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SAMANTHA
Minha jornada de trabalho finalmente terminou. Até que enfim. O relatório dos registros de meus pacientes estava completo. Desliguei o telefonema da sala de recuperação e fiquei feliz em ouvir que o paciente de apendicectomia de emergência da tarde estava acordado e respondia bem. Com quatro horas além do meu turno, tirei o óculos e esfreguei os olhos antes de voltar a colocá-lo.
Saí da mesa, levantei os braços sobre a cabeça e estiquei as costas. Substituindo um colega na emergência, fiz um turno para um cara que foi ao Texas para o nascimento de seu primeiro neto, além de cobrir minhas funções habituais na sala de cirurgia.
Olhei para o relógio, fiz as contas. Vinte e três horas e seis minutos até eu voltar para o meu próximo turno. A roupa precisava ser lavada. O apartamento, limpo. Terminar de ler o último suspense do meu e-reader. Dormir.
Deus, eu não tinha graça nenhuma, a emoção do meu dia era um bom livro e me rastejar até a cama a uma hora ridiculamente cedo. Sozinha. Trabalhar mais de setenta horas por semana me fazia desejar dormir, não me divertir. Só estava em Cutthroat há alguns meses e todos os funcionários eram amigáveis, mas eu era uma esquisitice. Não era comum alguém se formar na faculdade de medicina aos 22 anos e terminar uma residência cirúrgica aos 25 anos.
A maioria das enfermeiras era mais velha que eu. Algumas até voluntárias. Minha idade e o fato de eu ter permissão legal de usar um bisturi faziam alguns pacientes entrarem em pânico quando descobriam que eu era quem os operaria.
Uma enfermeira da emergência chamada Helen parou na minha frente.
— Mais um antes de você ir? — Notei o olhar de desculpas em seu rosto por me dar outro paciente. Para um hospital de cidade pequena, ficamos muito ocupados o dia todo. Talvez fosse época de lua cheia.
Por dentro gemi, mas apenas assenti quando peguei meu estetoscópio da mesa e o joguei sobre meu pescoço. — Claro, não há problema. — O que era mais um? Não era como se meu plano selvagem de ler no meu sofá depois do trabalho fosse fugir.
— Exame de próstata. — O canto da boca inclinou-se, mas esse foi o único sinal de diversão que ela demonstrou. Éramos profissionais, independentemente da preocupação do paciente, embora deslizar meus dedos no reto de um estranho não estivesse no topo da minha lista de coisas divertidas. — Terceira vez este ano. Você é nova e ainda não conheceu o Sr. Marx, mas ele é o hipocondríaco residente de Cutthroat.
Eu os conhecia, pessoas que liam muito na Internet e se assustavam com tudo indo direto ao pronto-socorro ou estavam sozinhas e queriam algum conforto e carinho. Um exame de próstata significaria o primeiro, espero, e não o segundo. — Entendido.
— Sala três.
Fui para lá, bati na porta e entrei. — Olá, desculpe, demorei um pouco para chegar. Este é o pronto-socorro e fiz uma cirurgia de emergência. Eu sou a Dra. Sm...
Minha saudação habitual desapareceu à vista do paciente. Ele não era nada como alguém nos seus sessenta e pouco anos, homem excessivamente preocupado que eu esperava. Alto, moreno e bonito eram os adjetivos certos para descrever o cara à minha frente, mas ele era muito mais. Alto; ele facilmente era mais alto uns trinta centímetros do que eu. Seu cabelo era preto, já passara algumas semanas da hora de cortar. Ele estava barbeado – embora parecesse que poderia precisar de uma navalha novamente. Sua mandíbula poderia ser usada para medir ângulos perfeitos. Ele usava uma Henley preta e jeans, ambos confortáveis e adequados à perfeição – o que significa que todos os seus músculos estavam em exibição deliciosa. Todos. Ele me lembrava um Jason Momoa de cabelos curtos. E seu olhar... penetrante, sombrio, avaliando e focado diretamente em mim.
Eu não tinha ideia de onde vinham meus devaneios, mas não pude deixar de notar da maneira como uma tatuagem aparecia sob a manga da camisa até a altura do pulso. Acima do cheiro antisséptico da emergência, peguei seu aroma amadeirado e masculino. Ele alardeava estilo ‘bad boy’ – não hipocondríaco – mesmo sem dizer uma palavra. E meu corpo respondeu. Esquentando.
Necessitado.
Eu percebi que estava de pé e encarando... e minha boca estava aberta. Minhas bochechas ardiam quentes com o meu comportamento. Nunca olhei com desejo para alguém, mas nunca vi um cara tão gostoso antes. — Desculpe, sou a Dra. Smyth — Repeti, finalmente terminando a frase.
