Capítulo 7

1232 Words
Depois de comer com a Marie, tentei ajudá-la recolhendo as coisas da mesa, mas ela recusou me pedindo para descansar, mas confesso que não queria passar o dia inteiro dentro daquele quarto como sempre faço, então, perguntei a ela se eu poderia ir à sala de cinema ver algo. Marie disse que não tinha problema e que eu poderia aproveitar já que Kevin já foi embora, e assim, ela me diz que comprou alguns docinhos na noite anterior, e que são todos para mim, mas irá deixar em um local especifico. Deixei um beijo em sua bochecha e ela me diz onde fica a sala, mas antes de ir, aviso que vou pegar um vento no jardim. Precisava de um pouco de ar puro, sentir o vento e o sol da manhã, e como ainda era cedo, o clima estava bem fresco e leve. Caminhei para o jardim apreciando as flores, eram várias diferentes e senti o aroma de cada uma delas suspirando de prazer* em poder apreciá-las, segui a trilha de pedras para não pisar na grama, e bem no meio, avistei uma árvore bem grande com um banco de madeira. O jardim é realmente bem grande e fico imaginando o tamanho do restante da propriedade. Me acomodei no banco completamente encantada com a imensa arvore, o vento parecia mais forte daqui e um sorriso brotou em meus lábios, parece simples eu sei, mas nesse momento, é um avanço eu estar aqui e fecho os olhos somente sentindo essa sensação de paz temporária. Quando eu estava morando com a Kátia, não podia sair também, passava o dia fazendo as obrigações domésticas, e o mais próximo que eu tinha de poder apreciar algo parecido, era de manhã cedo antes de ela acordar, e isso, nos fundos da casa dela onde também era bem cercada por muros. Não sei como é ir as ruas, andar por ai, ver pessoas ou poder ir a uma sorveteria, comprar algo que eu goste, ir a praia, e são tantas coisas que quero fazer que espero de verdade ter essa oportunidade. Me encosto no banco olhando para o céu, vejo pássaros e pombas voando, e nesse momento, me sinto ser observada e olho para os lados levando um susto. -Desculpe, não queria assustá-la. – O mesmo homem diz me vendo inquieta. – É só fingir que não estou aqui. -Bom..., é..., fica um pouco difícil..., vai ficar aí me olhando? – Pergunto me levantando do banco onde o olho. O homem está com os seus cabelos presos como da última vez que o vi, ele usa óculos escuros, roupa preta parecendo um terno, mas mesmo assim o seu físico forte é visível. -É o meu trabalho, sou pago para lhe vigiar. – Ele responde totalmente neutro e me lembro do que a Marie me disse. “... Poderá explorar o local, mas lembre-se, sempre será vigiada, e por uma pessoa específica que ainda não sei..., ele quer garantir que você não tente fugir, então, tome cuidado, pois não sei o que ele poderia fazer com você...!” Marie estava certa, pois naquele mesmo dia foi quando o vi pela primeira vez, sempre me olhando sem desviar um segundo sequer. -Como..., como se chama? – Pergunto o vendo suspirar e me sinto nervosa, será que o irritei? -Adam, pode me chamar de Adam! – Ele responde ainda parado do mesmo jeito. -Bom, poderia me deixar um pouco sozinha, Adam? – Peço e na mesma hora ele responde sem ao menos pensar. -Não posso, como disse antes, é só fingir que não estou aqui. – Mordo os meus lábios sentindo um nó na garganta. Já não basta os outros homens me vigiarem, nunca nem fui de tentar fugir por saber que não tem saída e mesmo assim não posso ficar um minuto sozinha no jardim. Me sento novamente no banco, mas por saber que ele está ali me sinto intimidada e não é a mesma coisa de antes, então, decido sair do jardim. Me levanto do banco no intuito de entrar na casa e ir assistir a algo, mas para o meu azar, tropeço em algo duro junto com o vestido longo e caio no chão na mesma hora. Adam que não estava longe logo se aproxima e me pega em seus braços me colocando de volta no banco onde ele fica agachado em minha frente, ele olha os meus braços e acha um arranhão em meu cotovelo que sangra bem pouco. -Está ferida em outro local? – Ele me pergunta de forma calma e se antes me sentia nervosa com ele, me sinto muito mais agora com ele bem perto. -Eu, eu não..., eu não sei. – Respondo de cabeça baixa e vejo que machuquei o corte da noite passada. -Quer ajuda para entrar? – O olho incrédula por ouvir isso e ele continua. – Como falei antes, não vou machucá-la. -Por que fala comigo? Os outros homens não falam comigo..., nenhuma vez. – Pergunto quase sussurrando e ele respira fundo. -Não me falaram que não podia falar com você e só quero me certificar de que não está machucada. – Ele diz retirando o seu óculos escuro. Pela primeira vez eu o olho nos olhos e fico quase hipnotizada, os seus olhos são castanhos claros que ao ar livre se tornam brilhantes na cor de mel, mas logo ficam escuros com as pupilas dilatadas. Não sei explicar, mas, tem algo diferente nele, no seu olhar principalmente me fazendo se perder me dando a sensação de que não existe mais nada ao redor. Os seus olhos são lindos! -Então..., está machucada? Sente dor? – Essa pergunta parece tão irônica. Será que ele sabe como vivo aqui? -Não..., estou bem, obrigada! – Ele acena em concordância e coloca o óculos novamente. Adam se levanta e se afasta um pouco, respiro fundo tentando entender o que acabou de acontecer e sinto o meu rosto queimar, é uma sensação estranha e desconhecida e só penso em sair daqui. Me levanto do banco e em passos largos vou em direção a casa, sinto um nó na garganta sem conseguir entender o motivo real de tanto descontrole meu. -Tudo bem? – Marie pergunta quando entro na cozinha. -Sim, é..., eu acabei caindo no jardim, mas estou bem. – Explico mostrando o meu cotovelo e o corte no pé. -Vem, tenho curativos aqui. – Aceno em concordância, mas antes me sirvo da água. Marie limpa o local, passa um remédio e coloca um curativo, depois, ela me entrega uma fatia de bolo de chocolate e sorrio parecendo uma criança. Amo chocolate de forma inexplicável. Marie volta aos seus afazeres e fico ali perdida me meus pensamentos processando o que o houve na noite passada e hoje. É tudo tão estranho e novo, ele m*l* chegou e já tive mais contato com ele do que com qualquer outro segurança dessa casa, ele aparenta ser bem fechado e m*l* humorado como os outros, mas a forma como ele me olha e fala comigo é totalmente diferente de tudo. Será que enlouqueci? Será que ele vai relatar a nossa “conversa” ao Kevin? Nessa hora sinto um frio enorme na barriga, um medo me consome só por imaginar o que ele poderia fazer comigo, e o meu bom ânimo causado pelo bolo, se desfaz na mesma hora. Só espero que nada de r**m* aconteça. Por favor!
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