No final do expediente sigo o carro dele até sua nova casa, um belo condomínio em uma área muito arborizada, estamos em frente a uma belíssima casa moderna estacionamos, pego minha bolsa , ele abre a porta para mim.
-chegamos.
-então vamos ver sua nova casa, apesar de eu não lembrar a antiga na Alemanha. ..
Ele me da a mão, eu aceito, tem um lindo jardim na entrada com caminho com enormes pedras, a frente da casa é toda de vidro mais não vemos ela de fora , acredito que o vidro tem película de proteção, ele solta minha mão e abre a porta e fico encantada com a entrada, piso de madeira escuro um lindo aparador também em madeira mais em tom mais claro, ele fecha a porta e coloca suas coisas sobre o parador.
-comprei já mobiliada, mas quero mudar algumas coisas.
Entramos diretamente na ampla sala, que parecia ocupar o espaço inteiro do meu apartamento. Ele gentilmente avisou que iria buscar algo para bebermos , enquanto eu observava os detalhes ao redor: um imenso sofá branco contrastando com um tapete bege que destoava do restante da decoração. Meus olhos se fixaram em uma imponente lareira com porta-retratos, nos quais percebi fotos nossas. Surpreendida, me aproximei para examiná-las com cuidado. Havia várias imagens de nós dois juntos, algumas com um terceiro indivíduo, talvez tiradas em Manhattan e até mesmo na Alemanha. Reconheci duas fotos que haviam sido tiradas no meu próprio apartamento. Ele retornou com as bebidas,me entregando uma taça de vinho enquanto me envolvia em um abraço caloroso, e eu permaneci ali, apreciando sua presença e o aroma familiar.
-reconhece os lugares?
Eu aponto para as que acho que são na Alemanha.
-são na Alemanha?
-sim, você e Flavia ficaram comigo por alguns dias, foi um feriado longo, foi a melhor surpresa que já tive!
Me virei para ele e vejo seus enormes olhos verdes me encarar.
-você não sabia que eu iria?
-não, como disse foi uma ótima surpresa!
Com carinho, acaricio seu rosto e observo enquanto ele fecha os olhos e inspira profundamente. Abraço, recostando minha cabeça em seu peito, onde consigo sentir o ritmo acelerado de seu coração.
-eu não lembro de nós, queria muito trazer as memórias de volta, mas eu quero tentar...
Ele se afasta de mim e estica a mão. ..
-Fabiola, sou Aron Klein CEO da empresa Meraki, e investidor em outras.
Eu sorrio para ele e me apresentou também. ..
Estamos jantando comida japonesa, sentados no chão da sala dele no tal tapete que não combina com a casa, me sinto leve...Muito leve...
- Está feliz? Está sorrindo...
- Acho engraçado não me lembrar de você, mas me sinto ótima e feliz ao seu lado. Em algum lugar dentro de mim, sei que você está presente. Isso é certo!
Ele sorri e se aproxima me fazendo tremer...
-não irei fazer nada que não queira...
Claro que quero ele, enquanto sua mão desliza pelo meu pescoço, seu perfume me envolvendo. Seus lábios encontram os meus e uma corrente elétrica percorre meu corpo, um calor reconfortante irradiando de seu beijo. Instintivamente, puxo para mais perto, e juntos nos deixamos cair no chão. Ele interrompe o beijo, seus olhos encontrando os meus com surpresa.
-você está bem?
-nunca me senti tão bem...
Aron Klein
Ficamos um bom tempo juntos, mas não passou dos beijos, estou dirigindo o carro dela, indo para casa dos pais dela buscar Flavia, ela está distante neste momento.
-está tudo bem Fabiola?
-sim, estou pensando nos planos que não lembro, eu não sei se fiz planos para a Flavinha, estou deixando a maré me levar, eu não gosto dessa sensação de não saber para onde ir...
-que tal fazer planos novos?
-aí que está a questão, não tem nada aqui dentro...
Eu olho para ela e sorriu...
-nosso plano era morarmos juntos, me precipitei comprando a casa sem que você olhasse , mas eu tinha que ter um local para ficar, e não queria te pressionar , ainda não quero, mas a casa é nossa, minha sua e da Flavia, inclusive a decoração será por conta das duas!
-bom ouvir isso, primeira coisa:-jogar aquele tapete fora, URGENTEMENTE!
Fabiola
Ele gargalhou quando mencionei o tapete, e eu ri junto com ele.
Diante da casa dos meus pais, saímos do carro e caminhamos de mãos dadas até a porta. Minha mãe abre a porta , seu olhar cai diretamente sobre nossas mãos entrelaçadas, ela sorri amplamente.
-Aron, que alegria te rever...
Minha mãe abraça ele, eu entro na casa a procura da Flavinha, minha mãe entra logo atrás com Aron.
-eles estão no escritório.
Minha mãe diz.