Sua sobrancelha escura se ergueu quando ele me olhou. Senti-me nua, e meus m*****s decidiram intumescer, o que nunca tinha acontecido antes, pelo menos por causa de um cara. E definitivamente não por causa de um paciente.
— Sério?
Eu levantei meu queixo e respondi como de costume. — Sim. Acha que sou jovem demais para ser médica? Não se preocupe, eu já fiz isso antes.
— Não, eu apenas esperava que Sam Smyth fosse um cara.
Eu fiz uma careta, me perguntando como ele sabia o meu primeiro nome, mas estava no meu crachá preso na minha blusa. Fui ao computador, puxei o prontuário do paciente, digitalizei os detalhes, sabia o que precisava fazer. — Sam é a abreviação de Samantha. Abaixe o jeans e cueca, por favor.
Os olhos dele se arregalaram. — Essa é nova — Disse ele.
Fui até a pia, joguei sabão em minhas mãos e as lavei enquanto olhava por cima do ombro para ele. — Oh?
— Geralmente sou eu que falo isso.
— Você é médico?
Ele riu disso. — Não. Eu sou um cara que gosta de assumir o comando. — Ele inclinou a cabeça para o lado, me estudou, me perfurou com aquele olhar sombrio. — Mas acho que gosto da ideia de você estar no controle.
Pisquei, mudando de assunto e peguei uma toalha de papel, observando enquanto ele cruzava os braços sobre o peito largo. O canto de sua boca inclinou-se, sem dúvida achando engraçado em como ele me perturbava. Não me sentia no comando.
— Tudo bem então, calças e roupa íntima, por favor.
— Não estou de cueca — Ele rebateu.
Parei de secar minhas mãos, processando aquilo, até olhei para a sua virilha e sabia que o que estava escondido embaixo do jeans estava ali mesmo.
Limpei a garganta e tentei manter meus pensamentos profissionais, embora estivesse muito interessada em ver o que ele tinha embaixo. E aquela b***a, uau. Eu perderia minha licença médica se alguém lesse meus pensamentos. — Apenas calça jeans então. Eu vou ser bem rápida.
— Contigo? — Ele me olhou de novo. — Sim, será um c*****o de rápido. A primeira vez.
A primeira vez. Ele não estava falando sobre eu examinar sua próstata.
Suas mãos foram para a fivela do cinto, e eu olhei, observando quando ele a abriu, puxou o botão e deslizou o zíper. Era como se estivesse em câmera lenta, com as mãos ásperas abaixando o jeans para os quadris e liberou...
Puta merda.
Eu já vi um pênis antes. Eu era uma médica. Eu já vi um e******o, mas nenhum tinha feito minha calcinha ficar úmida e minha boca seca como este. Estava duro, era longo, grosso. E rígido. Muito rígido. Ele apontou em minha direção a partir de uma base de cachos escuros. Era um vermelho escuro com uma cabeça larga, uma pequena f***a no topo.
— Meu nome é Mac, a propósito — Disse ele, sua voz profunda rompendo meu... olhar. — Acho que devemos saber o nome um do outro antes que as coisas fiquem mais pessoais.
Meu olhar se voltou para o dele, vi seu sorriso. Ele não estava nem um pouco envergonhado. Então, novamente, não tinha nada para se envergonhar. Eu tive que me perguntar como ele andava com aquela coisa entre as pernas. Minhas paredes internas se fecharam e eu me perguntei como seria ser preenchida por aquele monstro.
Eu queria estender a mão e tocá-lo, para ver se a pele esticada era tão lisa quanto suspeitava, se era quente sob meus dedos. Se eu acariciasse, ele gozaria?
— Mac — Eu repeti, voltando à cobiça.
Esse cara era mau. Um ‘bad boy’ total. Ele não tinha escrúpulos em mostrar sua masculinidade, seu evidente interesse em mim. Eu poderia pular nele e montá-lo. Ele definitivamente estava se oferecendo.
— Meus olhos estão aqui em cima — Disse ele.
— Ah, merda — Sussurrei, girando para dar a ele – e seu pênis – minhas costas. Não havia outra maneira de não olhar. Peguei as luvas da caixa na parede, colocando-as, tentando esconder o quão estranha ele me fazia sentir. E excitada.
Que médico diria “ah, merda” na frente de um paciente?
— Você tem minha calça arriada. Já que você está no comando, desta vez, o que exatamente você vai fazer comigo? — Ele perguntou. — Qualquer diversão que tenhamos, parece que você será gentil, mas não se preocupe, eu gosto um pouco forte.
