Isabella narrando.
Eu fiquei observando o meu marido sair da piscina e ir a o encontro de outra mulher que não era eu. Qualquer pessoa no meu lugar já teria surtado, mas, infelizmente a minha realidade é completamente diferente e eu sou a porcaria da esposa de um mafioso, um grosseiro e e******o, que fique bem claro.
A primeira parte do meu plano estava completamente estragada, então o que me restava era subir para o meu quarto e tomar um longo banho para relaxar e me preparar para o jantar, já que o Martin com toda certeza não vai estar aqui, vou estar sozinha.
Eu me sequei um pouco, a toalha estava bastante molhada, então resolvi entrar em casa com o biquíni, melhor que ir pelada e passar vergonha na frente de todos.
Assim que eu entrei pela grande porta de vidro, os olhares vieram diretamente para mim, Clara e Martin estavam bastante próximos, mas ao me ver, ele se afastou um pouco e abaixou a cabeça, fazendo a Clara reagir diferente do que ela era acostumada.
- Vocês dois? Juntos? - Ela cruzou os braços e me olhou dos pés à cabeça. - Na piscina?
- Qual o problema, prima? - Eu questionei parando diante deles. - Somos casados, não é mesmo?!
- Você terá muito o que explicar, Martin. - Ela começou a bater o pé, fazendo o salto do louboutin dela ecoar pela sala.
Ele ignorou completamente o que ela estava falando e levantou a cabeça, ele me olhou com o olhar ainda mais sério e falou:
- Te espero para o jantar. - Martin deu um meio sorriso e em seguida puxou a Clara pelo braço, entrando diretamente no escritório dele.
Merda!
Um jantar nosso... um jantar com a presença da Clara, não é possível que diante de tanta humilhação eu ainda tenha que aguentar isso.
Eu subi as escadas batendo os pés, parecia uma criança birrenta e talvez eu fosse... Eu tive que amadurecer muito com este casamento, pulei muitas fases da minha vida e aguentei uma barra enorme quando fui entrege ainda menor de idade nos braços deste homem.
- Que braços? - Eu resmunguei enquanto trancava a porta do quarto. - Ele nem sequer me tocou...
Eu devo ser uma pessoa muito infeliz, mesmo, aguentar tanta coisa e não ter o direito de opinar... isso é um saco.
Eu entrei no banheiro e retirei o meu biquíni, deixando ele ao lado do box, enchi a banheira e entrei na mesma, hoje eu necessitava ainda mais de um bom e relaxante banho.
Me lembrar do passado me deixa triste, me faz lembrar de coisas que eu queria esquecer e gostaria de me livrar dos traumas que adquiri ao longo dos anos...
O que eu estou fazendo... não é possível que eu esteja realmente lutando para me manter viva, não faz sentido eu seduzir o meu marido, a razão para que eu esteja sofrendo tanto... o que tem na minha cabeça, fala sério...
Eu terminei o meu banho e decidi me vestir tão bem quanto a Clara, se tinha uma pessoa que iria perder a linha hoje, era o Martin e não eu.
Eu fiz toda a minha rotina de cuidados, vesti um vestido de seda preto, curto e com um decote generoso, ajeitei o meu cabelo rápido passei um pouco de maquiagem, nada muito exagerado, ainda tinha que aprender um pouco sobre isso, calcei uma sandália de salto fino e passei o perfume mais gostoso que eu já havia sentido na vida.
Segundos depois alguém bateu na porta do quarto e eu fui correndo para abrir a porta, era o mordomo, mais uma vez...
- Sim, Peter? - Eu sorri ao abrir a porta.
- O senhor Martin pediu para chama-la. - Ele falou olhando para baixo. - Ele e a senhorita Clara já estão a mesa te esperando.
- Claro, vamos... - Eu abri mais a porta para que eu pudesse passar, segurei no braço do Peter e fomos até lá embaixo conversando.