Dirigi-me ao escritório e me emocionei ao ver meu pai dando atenção a Flávinha. Eles estavam montando uma enorme maquete juntos. Embora não tenha sido assim comigo, fico feliz em vê-lo interagindo com ela.
-dinda! Vem ver!
Me aproximo e abraço meu pai, que surpreso retribuiu.
-está ficando perfeito! Esta gostando de ajudar o vovô?
-muito!
-tio Aron está na sala com a vovó.
Ela beijou meu pai e saiu correndo...
-Obrigada por cuidarem dela pai ...
-você nos ensinou muito depois que assumiu a guarda da Flavia, eu sei que não lembra, mas preciso me desculpar, no início ter te julgado!
-julgado?
-sim, não concordei com o fato de aceitar esse compromisso, mas sua mãe abraçou essa criança como se realmente fosse neta dela, depois da sua cirurgia , enxerguei as coisas melhor. ..Ela é sua filha , nossa neta!
Eu não sei como exatamente ocorreram essas mudanças, não lembro, mas me sinto grata, por mim e por Flávinha, ela merece se sentir amada...
Aron Klein
Estamos progredindo com cautela. Fabíola está frequentando terapia, e percebo que está mais tranquila em relação à sua amnésia. Ela tem ajudado na decoração da nossa casa, e combinamos de ir para a Alemanha neste final de semana para o aniversário da minha mãe. Certamente haverá festa, e iremos os três juntos. Embora Judith tenha se oferecido para cuidar da Flávia, queremos que ela participe das nossas rotinas. É importante para mim que minha família entenda que ela faz parte das nossas vidas, independentemente de gostarem ou não.
Fábiola
Já comecei organizar nossa mala, iremos amanhã e retornaremos na terça, hoje sairei com a minha mãe para comprar o meu vestido e da Flávinha, como irei viajar , antecipei a consulta com Dr. Ronaldo, deixei Flávinha na escola e vim direto para cá.
-bom dia Fabiola, entre.
Entro e sento de frente para ele...
-como se sente essa semana, em relação a viagem?
-apavorada!
-porque?
-porque sei que os pais dele não aprovam esse namoro e principalmente a questão de eu ter a guarda da Flávinha.
-E?
Sério que ele está me fazendo esse tipo de pergunta?
-não me olhe como se eu tivesse apontando uma arma para você Fabiola! Vamos aos pontos!A pessoa que você ama respeita suas escolhas?
-sim claro!
-ele apóia a sua posição em relação a sua afilhada?
-sim...
-é isso! Esqueça o resto do mundo!
-mas é a família dele! São importante para ele!
- compreendo que seria mais fácil se eles compreendessem, porém não somos perfeitos, relaxa, tente aproveitar e quem sabe com o tempo as coisas mudem! Só não se cobre tanto, não tem nada de errado com você!
Assim que chego na Meraki, Marize me avisa que Aron quer me ver, deixo minhas coisas na minha sala e vou até a sala dele.
-bom dia Lilit, animada para voltar a sua terra?
-sim, é sempre bom voltar, e você tudo bem?
Me aproximei da mesa dela e sorri.
-para ser franca, um pouco nervosa, mas tenho certeza que ficará tudo bem!
-Aron nunca permitirá que algo te aconteça, fique tranquila.
-deixa eu ver o que o meu chefe quer comigo!
Bato na porta e entro, ele está trabalhando em seu computador, mas assim que me vê ,direciona seu olhar para mim e sorri.
-tudo pronto para amanhã?
-quase tudo, irei as compras com a minha mãe mais tarde.
Ele encosta na cadeira e me observa, me sento de frente para ele.
-minha mãe queria que ficássemos na casa deles...
Meu coração disparou ao ouvir isso!
-disse a ela que você ficaria mais a vontade no meu apartamento!
Graças a Deus, não seria nada agradável para mim ficar na casa dos pais dele.
-Obrigada, eu realmente não iria ficar confortável!
-como foi com seu terapeuta?
-acredito que bem, Aron posso te fazer uma pergunta?
-todas que quiser!
Eu preciso formular minha pergunta para não soar i****a!
-sua ex noiva, provavelmente estará lá, por ser amiga da família, certo?
-certo, qual é a sua real preocupação?
-eu imagino que não temos uma boa relação, correto?
-para ser franco, ela sempre foi muito educada com você, porém mudou muito depois que passou por momentos difíceis, então melhor evitar.
-entendi, ela sabe da minha amnésia?
-não, nem mesmo da cirurgia!
-Obrigada. ..Pode parecer besteira , mas não quero que pessoas que não são íntimas nossa, saibam...
-concordo, por isso não contamos nem mesmo dentro da empresa, sua vida pessoal pertence somente a você.
-exatamente, bom chefe precisamos trabalhar, almoçamos juntos?
-tenho um almoço de negócios.
-tudo bem, nos vemos mais tarde então.
-ótimo!