Tentando me reencontrar- 2

1447 Words
Fabiola Passamos o dia na casa dos tios dele,almoçamos e lanchamos , Flávinha está exausta dormindo no meu colo, estamos voltando para cobertura dele, não fica próximo, os tios dele moram no interior uns quarenta minutos da cidade, mas como hoje é domingo não tem engarrafamento, ele está quieto . -tudo bem Aron? Ele me olha pelo retrovisor e sorri. -sim, só pensando na vida... -quer conversar ? -eu não entendo porque meus pais tem a dificuldade de aceitação, aceitar as escolhas da Emma, temos pouquíssimos contato, isso não é de agora, desde de sempre , é triste, muito triste... - Aron ,gostei muito de passar o dia com eles, e claro Melinda é maravilhosa. -verdade, ela assim como Flavia tiveram sorte, eu espero que um dia meus pais acordem e percebam o erro deles. -engraçado, como pode nós dois termos pais tão parecidos! -verdade, mas seus pais se aproximaram. -a sua mãe também! -foi diferente... -como assim Aron ? -conversamos quando chegarmos ok? Ele estaciona o carro na garagem, pega a Flávinha do meu colo e subimos, ajudo ele a colocar ela na cama, ela está tão cansada que tiro a roupa dela e mesmo assim continua dormindo, ele está na sala me esperando, fecho a porta do quarto e vou para lá, ele está se servindo de Whisky , me oferece mais recuso. Me sento no sofá. -o que quis dizer quando falou que com sua mãe foi diferente? Ele evita me olhar, eu já o conheço um pouco, sei que algo o incomoda. - Fabíola, sua mãe, por si só viu o quanto errou, deixei claro para minha mãe que não esperava que ela aceitasse ou entendesse minhas atitudes, mas que eu simplesmente me afastaria, sem olhar para trás. Eu percebo como isso deixa ele chateado. -então veio a doença do meu pai, aí as coisas mudaram, minha mãe sempre foi a dona da verdade, nunca erra ou muda de ponto de vista, porém me auxiliou com a questão do noivado, ela está se esforçando... Ele continua de pé e se serve novamente de outra dose. -ela está tentando Aron...Posso afirmar que ela nos tratou muito bem quando saímos juntas. Ele se aproxima e beija minha cabeça. -ela não seria louca de te m*l tratar! Ele coloca o copo no bar e estende a mão para mim, levanto e vamos abraçados para o quarto. Aron voltou deprimido da casa dos tios, eu entendo que o comportamento dos pais dele o afeta, eu não sei como ajudar... Ele tira a roupa e sem dizer nada vai para o banheiro estou sentada na cama pensando no que devo fazer para ajudar, pensa Fábiola, pensa! Tiro minha roupa e vou até ele, está debaixo da ducha deixando água cair sobre sua cabeça, quando empurro a porta do box ele não se vira, eu sei que ele percebeu minha entrada, porque suas costas ficaram mais rígidas, ele não quer que eu veja seu sofrimento...Abraço ele, depois de alguns segundos ele segura minha mão e a leva até seu coração sinto suas batidas , encosto minha cabeça nas costas dele e com a mão livre faço carinho no corpo dele. -eu te amo Aron...Posso não lembrar de nós , mas o que sinto é tão forte que não cabe dentro de mim, não me afaste, eu estou aqui e quero estar aqui, ao seu lado me sinto segura e forte...Me deixa te amar... Ele se vira e segura meu rosto e me beija, um beijo triste, deprimido, eu o aperto contra meu corpo, quero que ele se sinta quente e seguro, queria poder tirar esse desapontamento de dentro dele, mesmo ele sendo um homem grande e seguro , também sofre. Não consigo dormir, Aron relaxou e dormiu, levanto da cama silenciosamente , passo no quarto da Flavinha, ela está dormindo, vou para cozinha e esquento água para preparar chá, me sento na sala e observo a chuva cair, a fumaça do chá me aquece, esta frio, alguma coisa fez Aron se sentir melancólico hoje, quando estive com a mãe dele foi muito bem tratada, foi muito simpática e solicita, não posso me queixar, mas como ele falou hoje, pode ser que tenha feito isso tudo para ele não se afastar... Aron Klein Acordo e ela não está na cama, levanto e vou até o banheiro, lavo meu rosto , pego meu celular e são 5:55 