cap.2 a dívida cobrada com juros

2345 Words
— Então… é aquela dívida, não é? — perguntou Charlie temerosa. — Sim — Confirmou o senhor Gil de cabeça baixa. — Vocês mais do que ninguém sabem quantos gastavamos aqui, nada é segredo para nós, mas eu fiz algo muito sério, ao fazer essa dívida. — Mas estávamos todas ajudando a pagar, não diminuiu nem um pouco? — Perguntou Carine preocupada. — Na verdade… a gente foi pagando, mas os juros ele vai aumentando a cada dia, o homem a quem pedi emprestado me enganou, então eu busquei com as família que ele emprestou para saber quais eram seus métodos de trabalhar — comentou gil com a mão trêmula, o mesmo já estava tão velho e cansado em seus 55 anos havia envelhecido, mais do que o comum, por causa da dor e da luta que durou anos com a sua mulher, seu cabelo grisalho era longos e amarrado, nem tempo tinha de cortar, as vezes aparava a barba, diferente da filha gil tem a pela branca, charlie havia puxado a sua mãe que era ne’gra. — Pai… quais são os métodos desse homem? — perguntou Charlie já temerosa. — Na verdade não encontrei nenhum vivo, não encontrei ninguém que conseguiu pagar sua dívida, chacha… você tem uma chance de sobreviver, a partir de hoje preciso que você se esconda, eu havia deixado a sua existência em segredo para eles, mas agora eles sabem que tenho você, a única sorte que temos é que você ainda é uma moça pura, tudo que sei desse homem é que é um dos mafiosos perigosos de rowland — Esta falando sobre eu não ter tido nenhum homem em minha vida? e como isso pode me manter viva? — perguntou incrédula. — esse homem não é daqui do brasil, é o pouco que eu sei, supostamente você pode se salvar da morte, porém… — eu já entendi, não diga mais nada, eu tenho que me esconder, não é? Eu vou me esconder, eu vou dar um jeito de pagar essa dívida, quanto você pegou? — Ele tinha me emprestado 100 mil reais — disse Gil. — mas nós nesse período conseguimos mais da metade! — bradou Carine descrente. — meninas, é como eu disse, nós já pagamos mais da metade, mas já atrasamos e agora a dívida já corre para 300 mil — as meninas ficaram quase em pânico quando ele falou. — ah claro! Se você não conseguiu encontrar nenhuma das pessoas vivas, como acha que vamos escapar disso, pai, como? Já é óbvio para mim que ele quer matar, isso é exatamente para que não possamos pagar! — bradou Charlie caindo em pranto junto com as amigas. — não sei o que faremos — murmurou gil, — A morte de sua mãe e agora isso, nunca pensei que nosso fim chegaria assim — lamentou — Que fim? — asseverou Charlie. — nós ainda temos quatro meses, nem que os juros estejam correndo eu vou conseguir pagar isso, eu te juro pai — asseverou ela. — Mas é muito dinheiro — disse Ariane. — mas eu vou tentar, a shine record está com um processo seletivo para novos talentos, eu vou fazer de tudo para entrar lá, eu estava pesquisando e os melhores cartoonista do mês ganham até 100 mil reais em prêmios em concursos dentro da empresa, eles julgam e selecionam os melhores e eles competem, eu vou me esforçar e vou ser contratada, eu prometo pai, que eu vou conseguir, eu não vou parar nas mãos de nenhum mafioso e nem o senhor vai morrer — disse charlie determinada se levantando. — então nenhum de nós vai desistir — disse Ariane e a chacha encarou as duas amigas de forma apreensiva. — Meninas, vocês… na verdade vocês têm que fugir, já fazia tempo que cada uma de nós poderíamos ter seguido nossas vidas separadas, vocês nos ajudaram, mas agora vocês precisam fugir dessa casa para que também não tenham que sofrer as consequências — chacha! Nós estávamos na pior, eu fui jogada na rua pela minha própria mãe, eu ainda me lembro da sensação r**m que foi passar mais de um ano sendo abusada e depois ser jogada na rua como uma vilã, ninguém me queria, mas o senhor gil me ajudou, eu só tenho uma lembrança boa, e foi quando vocês abriram os braços para mim, e eu também vou tentar um estágio como estilista, e todo dinheiro que eu ganhar também vou ajudar, nunca vamos deixar nada acontecer sem antes lutar — disse Carine com convicção. — Carine está certa, porque eu também vou tentar, nós vamos conseguir, eu tenho boas referências, vou buscar todas elas e vou entrar naquela empresa junto com vocês, temos que aproveitar essa rara chance que foi aberta para que possamos ter uma oportunidade