Puta merda. Ok, isso não estava indo como eu esperava. Foco. FOCO. Exame da próstata. Deus, eu me perguntava se o traseiro dele era tão glorioso quanto o seu...
— Doutora?
Eu limpei minha garganta. — Vou verificar sua próstata. Seu gráfico indica que você já a examinou antes. Não se preocupe, eu tenho dedos pequenos. — Eu os balancei para que ele pudesse ver. — Os homens dizem que gostam mais de mim do que do Dr. Neerah.
Ele levantou as mãos na frente dele. — Ah, doutora. Não tenho dúvida de que gostaria mais de você do que o Dr. Neerah ou qualquer outra pessoa.
Abri uma gaveta, puxei um pequeno pano. — Toma. Com você... e******o como está, é possível ejacular da estimulação direta da próstata durante uma triagem. Abaixe um pouco mais a calça jeans e se incline sobre a mesa de exame.
— Você está falando sério — Disse ele, sem se mexer.
Eu fiz uma careta. — Claro. Não há nada para se envergonhar se isso acontecer, Sr. Marx. Eu sou médica.
— Você está certa, não há dúvida de que eu atiraria minha carga quando você colocasse as mãos em mim, mas acho que houve algum engano.
— Ah?
— Eu não sou Sr. Marx. Como eu disse, sou Mac. Eu sou dono da oficina de automóveis da cidade. A atendente da recepção me mandou aqui para esperar por você, mas não para que você trabalhe com seus belos dedinhos na minha b***a.
— Então, por que você abaixou a calça? — Retruquei, empurrando meu óculos de volta pelo nariz.
— Quando uma mulher bonita quer minha calça para baixo, não discuto.
Eu corei, senti algo semelhante à vaidade louvada por ele me chamar de bonita. O que era uma mentira total. E seu pênis ainda estava lá de pé.
— O que aconteceu com o Sr. Marx? — Perguntei, sem saber o que fazer com o comentário dele.
Seus ombros largos subiram em um dar de ombros casual quando ele se enfiou de volta na calça jeans e a puxou para cima. — Baixinho nervoso, com a careca disfarçada? Ele disse à enfermeira que estava indo ao banheiro. Acho que fugiu. Não sei por que, agora que te vi, ou com o que você faria.
Eu deveria ter me sentido totalmente ofendida, mas não estava. De alguma forma, as palavras desse cara não me fizeram sentir barata. Ele me fez sentir... atraente, o que era completamente ridículo. Eu usava jaleco, estava sem maquiagem, de óculos e meu cabelo estava num r**o desleixado há mais de doze horas. Cheirava a sabão cirúrgico forte, usava luvas látex e segurava um tubo de gel lubrificante.
Tudo isso me lembrava que, para um homem como ele, eu não era mulher, era uma conquista. Havia mulheres mais atraentes trabalhando no hospital, mulheres que eram mais mundanas, muito longe de serem nerds. Como o Dr. Knowles, o líder cirúrgico i*****l, que estava de olho em mim. E esse cara, Mac? Ele também parecia.
Mas o Dr. Knowles me fazia querer ir tomar banho. Mac me fazia querer tomar banho... com ele. E isso me tirou do sério, porque o cara lindo na minha frente não estaria interessado nisso ou em qualquer outra coisa que tivesse a ver comigo, a médica i****a e virgem.
Ele estava e******o. Para mim. Por mim.
— Por que exatamente você está esperando por mim? — Perguntei, confusa sobre tanta coisa. — E em uma sala de exames?
— Eu não tenho ideia de por que estou aqui. — Ele levantou a mão, indicando a sala estéril. — O segurança do hospital me ligou uma hora atrás. Acho que eles circulam pelo estacionamento. Eles descobriram que seu carro tem um pneu furado. Eles queriam que eu falasse com você, para trocar.
— Eu tenho um pneu furado — Disse, sem acreditar. Eu conhecia os caras da segurança. Eles me acompanhavam quando saía do turno no meio da noite. O fato de eles se lembrarem de que tipo de carro eu dirigia e de terem notado que eu tinha um pneu furado era outro lembrete de por que me mudei para Cutthroat.
— Você está aqui para consertar — Finalmente descobri.
— Exato. Agora, você se importaria de se livrar desse lubrificante?
Fechei os olhos, respirei fundo. — Que f**a — Sussurrei. O necrotério ficava no andar térreo, então, se eu morresse de vergonha, meu corpo não precisaria ir muito longe.
Mac se aproximou de mim, pegou o lubrificante das minhas mãos. Meus olhos se abriram e eu olhei para o seu rosto sorridente. — Isso pode ser arranjado.