[04]

1140 Words
A simplicidade Leonardo Podemos dizer que o Samuel escorregou f**o na bola. Ou é pisou? Nem sei. Só sei que ele vacilou em não dar tanta atenção à Jess. — Vamos preparar o colchão — Caio se anima. — Agora temos quarto de hóspedes — Frav sugere. — Pra quê? Temos o colchão e um chão na sala. Tudo perfeito! — Sempre dormimos no colchão. É a melhor coisa que fazemos juntos, depois de jogar boliche — Pri fala. — Tenho que concordar — a ruivinha concorda, se aconchegando em meus braços que a envolve. — Eu vou pegar o colchão — falo e levanto do sofá. Os meninos me seguem e arrumamos tudo na sala. Todos vestiram seus pijamas que tinham trago de casa. Nos ajeitamos em casais e ficamos vendo um filme de terror. A ruivinha odeia terror. E eu me aproveito disso. Toda hora ela me abraça forte quando se assusta. — Medo, ruivinha? — falo perto do seu ouvido. Ela me olha assustada e eu rio nasal — Eu te protejo — ela sorrir — Medrosa — me olha séria e ameaça me bater — Retiro o que disse — sorrio — Só uma parte — dou um beijo em sua cabeça e acaricio seus fios. Ficamos quase a noite inteira naquele filme. Samuel e Priscila já dormiam. Jess e Caio estavam vidrados no filme e riam quando o cara matava alguém. Eu tenho medo desses dois. A ruivinha só se aconchegava mais em meu colo que me fazia sentir sua b***a naquele short roçando em mim. Eu tinha que me conter, só fiquei alisando seus cabelos e ela dormindo mais profundo ainda. Eu já estava quase indo embora, só quero pregar os meus olhos o quanto antes e ignorar os sociopatas rindo. Acordo no dia seguinte sozinho e vejo todos um por cima do outro. É isso que eu mais amo em nossos amigos : A simplicidade! Eles não ligam se temos dinheiro ou não. Não tem dinheiro pra restaurante? Vamos sentar na varanda e bater um papo tomando umas cervejas baratas até o fígado pedir arrego. Eu não os troco por nada. Nossa amizade já é de desde a adolescência Caminho até a cozinha e preparo um café caprichado. O Caio vai acordar varado de fome, isso é certo. — Dormiu muito tarde? — Samuel aparece na cozinha. — Como se tivesse como dormir mais cedo — resmungo — Sua namorada e o Caio ficarando rindo a noite toda. Tenho medo deles — ele rir e assente. — Acho que vacilei f**o — concordo com ele — Não posso tentar justificar a minha ausência como marido pra ela. Mas esse processo está encucando a minha cabeça. Eu tenho que assumir tudo naquela empresa. — Tenta se redimir com ela. — O que você faz quando vacila com a ruivinha? — Chora filhão. Ruivinha é muito difícil de se resolver — balanço a cabeça — Deve ser mais fácil com a loira do que com a ruiva. — A Jess é meio... — Avoada? — completo. — Exatamente — rimos — Mas, ela é firmeza. Nunca me decepciona. É uma mulher maravilhosa. Agradeço a Deus todos os dias por eu ter casado com a Jéssica — fala com um sorriso bobo. — Logo ela te perdoa. Jess nunca guarda mágoa de ninguém. — Deus lhe ouça, Leo. Deus lhe ouça. Ficamos conversando por um tempo até Caio aparecer. — Estou na larica. Passa o pão, master chef — senta na banqueta e me encara — Bora chef boi — bate na bancada. — Sua mulher é aquela dormindo — aponto pra sala e em direção para a Priscila. — A ruivinha? Eu sei, né — ele brinca e dou um t**a em sua cabeça — Não mexo mais com a sua ruiva — resmunga — Chatão. — Bom mesmo — passo o pacote de pão e o pote de geléia pro mesmo que devora quase tudo em poucos minutos — Já sabemos a situação do relacionamento de cada um, menos do Caio — olhamos para ele que está concentrado em comer inúmeras fatias de pão com geléia de uva. Pra onde vai tanta comida? — Como vai as coisas com a Pri? — Samuel pergunta e encaramos ele que continuou a comer. — Caio? — chamo sua atenção. — O que foi? — ele nos olha — Desculpa. Estavam perguntando pra mim? — Ao próprio. — Entendi — ele volta a comer o pão, sem nos dar uma resposta. — Caio — ele nos olha — Como vocês dois estão? — Eu tenho que responder, é? — aponta para si como se fosse uma novidade. — Isso é mais que óbvio, Caio — reviro os olhos e cruzo os braços. — Não sabia que era pra responder. Pensei que era uma pergunta catórica. — Não é retórica? — Samuel o corrige. — Você é bem burrinho, Samuel — Caio fala, e eu ri — Deveria voltar para a escola. Melhor escolha que tu faz, parceiro. — Fala logo, Caio — Samuel fala já sem muita paciência. — Estamos indo muito bem. Ela suspeita que está grávida — fala na maior naturalidade. — Como assim? Fizeram os testes? — pergunto. — Ela falou que fez xixi em um palitinho — continua comendo. É sério que ele está tão calmo para essa possibilidade? — E como você está respeito a isso? — Samuel pergunta. — Eu não sei — dá de ombros — c*****o, eu não sei — ele arregala os olhos. Parece que finalmente ele acordou para a realidade de que talvez tenha um filho. — Você vai ser pai. Acorda! — falo. — p**a m***a! Eu vou ser pai — ele levanta da cadeira — Como eu vou criar essa criança? Eu trabalho em peças de teatro infantil — ele anda de um lado pro outro — Consigo muito m*l me sustentar. — E nem se casaram — Samuel completa. — Nem vem com esse papo — ele aponta seu dedo pra Samuel, e logo vem em minha direção. — Lá vem — reviro os olhos. — Me dá um emprego na sua lanchonete, Leo. Somos amigos — ele abre os braços e sorrir. — E você botar fogo? Nem pensar. Quem mandou não encapar esse treco — balanço a cabeça — E não é uma lanchonete. — As ondas da praia não estavam reclamando — ele resmunga e o olho incrédulo — Até parece que nunca fez. Olho pro Samuel que também me olha e negamos com a cabeça. — Vocês não sabem nada sobre se aventurar. — Quando vai pedir ela em namoro? — pergunto. — Acho que nem tão cedo. Talvez, nunca — ele fala. — Nunca? — escutamos aquela voz de desapontada e viramos a olhando. Fodeu. A casa caiu. [...]
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD