POV FLORA
Ja são 10 da manhã e eu acordo assustada com o Lua batendo na porta.
- O QUEEEE É ? - grito ainda deitada.
- O bar, esqueceu? - que bar chato, a mamãe que me perdoe.
- TO INDOOOOO - Levanto na força do odeio e vou tomar banho.
Quando eu saio e pego o celular não tem uma mensagem se quer do Christian... isso ja me deixa irritada.
Visto a primeira roupa que vejo na minha frente e saio pra tomar café.
- Vamos? - a Lua pergunta.
- Vamos né, fazer o que?!
- A mamãe te mandou mensagem?
- Não, a queridinha dela é você lua de cristal.
- Até parece né mimadinha.
- E essa história de amiguinho do professor em Lua? Me conte mais - a s****a da Lua começa a correr e eu saio correndo atrás dela.
Duas doidas com sacola correndo no meio da rua e o povo não entendendo nada, geralmente quando alguém ta correndo aqui é da polícia.
- Eu vou te pegar sua Lua de cristal safadaaa - falo acelerando.
- AAAAAAAA SOCORRO - Ela fala e começa correr mais rápido, e eu começo rir com ela correndo parecendo uma gazela doida.
....
- Nunca chegamos tão rápido aqui - ela diz.
- Meu Deus eu to morrendooooo - eu nunca senti tanta falta de ar na vida.
- Você está é sedentária, se fosse outra coisa teria energia.
- Lógico, eu não preciso correr pra
isso - falo ajudando a Lua a abrir as portas do bar.
- Vou la pra cozinha que nestante os povos da quietinha chega ai.
- Você que vai fazer?
- Não, a mamãe deixou tudo pronto na madrugada e vou so esquentar e montar.
- A mamãe ta aonde em? - pergunto começando a arrumar as mesas.
- Eu não sei, ela so me falou que quando a gente saiu ela foi fazer comida das quentinhas... e depois saiu com uns amigos.
- Que amigos são esses em?- minha mãe ta mais esperta que eu e a Lua juntas.
- Eu não sei, ela fala desses amigos e eu nunca vi nem a cara.
- Esses "amigos" ta me cheirando bem um cunhão - falo rindo.
- Será? ela diz que ta cedo ainda, que ainda não superou o papai.
- Sair quase 03:00 da manhã pra outra cidade, em pleno dia de festa no
bar? você não é tão inocente assim.
- Mamãe safadonaaaaa - a Lua fala pulando... parece que é louca.
- E você ainda não me contou sobre o amigo do professor bonitão.
- Vou agilizar as quentinhas - fala e entra na cozinha... que v***a, aproveito e vou ligar os coisa de vidro que fica os refrigerantes... não sei o nome, não me julguem.
- Oi minha princesa - olho e é o jefinho.
- O que você quer aqui em?
- Vi você ali de longe e vim da um oi.
- Ja deu, agora tchau.
- Porque você é assim comigo em? a gente se curtia tanto.
- Até eu saber que você tava curtindo o bairro interio também.
- Mas você sabe que meu ponto fraco é você, eu sou apaixonado por ti desde criança - isso é verdade, o jefinho insistiu tanto que acabei ficando.
- Mas você não soube aproveitar a oportunidade que eu te dei.
- Mas a gente não tinha afirmado nada, por isso eu tava pegando geral também.
- O problema não é você ter pegado várias, e sim você ter mentido pra mim dizendo que tava so comigo.
- Eu me arrependo neguinha, bora ficar de novo vai? - fala se aproximando de mim.
- Agora não da mais jefinho, se afasta que estou trabalhando.
- So uma última vez vai - ele continua se aproximando.
- Jefinho eu vou te dar um soco, sai de perto de mim... e ainda por cima você agora é traficante, não tenho vocação pra ser bibi perigosa.
- Então é isso? é eu ser traficante?... eu precisei, você sabe como estava as coisas la em casa - a mãe dele está muito doente.
- Mas tinha outra saida Jefinho, você lembra que eu falei que iria te ajudar? Eu ia dividir meu salário e te dar pra você ajudar ela, e olha o que você se tornou - vejo que ele fica abalado com o que eu falo.
- Não era tão fácil assim, é muita grana Flor ... não ia ser o suficiente, e o crime me dar - é visível nos olhos dele que ele não queria está ali.
- Sai enquanto é tempo Jef - na infância sempre chamava ele assim, e ele me chamava de Flor - se você pegar uma cadeia você vai arruinar sua vida pra sempre, vai ta marcado.
- Eu não posso Flor, eu não posso, não agora .
Chega um cliente e ele se afasta de mim e vai sair.
Vou atrás dele e abraço ele.
- Você lembra quando a gente era criança, eu, você e a Lua?... e a gente falava que era nós três pra sempre? nos continuamos aqui pra você, independente de tudo... a gente não tem muito, mas a gente pode dividir, como sempre foi - ele não diz nada, sorrir e sai.
- Oi, bom dia - o cliente fala.
- Bom dia, em que posso ajudar?
- Eu queria duas garrafas de Coca-Cola
- Retornáveis?
- É sim
- Trouxe as garrafas? - ele acena que sim com a cabeça e me mostra as garrafas.
....
Hoje parece que vendemos quentinhas pra semana inteira... domingão né, ninguém quer fazer comida.
Não sei como minha mãe aguenta isso aqui, eu ja estou cansada e a Lua piorou.
Ja são 18:00 da noite e ainda estamos aqui, almoçamos por aqui mesmo. E até agora minha mãe não chegou.
- Lua, senta aqui.
- O que foi?
- Me conte desse cara, agora você não vai fugir - ela revira os olhos e senta do meu lado.
- Não tem muito o que contar, ele me beijou sem querer na balada porque achou que era outra pessoa.
- E depois vocês se pegaram de novo?
- Pegou - fala e rir.
- Ai você gosta né, mais como vai ficar depois?
- Eu não sei, mas acho que normal... no carro ele falou que amanhã era pra gente agir como se nada tivesse acontecido.
- Óbvio né Lua, ele continua sendo o amiguinho do professor... e deve ser um galinha.
- Eu sei né Flora, não temos nada... m*l conheço e ele é filho do professor - faço cara de chocada.
- So não confunde as coisas, vai aproveitando e continue estudando e passe de ano... não vai ganhar nota porque ta sentando pro filho do professor não viu - falo rindo e ela rir também.
- Eu nunca precisei disso, e so falta menos de 3 meses né... da pra segurar.
- Tira essa cara de apaixonada dai nojenta - ela rir, a menina ja ta com cara de apaixonada... fudeu.
Minha mãe aparece com a cara mais limpa do mundo.
- Finalmente né - falo e ela rir.
- Tava descansando.
- Eu sei o descansando, se fazer agachamento em humanos for descanso... também quero
descansar - ela joga uma sacola em mim.
- Me respeite que sou sua mãe, sua nojenta - Não negou ta vendo?!.