Ele me deixou na entrada da sala de jantar e voltou para a cozinha, o Martin pareceu não gostar, mas também não falou nada, então eu me sentei no lugar de sempre, ao lado dele e de frente para a Clara, que estava alisando a sua mão esquerda, eu olhei e percebi que ele estava sem aliança.
Eu engoli seco, sabia exatamente o porque ele não estava usando, mas não fazia a menor diferença para mim.
Os empregados serviram o jantar enquanto nós três nos mantivemos em silêncio.
- Então amorzinho... - Clara falou com o Martin, mas olhando para mim. - Para onde vamos viajar, mesmo?
- Vamos à Madrid. - Ele respondeu olhando fixamente para a sua taça.
- m*l posso esperar para essa viagem. - Ela sorriu empolgada. - Pena que você não vai, priminha, eu iria adorar dividir um quarto com você.
- Não me importo... - Eu sorri e dei um gole no champanhe.
- Está sujo aqui... - Clara limpou o canto da boca do Martin com o dedo e em seguida ela lambeu. - Delícia...
Eu apenas revirei os olhos. Não estava aguentando ela se jogando em cima dele o tempo todo, mas eu não ia deixar que ela conseguisse...
- Então querido, como foi na empresa hoje? - Eu perguntei mudando de assunto.
- Normal! -Ele respondeu sério.
- Aposto que foi bastante cansativo, não é mesmo? - Clara sorriu, e em seguida deslizou a sua mão pelo seu braço. - Ainda mais depois do nosso encontro...
- Já chega... - Eu falei com raiva e joguei o guardanapo que estava no meu colo em cima da mesa.
- Sente-se Isabella. - Martin ordenou.
- Isso, senta, ainda não cheguei na parte que estamos planejando um baby Espanhol... - Clara piscou e em seguida se levantou, colocando a mão sobre o ombro do Martin. - Não é mesmo, meu amor?!
- Vão à merda! - Eu virei as costas e fui em direção a sala.
Eu estava irritada demais para continuar na minha casa, eu precisava me distrair, mas para onde ir?
Eu entrei dentro do carro, no banco do passageiro e pedi que o motorista dirigisse para qualquer lugar que fosse longe da nossa casa.
Ele fez o que eu pedi e pegou a avenida, ele estava dirigindo sem rumo e a todo instante o segurança que estava ao seu lado fazia algo no celular, talvez estivesse enviando a localização para o Martin.
Eu pedi que ele me levasse até a boate em que o Dan me levou, eu sabia que a chance de encontrar com ele lá era enorme, então era para onde eu precisava estar naquele momento, ele seguraria a minha onda e não deixaria eu fazer nenhuma loucura.
Assim que chegamos, eu desci do carro e entrei no local sem dizer uma palavra. Os meus olhos percorriam desesperadamente por todos os cantos da boate até irem ao encontro com os dele.
Dan fez uma cara de desentendido e em seguida veio até mim, ele me cumprimentou e me levou até o bar, onde eu comecei a beber uma taça de champanhe atrás da outra.
- Ei... vai com calma Bella... - Ele falou encostando no meu braço.
- Aquela vagabunda... - Eu falava e bebia mais um gole.
- Não vai adiantar encher a cara, você vai conseguir a bela dor de cabeça e ela um filho dele... o filho que seria seu... - Ele falou enquanto também dava um gole no champanhe.
- Eu vou fazer ele se arrepender... ah se vou... - Eu bati no balcão e automaticamente meus olhos foram parar na entrada da boate.
Eu me surpreendi ao ver o Martin entrando lá, a cara dele era tão séria quanto antes, mas dessa vez eu senti um arrepio enorme, com certeza ele iria me bater até o dia amanhecer.
Dane-se...
Eu me afastei do Dan e subi no palco onde as mulheres dançavam e se exibiam... já que ele gostava de uma mulher vulgar, agora ele iria ter uma de verdade.