Pov Flora
Acordo e o Christian continua dormindo, desço as escadas e vou procurar alguma coisa pra comer.
...
- Amor? - balanço e ele nem se mexe, parece que morreu - Amor?
acorda - continuo balançando ele e ele nem tchum - eu vou embora - ele abre um olho - você é um cínico - ele rir.
- Bom dia princesa.
- Bom dia não, você fica se fazendo de morto aí, já estava quase indo embora.
- Eu estou tão cansado
- Cansado de que? você nem trabalhou ontem.
- Trabalhei sim, você ontem acabou comigo, chega dormir igual
criança
- Ai nossa Christian me poupe - falo e ouço ele rindo - eu trouxe pra você comer.
- Estou sonhando? ou a mulher dos sonhos é a minha?
- Hahaha, come logo - ele finalmente senta na cama- e vamos no mercado nestante comprar os ingredientes pra fazer uma comida pra sua mãe.
- A gente vai ter que ir mesmo é?
- Na casa da sua mãe? óbvio
- Não, no mercado
- Ah sim, porque lá não deve ter as coisas e a gente vai precisar pegar.
- Eu odeio mercado
- Eu odeio muitas coisas e continuo fazendo - falo descendo as escadas.
- Você já comeu?
- Claro, eu como rápido, você que come devagar.
- Óbvio, é mais gostoso... eu gosto de sentir cada coisinha- ele fala no duplo sentido.
- Larga de safadeza - falo finalmente descendo as escadas e ouço a risada dele.
●●●
- Você está se maquiando pra ir no mercado? - o Christian aparece atrás de mim.
- A gente vai direto pra casa da sua mãe depois.
- Você é a pessoa mais vaidosa que eu conheço.
- Você conhece quantas pessoas?
3? - falo rindo.
- Não, eu conheço várias, mas você supera todas, você presta atenção em cada detalhe de roupa, maquiagem, cabelo... passa mais creme do que um ser humano normal passaria - dou risada com o exagero dele.
- Eu faço skin care, só isso... você deveria começar fazer sempre também, mas você não gosta desse meu jeito?
- Eu gosto, eu ja aceitei que minha namorada é uma patricinha - fala beijando meu pescoço - eu gosto de ver você se piriquitando.
- Piriquitando? onde você aprendeu essa?
- Minha ex namorada - olho pra cara dele que levanta a mão em forma de rendição.
- Nem falei nada, você acha que sua mãe vai aprovar meu look nada
patricinha? - levanto da cadeira mostrando minha roupa.
- A última coisa que minha mãe vai olhar é sua roupa, mas eu amei... meu machinho - ele diz rindo me abraçando e eu dou risada também.
- b***a
●●●
Chegamos no mercado e o Christian com zero vontade de comprar as coisas... mas ele segue firme.
- Amor? onde está a sua câmera?
- No apartamento, eu guardei ela.
- Eu quero ela depois pra tirar algumas fotos.
- Quando chegar em casa você pega, você tirou foto minha Flora?
- Tirei, da primeira vez que a gente se encontrou até agora eu tenho um book seu aqui.
- Não sei pra que
- Pra ter momentos seus, e pra você se ver de vários ângulos depois.
- Só você mesmo - diz negando com a cabeça.
●●●
- Omma? chegamos
- Oi filho estou aqui - percebo que as cortinas que eu abrir e o Christian comentou que ela não gostaria, estão abertas - Oi Flora - ela fala vindo na nossa direção e sorrir pra mim, ELA SORRIU PRA MIM.
- A senhora está bem? - pego na mão dela e me curvo um pouquinho como o Christian me ensinou e ela da outro sorrisinho.
- Estou ficando melhor, mas sigo tomando os remédios.
- Jaja vai esta novinha em folha - ela me olha provavelmente sem entender o que isso quer dizer e o Christian da
risada - jaja vai ficar 100% bem - falo de uma forma que ela entenda e pela cara dela, acho que agora ela entendeu - eu trouxe alguns ingredientes pra preparar outra comida brasileira pra senhora.
