TIO JOHN

1924 Words
• Narrado por Megan • Me encontrava sentada na poltrona da sala, onde me lembrava das vezes em que minha mãe brincou com meus irmãos, antes da faculdade, antes do casamento, antes da Hinna, antes de tudo.  Lembro-me das vezes em que me deitei no tapete com Júlia, comendo pipoca e assistindo ponte para terabitia, ou abc do amor, nossos filmes favoritos.  Era triste lembrar de como a infância e juventude de alguém pode ser destruída por momentos inesperados. Senti Nicolas se aproximar. Ele pegou uma cadeira, que ficava encostada ao lado da porta e colocou na minha frente se sentando.  Pegou meus pés e colocado em seu colo, apertando em movimentos circulares e tirando toda a minha tensão.  Ele me olhava quente, sorria fraco, e que belo sorriso, sem dizer nada eu podia ouvir tudo. Eu estava onde estar, e com o homem da minha vida.  Não consigo imaginar o que teria acontecido se eu tivesse feito uma escolha r**m. • Narrado por Nicolas • Os olhos de Megan brilhavam, seguravam como lágrimas de uma mulher forte, que especial se deixava abater. Sei como foi difícil para ela ter visto tudo o que construímos ser levado em tão poucos minutos.  Talvez ela não dissesse, mas eu pudesse sentir a dor em seu rosto. As bochechas que coravam no âmbito de sinalizar o choro só me faziam querer ouvir o que ela sentia, eu queria poder ajudar. _Você sabe que não precisa ser forte por tanto tempo não é? -Falei tentando lhe mostrar que chorar só tornava ela mais humana. _Você sabe que eu te amo tanto né? -Ela me fez rir com as palavras. _Eu sei, é por isso que me preocupo. -Sorri. _Eu só não consigo entender porque tudo sempre tem que nos ser levado de uma vez .. -Finalmente uma lágrima. _Meg, nada nos foi levado, estamos juntos, estamos vivos! -Eu tinha o dom de olhar o outro lado das coisas. _Você é tão positivo, isso que me mantém tão forte. -Destacou. _Sabe o que me mantém forte? _O que? -Ela me olhou com esperança. _Saber que tenho você pra cuidar de mim, todos os dias ... _Eu te amo ! -Ela disse se levantando e vindo até mim. Eu abraçou e sentou no meu colo, se encolhendo como um bebê. Eu a abracei firme e nunca mais a soltaria. • Narrado por William • Assim que me aproximar da cidade de Ana, Vó da Hinna, avistei um homem muito bem arrumado solicitando carona na estrada. Encostei o carro um tanto preocupado, ele vestia um terno escuro e carregava uma mala grande.  _Com licença, você precisa de ajuda? -Disse da janela. _Sim moço, muito obrigado. Estou tentando chegar em Jacksonville antes que amanheça. -Disse o homem. _Entre por favor, sou William à propósito. -Disse caridoso. _Eu sou Adam. -Disse ele com um firme sorriso. _Então, porque tanta urgência em chegar em Jacksonville? - Perguntei para quebrar o gelo. _Para o aniversário do meu filho. -Sorriu. _Nossa que gesto heróico. -Impressionou-me. _E você? -Disse ele com um rosto curioso. _Estou indo encontrar uma garota. -Falei um pouco envergonhado. _Olha só, um romântico. E você namora essa garota? _Não, infelizmente! _E porque tanto sacrifício? -Perguntou o homem me encarando. _Eu gosto muito dela, não sei explicar ... -Falei sorrindo. _É garoto, acho que está apaixonado. -Concluiu Adam. _Só espero ser correspondido. _Finja que sou o pai dela, como me mostraria que está pronto para namorar com uma garota tão impressionante? -Falou ele um pouco sério. _Isso é necessário? -Não sabia até onde eu poderia me sentir tão desconfortável. _Vamos, poxa! Um ensaio .. -Me olhou sombrio. _Você tem um bom olhar de pai protetor, acho que vai ser bom treinar com você. -Falei forçando um riso. _Quais são suas intenções com a minha Hinna? -Falou ele me fazendo arrepiar. _Como sabe o nome dela? -Falei assustado. _Você me disse .. "Estou indo encontrar uma garota, Hinna". -Me fez lembrar meio falso. _Ah sim. -Falei confuso, e apavorado. _Agora me responda rapaz. _Minhas intenções são puras e verdadeiras, eu só quero poder provar para Hinna e sua família o quanto sou capaz de cuidar dela e protege-lá, acima de tudo oferecer-lhe o meu mais sincero e profundo amor, nada além do que ela pode aceitar aceitar. -Falei pausadamente porém, sincero. _Se você fosse eu, aceitaria? -Lançou a pergunta mais madura. _Eu jamais estaria pronto o suficiente para deixar uma jovem tão especial quanto ela, com qualquer pessoa. Sei o quanto seria difícil para você, assim como para mim se não pudesse tê-la. