Isabela Ferrari
Depois que sai da clínica onde minha mãe está, peguei um táxi até a empresa ALENCAR, no trajeto até lá fico pensando na minha mãe, cada dia que passa ela está mais esquecida, nem lembrou quem eu era, sinto um, nó na garganta, balanço a cabeça para afasta esses pensamentos tristes.
— Chegamos moça. Diz o taxista
— Obrigada. Falo e p**o a corrida
Já de frente para o prédio fico olhando o quanto é alto, será que vou ter de ir lá para cima, só de imaginar já fico com fome, como ainda tenho um tempinho vou comprar um café só para enganar o nervosismo.
Venho andando de volta distraída como sempre, até que esbarro derramando todo o meu café em uma parede ou pessoa não sei o que é, só sei ser grande.
Quando olho tem um homem me encarando com uma cara nada legal, ele olha para a camisa branca dele e depois para mim e grita.
— p***a, garota, não olha para onde anda.
— Des.… desculpa senhor… eu... Falo toda sem jeito
— Olha a merda que você fez, sua desastrada. Diz furioso
— Foi sem querer, eu juro… eu p**o sua camisa senhor, não se preocupe.
"Era só o que faltava, bem não arruma um emprego e já está devendo". Fala minha mente
— Nem que você trabalhe um ano todo, seu mísero salário não daria para paga essa camisa. Fala todo esnobe
— Desculpa novamente senhor, não foi minha intenção.
"Mas pensando, por outro lado, bem feito". diz minha consciência.
— Não quero suas desculpas, só quero que saia da minha frente.
— Quem você pensa ser para falar assim comigo, eu já pedi desculpas se não quer vá… sou interrompida
— Olha a boquinha garota. Diz e vai entrando no prédio
— Olha aqui, seu babaca cretino, eu retiro minhas desculpas, você bem que mereceu. Grito enquanto ele vai embora
Eu definitivamente só posso está enlouquecendo mesmo, estou gritando na frente de um prédio com um i****a, arrogante, quem ele pensa que é, só porque trabalha nessa empresa pensa que pode falar assim com as pessoas.
Respiro fundo e entro, cumprimento o senhor na portaria que está rindo de mim, julgo que ele pensa que sou alguma maluca, essas coisas só acontece comigo, oh carma para pagar mico esse meu.
Já de frente para o elevador paro por um instante, definitivamente detesto lugares fechados, eu não sei que, mania esses empresários tem de montar um escritório no último anda de um prédio, aperto o botão e ele abre, entro, fecho e aperto outro botão que vai para o último anda, fecho meus olhos e fico contando até vinte para ver se não fico com falta de ar.
Não demorou muito e chego no (anda) da entrevista, quando o elevador se abre, paro olhando a recepção, tem mais de vinte garotas todas bem arrumadas e lindas, sem falar nos erbergues que todas tem, será que foram todas no mesmo cirurgião.
Droga porque não escutei a “Fer” quando ela me avisou para vir bem vestida, mas agora é tarde, ah, pai já perdi a vaga de secretaria, o senhor ALENCAR não vai querer alguém vestida como eu, com certeza vai querer uma dessas manequins.
Ando até uma cadeira vazia toda constrangida por está com essa roupa, todas me olham e começa a sorrir, me sento e fico mexendo os dedos, pois quando estou nervosa tenho essa mania.
Uma por uma vai entrando, até que só resta duas para chegar a minha vez, meu coração está quase saindo pela boca, quando a última manequim sai ouço uma voz bem grave falando.
— Próxima candidata.
Levanto-me toda nervosa e entro na sala, quando ele se vira quase caio dura, não acredito no que estou vendo.
— VOCÊ. Falamos os dois iguais