- Vocês passaram no mercado? - ela diz nos acompanhando até a cozinha.
- Sim
- Não precisava
- Eu fiquei com medo de não ter todas as coisas que vou precisar, então eu preferir comprar pra garantir.
- É você tem razão.
...
Eu começo a cozinhar e ela fica em pé me acompanhando, e tirando dúvidas de algumas coisas, ela me faz perguntas que pra mim é engraçado e eu não consigo segurar a risada, a diferença cultural é algo muito "estranho", mas é interessante. Enquanto isso o Christian fica só nos observando.
...
A comida fica pronta e ela é a primeira a experimentar.
- Tá bom?
- Sim, o gosto parece um pouquinho com de kimchi - ela diz dando outra colherada no prato, e eu olho pro Christian tentando saber o que é kimchi.
- É um prato tradicional coreano - ele me explica.
- Ah sim
- Um dia vou ensinar você a fazer algumas receitas coreanas pra cozinhar pro Christian - o Christian da risada e a mãe encara ele e eu que dou risada.
- Eu iria adorar - falo e lembro que na cultura deles é muito mais normal a mulher servir sempre o homem do que aqui, por mais que em alguns lares essa "tradição" é normalizada, a gente sabe a realidade e da sim aquela militada, mas aqui não é o momento, creio que o Christian riu por causa disso.
Depois do almoço, ficamos conversando durante um tempo, depois assistimos um filme e marquei de ir em umas consultas no fisioterapeuta que ela vai precisar por conta do avc que ela teve.
E agora estamos indo embora, e eu pedi pro Christian pra gente ir no starbucks.
(...)
- Porque quando eu e sua mãe estamos conversando você fica observando de longe?
- Eu acho engraçado a forma que você introduz ela no seu mundo e ela realmente parece interessada.
- Você acha que ela não está?
- Claro que está, mas faz tempo que eu não vejo ela com esse intusiasmo e ver você fazendo de uma forma muito natural me faz feliz.
- Sua mãe não tem amigas?
- Ela passou por um trauma muito grande no passado, e também ela está em um outro país e a junção dessas coisas fizeram ela ficar assim.
- Deve ser r**m, ir pra outro país assim, sem nem saber a língua direito... você que ensinou a ela?
- Sim, ela fala com bastante sotaque ainda, mas ela aprendeu muito rápido...pra quatro anos tá ótimo.
- O seu é perfeito.
- Eu aprendi inglês sozinho, eu sempre tive facilidade em aprender línguas novas.
- Da pra ver, só em algumas palavras que você puxa sotaque... e uma delas é quando fala meu nome.
- Por isso que você gosta quando eu falo seu nome?
- Sim, eu acho bonitinho - o celular dele começa a tocar e ele atende e não diz nada so fica ouvindo, depois só diz ok e
desliga - aconteceu alguma coisa?
- Eu vou precisar trabalhar.
- Agora?
- Sim, a gente vai ter que ir.
- Eu vou pra minha casa.
- Porque?
- Eu não vou ficar sozinha naquele apartamento... prefiro ir pra casa e amanhã eu trabalho.
- Eu não vou dormir fora, eu volto.
- Eu quero ir pra casa - falo levantando e ele vai pagar a conta e eu vou esperar ele no lado de fora.
- Você está brava comigo? - ele pergunta se aproximando.
- Não, tira uma foto minha aqui - ele tira sem dizer nada - pronto agora vamos.
Entramos no carro e ele foi o caminho todo pensativo, eu também não disse nada, fui o caminho postando minha foto.
●●●
- Você não está brava mesmo? - ele pergunta assim que chega na minha casa.
- Não Christian, você não tem que ir trabalhar? vai aprontar é? tá muito desconfiado.
- Vou aprontar não.
- Então...quando chegar em casa me manda mensagem, beijo- dou um selinho nele - te amo
- Você o que? - ele fala me observando.
- Tchau - falo rindo e desço do carro e ele fica lá me olhando com cara de bobo.