da manhã, porque ela levantou tão cedo? Flávia ainda dorme, quando chego na sala vejo ela sentada no sofá com as pernas cruzadas e olhando a chuva. -porque levantou tão cedo? Sento ao seu lado e puxo ela para mim. -na verdade perdi o sono... Afastei ela de mim e a observei. -o que houve? Porque não me acordou? -porque estava cansado, eu estou bem... Ela encosta a cabeça em mim e sinto seu cheiro e relaxo, eu realmente preciso tomar cuidado com que passo para ela, sei que ela perdeu o sono por conta dos meus problemas pessoais com minha família. -não quero que deixe de dormir por minha causa, sempre tive problemas com eles, ontem fiquei observando meus tios e percebi o quanto é egoísta da parte dos meus pais, afastar Emma, Klaus e Melinda, essa criança vai crescer sem parentes por perto, Klaus já tem uma certa idade, esta preocupado se algo acontecer com ele e Emma ficar desamparada, isso nunca tinha passado pela minha cabeça, somos família, e meus pais, principalmente minha mãe afastou eles quando mais eles precisavam de auxílio. -ei! Não se culpe, faça sua parte, ou melhor , faremos nossa parte! Que tal chamarmos eles para um almoço amanhã, já que será nosso último dia aqui, o que acha? Cada dia eu tenho certeza que essa pequena mulher chegou em minha vida para transfotma-la! Para somar, Fábiola não existe, é uma mulher surpreendente. -por onde você andou meu amor?? Ela me olha surpresa e sorri. -esperando ser encontrada... Preparamos juntos o café da manhã, depois liguei para Klaus e fiz o convite , eles virão, saímos os três as compras para preparar o almoço, Fábiola quer preparar uma carne assadas com uma massa, enquanto ela escolhe a carne estou com a Flávia comprando o sorvete para sobremesa. -tio Aron... Percebo que ela quer perguntar algo mas está sem graça, então me aproximo dela e sorrio. - o que foi pequena, pode falar. -tá bom, eu queria que você e a dinda fossem meus pais... Eu fico surpreso com esse comentário, ela já tinha comentado que queria que eu fosse seu padrinho... Me aproximo dela e tiro ela do carrinho e abraço ela. Fabiola Algo mudou, os dois estão muito calados mas percebo que Aron olha para ela pelo retrovisor, quando chegamos na cobertura arrumamos as coisas e já coloco a carne temperada na geladeira, Flavinha está na sala vendo desenho tudo já encaminhado para o almoço com os tios dele, chamo Aron para ir até o escritório dele. -o que eu perdi no mercado? Ele me olha preocupado, se antes tinha dúvida agora tenho certeza que algo aconteceu! -Flavia está preocupada com a possibilidade do pai querer ela de volta! Eu sabia que algo estava errado! -mas explicou para ela que não há essa possibilidade Aron? -ela só tem sete anos, as coisas funcionam diferente para ela, mesmo explicando ela acredita que a qualquer momento ele pode vir e busca-la! -eu não sei como fazer para ela se sentir segura... -ela quer que sejamos os pais dela. Fiquei surpresa com que ouvi, olhei para ele ... -eu não posso te envolver nessa situação, uma coisa sou eu ter essa responsabilidade, estou presente na vida dela desde a gestação, outra coisa é você, que não tem ligação alguma com ela... Ele me olha furioso! Não esperava essa reação dele, sai de perto de mim e literalmente bate a porta do escritório, se aproxima de mim e me olha com seus enormes olhos verdes ... -não me diga que não tenho ligação com ela! Posso não ter a vivência que você teve no passado, mas ela confia em mim tanto quanto em você! Foi para mim que ela fez o pedido , olhando nos meus olhos, com medo de um merda de pai que nunca a quis! Então FABIOLA, não me transforme em um nada na vida dela! Não é assim que eu e ela sentimos! O que foi isso? Ele saiu do escritório me deixando lá sozinha e sem me deixar explicar, eu não quis dizer que ele não significa nada para ela...que merda você fez Fábiola! -tio Aron saiu... Flávinha me avisa assim que chego na sala, olho as horas então resolvo sair com ela para almoçar.
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