incomodada e com medo dos olhares que eles davam em minha direção, entretanto começo a pensar que é coisa da minha mente.
[...]
Akira
Assim que chego ao bar um odor repugnante enche minhas narinas deixando-me enjoado, esse restaurante cheira a excitação dos lobisomens machos, acho melhor Alexander aparecer logo para irmos para outro lugar.
A porta abre e vejo Bob carregando o lixo para fora, ela percebe minha presença e anda até mim.
— Meu alfa — ela abaixa a cabeça em reverência — O senhor vai entrar?
— Não suportaria ficar dentro do seu restaurante com esse odor.
— É a nova menina.
— Nova? — que eu saiba nós não temos turistas aqui há um bom tempo.
— Ela veio para morar aqui, eu fiquei surpreendida, pois é uma humana e virgem, o resultado foi esse odor que o senhor está sentindo.
— Virgem Bob? Como você a deixa trabalhar aqui?
— Senhor, eu não poderia negar esse emprego a ela, Alissa veio atrás de uma vida melhor — então devo dizer que ela escolheu o lugar errado — Eu vou cuidar dela Alfa.
— Vou ficar aqui essa noite para garantir que nenhum macho chegue perto dela — eu tenho medo de que ela seja mais uma humana estuprada, não quero que isso aconteça mais, pelo menos não no meu território.
Entro no restaurante seguido por Bob, dentre o odor um cheiro gostoso toma conta das minhas narinas, uma mistura de camomila e frutas vermelhas, é ela! Finalmente!
Sigo o cheiro e encontro minha fêmea, ela é a criatura mais linda em que coloquei meus olhos até hoje, tem perfeitos cabelos loiros ondulados, seus olhos são escuros como a noite e seu corpo é um pecado.
O meu pecado.
— Minha — rosno baixo para todos os machos do recinto ouvir, minha, apenas minha!
Eles se afastam assustados e lanço um olhar mortal sobre cada um no recinto, eles abaixam a cabeça e se afastam dela, é melhor assim, pois quem encostar na minha fêmea a pena será a morte.
Ela está distraída colocando os copos usados na bandeja, em seguida olha para mim e nosso olhar se conecta, um tremor passa pelo meu corpo e começo a sentir suas emoções, é verdade o que diziam sobre o macho sentir as emoções da sua fêmea.
Ela olha para mim e vejo o seu corpo estremecer, sorrio internamente, agora que eu encontrei minha fêmea ela jamais escapará de mim. Eu irei reclama-la para mim, mordê-la e fazer dela a minha esposa e mãe dos nossos futuros filhotes.