3. Sem casa

833 Words
Era como se fosse um dos piores pesadelos possíveis. Meu pai estava desaparecido e eu detida naquela delegacia até aparecer um advogado. Mas eu não sabia o que fazer, no fim das contas eu só não estava sozinha pois a governanta estava comigo sempre zelando por mim. Tive que entregar meu celular para fazerem um tipo de investigação para verem se tinham pistas sobre o meu pai, porém eu não sabia o que fazer. Por ventura do destino A advogada conseguiu fazer com que eu saísse provando que eu não tinha nada haver com os esquemas criminosos de meu pai. Eu respirava fundo sem saber o que de fato fazer, levada para a cozinha da casa enquanto ainda podia ficar lá, nem tive vontade de fazer minha refeição. Claro que eu me sentia inferiorizada, nunca havia ido a uma delegacia, e agora todos achavam que eu também era uma criminosa, droga! Por que papai fez isso? Por qual razão ele teve que me expor tanto assim a esse ridículo. Agora, não demorou para que mais policiais e algum tipo de agente chegasse. " A senhora não deve ficar aqui. Por favor se retire" Todos os bens de meu pai foram apreendidos, tudo o que havia sido comprado em seu nome também. Eu não tinha mais nada, meu pequeno mundo de conto de fadas na cor rosa foi derrubado a partir dali, então meu único parente próximo que pensei em confiar era meu padrasto. Ao menos até meu pai dar algum sinal de vida. Gael me recebeu bem em sua casa, disse que eu poderia ficar até souberem algo de meu pai. E eu não sabia mais o que fazer. Não tinha dinheiro em conta, não tinha nada. Se meu padrasto não me estendesse os braços por muito tempo, eu ficaria a míngua. Passou. Alguns dias, e eu estava com meu padrasto, ambos estávamos na cozinha conversando sobre a minha irmã e como ela estava se desenvolvendo bem na escola, ela era mesmo um amor. O que me entristecia era mamãe não poder ver a sua evolução. — Eu não quero ser incoveniente mas, a senhorita não tem nenhuma notícia do seu pai? — Ele não me ligou, não me mandou uma mensagem nem torpedo. Muito menos um email. Eu olho todos os dias e não encontro nada. Pelo menos para mim ele não tem dado sinal. Por um instante eu ergui minha cabeça, cruzei os braços e olhei para ele. — O que foi? — Você sabia sobre isso? Essa história de máfia. — A verdade é que eu tinha ouvido boatos, mas nunca pensei que fosse de fato algo verdadeiro. Acredito que nem a sua mãe sabia, Já que ela nunca mencionou nada disso para mim. Eu estava usando um short jeans de cintura alta, ele era um tom azul marinho com botões dourados. E um cropped na cor rosa. Fiquei olhando para mim, meu corpo e pensando o que eu teria que fazer agora. — O que você pretende fazer? — Ele diz olhando ainda para mim. — Sobre? — Como sobre? Estou falando da sua vida. O que vai fazer de agora em diante? Gostando ou não, era bom você arrumar um emprego. Eu comecei a rir e ele manteve a postura, abrindo apenas um sorriso gentil. — Não ria, eu estou falando sério. — E com que você acha que eu devo trabalhar? Eu terminei o ensino médio e vivi apenas sendo bancada pelo meu pai, Eu nunca trabalhei. Eu não sei fazer nada. Eu não falava com orgulho apenas queria que ele sentisse pena de mim. .— E você quer que eu mantenha seu estilo de vida? — Bem que podia você é quase podre de rico. Ele moveu o corpo para trás se escorando na cadeira que estava sentado. — Mas isso não significa que eu deva te sustentar para sempre. Olha você entende de moda, pode trabalhar em uma loja no shopping. E atender peruas ricas e mimadas igual a você. Eu o encarei e me levantei. — Um emprego faz bem ganhar o próprio dinheiro revigora a alma. — Sabe o que iria revigorar minha alma ? Eu inclinei o corpo sobre a mesa e o olhei nos olhos esperando que ele se afundasse no mar verde que era os meus. — O que? — Seu cartão sem limite na minha mão. Ele olhou para mim piscando duas vezes, e observou minha vestimenta. Coçou o nariz com a mão esquerda dando leve puxão e quando ele ia abrir a boca, a sua governanta chegou. — Senhor, podemos falar em particular? Devia ser um desses assuntos idiotas sobre a casa, mas quando ele se virou para mim, sua expressão estava mudada e um pouco triste. Puxou-me pelo antebraço e me guiou até a sala de estar, pegando o controle e ligou a televisão. A notícia era sobre um empresário multimilionário que havia sido encontrado morto. E para a mais trágica notícia, ele era meu pai.
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