Laura Às vezes a gente olha para grama do vizinho e acha que a dele é mais verde, era assim que eu pensava, que meu sofrimento era maior do que qualquer pessoa e tudo porque eu perdi o meu Júlio para o mundo do crime ninguém tem o direito de julgar ninguém, isso todo mundo cabe, cada um tem noção de onde o calo aperta mais, só que na hora de fazer o julgamento, aparece gente do além, digo isso porque na hora de fala que meu filho tinha escolha, que ele podia tá vivo até hoje se não tivesse entrado na bandidagem, vem gente do além, mas para me perguntar como eu estou, se preciso de alguma coisa, ninguém vem, aliás, ninguém não, isso é injustiça, vem sim, exatamente os meninos que o pessoal teima em dizer que é o demônio em pessoa Meu Júlio tinha só dezoito anos, estava na flor da idade,