na empresa mais bem-sucedida da cidade — disse Ariane com convicção. — mas não se arrisquem, por favor — pediu Charlie — Nós moramos em quartos separados aqui, não vai acontecer nada. — Se vocês querem fazer isso, tudo bem, eu também vou continuar trabalhando, mas… quando vocês virem esses homens se aproximando da casa, quero que vocês três se escondam, sei que eles podem tentar abusar de vocês, e isso é a última coisa que quero que aconteça. Enquanto eles decidiam o que fazer, os capangas de Diggory seguia para o centro onde o don francis estava, o mesmo já esperava a novidade a um tempo. — esse é o homem que deve ao subchefe da máfia norte, a dívida era de cem mil, já fazem quatro meses pagou 70 mil porém os juros já estão acima do teto ele já deve três vezes o valor que pegou emprestado. — explicou o homem enquanto Francis ouvia com atenção. — então diggory continua brincando e passando por minhas ordens — bom… ele não vai se unir a nenhuma desconhecida, além disso recentemente descobrimos que ele tem uma filha, havia escondido isso, mas não conseguiu manter por muito tempo — ok, descubram mais sobre essa menina, porém me digam uma coisa, alguma vez Diggory foi até uma dessas famílias que ele matou? — perguntou curioso. — Desde que o senhor don, investiga sobre suas atividades e selecionado entre essas meninas para que ele se case, ele tem mandado que a gente se livre delas se caso houver alguma filha mulher, para não ser obrigado a se casar — já imaginava, ele sempre arruma um jeito de ir contra a minha ordem sem parecer que fez algo errado, mas quero que traga informações sobre essa menina, será mais uma das pretendentes dele — Mas se ele nos mandar matá-los? Ele deu a eles o prazo de mais quatro meses, mas é impossível para pessoas simples como eles, sendo que daqui a 4 meses isso já vai estar em quase um milhão de reais — comentou o capanga descrente. — Diggory e seus irmãos são realmente os homens mais cruéis quando se trata de se divertir com suas vítimas, ainda assim, seja qual for a ordem dele, acate, afinal vocês são soldados dele, apenas me mantenha informado, não vou me meter na decisões dele, afinal ele está prestes a subir de posição ou… talvez não. — Sim, senhor — concordou o homem. Na casa do senhor gil, as meninas se preparavam, ambas em frente ao computador faziam suas inscrições e mandavam seus trabalhos, as três tinham certeza que conseguiriam, então Carine passou a noite costurando as roupas mais apresentáveis que podia, para as três, com a ajuda das amigas todas dormiram quase pela manhã. — Quantos dias terá que vao demorar para nos chamar? — perguntou Ariane, enquanto seguiam exausta para a cozinha. — em torno de uma semana, não mais, se eles não chamarem significa que fomos desqualificadas — explicou Carine. — Vira essa boca pra lá, vamos passar — comentou Charlie fazendo cruz credo. — Não disse que não vamos conseguir, afinal vamos conseguir, suas histórias já chegaram a alcançar mais de 1m de pessoas se eles não te contratarem então eles estão cegos — além de você não é, todas nós — comentou Charlie feliz. — Somos todas talentosas e fortes, eu sou grata por ter vocês três como amigas, que nada no mundo atrapalhe nossa amizade. — confessou se reunindo em um abraço em grupo. — mas onde está o senhor Gil? — perguntou Ariane. — Ele está saindo cedo para trabalhar, mas já sabemos que trabalha em um supermercado e como zelador a noite não faz ele ganhar muito — disse Carine. — mas pelo menos estamos todos tentando, meu pai realmente se esforçar bastante para fazer sua parte, ele cuidou de minha mãe até seu último suspiro, não merece… — Charlie tentou falar, mas as lágrimas inundaram seus olhos novamente, a morte de gisele ainda estava machucando de forma brusca, mas ainda não tinha nem três dias que foi seu enterro. Após três dias as meninas receberam um e-mail, confirmando a participação do processo, e houve comemoração dos quatro, já era meio caminho andado, então a chacha pegou uma folga na lanchonete, como era raro ela pedir folga, rapidamente foi liberada para participar do processo seletivo. — boa sorte, chacha, estou torcendo por você e não se preocupe, você é muito boa no que faz — comentou seu amigo Daniel, cujo qual trabalha com ela na cafeteria shine que pertence a shine record. — Estou tão animada, amanhã eu vou ter a minha chance de ouro, você sabe que preciso muito do dinheiro, então vou me esforçar para ser aprovada — disse Charlie animada. — você vai conseguir o único problema é que não vou mais te ver aqui… — suspirou com a cara exageradamente triste, Daniel é um grande amigo de chacha, rapaz alto magro, cabelos castanhos com luzes douradas, tinha preferência s****l pelo mesmo sexo, então nunca teve interesse em chacha, nem mesmo ela por ele, apesar de também ser bonito. Hoje era o dia comum de trabalho para as três garotas, o uniforme de chacha era bastante discreto, avental cor branco e amarelo e touca amarela, sapato fechado de tecido. — Será que ninguém atende nesse local? — perguntou rispidamente um homem elegante de presença forte sentado em uma das cadeiras no canto da parede mantendo a atenção sobre a fachada da rua, a frente da cafeteria era toda feita de vidro, havia uma grande praça depois de atravessar a pista, ele mantinha seu olhar observador nas pessoas que passavam ali. — Onde está macia? — perguntou Charlie, já que ficava na recepção, apenas pegando os pedidos. — não sei. Ela saiu e não avisou — avisou Daniel que só preparava os pedidos. — Ela não estava muito bem, dor de barriga, eu acredito. — ok, eu vou anotar o pedido daquele cliente, já volto! — avisou pegando o menu e uma caneta, o estabelecimento estava um pouco vazio, chacha ensaiou um sorriso, respirou fundo e seguiu até aquele homem de costas e parou em sua frente. — Bom dia, senhor, posso anotar seu pedido? — perguntou timidamente ao observar o homem de óculos escuro, ele cruzou os braços encarando ela através dos óculos e parecia não muito feliz, porém chacha só conseguia perceber que parecia ser alguém importante, seu blazer dobrado sobre a cadeira, vestia camisa social um pouco colada ao corpo definido, sua expressão dura lhe assustou um pouco, sua pele não era tão clara, mas não era moreno, cabelo liso e um pouco pontudos parecia ter sido arrumado às pressas, ainda assim lhe deu um ar sensual. — já devia esta com meu café aqui nessa mesa, que incompetência — asseverou de mau humor — sim, o senhor tem razão, então… o que vai pedir — um machiatto — disse indiferente sem a encarar. — sim, senhor — disse se retirando ainda sem desmanchar o sorriso mesmo que parecesse desconfortável, mas rapidamente daniel preparou e a entregou o pedido — O que é isso? — perguntou quando ela colocou seu pedido na mesa — seu macchiato, senhor — Não quero mais esse pedido, traga outro, não pedi chocolate nisso! — disse fazendo cara de nojo. — mas esse é o tradicional, não tem chocolate… — esta me questionando? Tome essa merda então! — ordenou, então Charlie pegou o copo e provou o café macchiato, ele a encarou surpreso, em seguida surgiu um sorriso gentil dela com um bigode discreto de leite. — Não está com chocolate, então… qual o seu pedido? — perguntou novamente com a caneta na mão, Diggory quase riu daquela cena inusitada, mas soube conter e manter o humor r**m. — já disse, se não for competente o suficiente pra trazer uma coisa mais digna para mim, eu posso tratar de encurtar seu trabalho aqui nesse local — asseverou batendo na mesa. — ok, vou trazer algo que lhe sirva. — disse ainda mantendo um sorriso gentil. — dan, faça um macchiato amargo, e coloque canela e cravo em pó — pediu de forma fria e então daniel estranhou, mas obedeceu. — para homens amargos como esse não tem doce que resolva, então vou amarga-lo mais —chacha… — fez seu amigo temerosa, então colocou a bebida na bandeja, então ela preparou um pratinho, cortou morangos em banda e desenhou com chantilly, colocou um bombom junto enfeitando a bandeja com uma flor de prato comestível e seguiu até a mesa do homem. — brinde da casa, senhor — fez fingindo um sorriso, em seguida voltando ao seu posto no caixa. — Voltei, — fez macia suando. — macia, se não está bem, vá para casa se tratar, amanhã eu não venho então você precisa esta bem para ajudar dan — ordenou de forma fria, mantendo os olhos no homem que ainda olhava a arrumação da sua bandeja, não disse nada, só consumiu e seguiu embora após pagar indo por conta própria até o caixa, e vendo que na verdade ela nem era a moça que deveria o atender, porém apenas a fitou discretamente enquanto ela evitava contato visual e seguiu seu caminho.
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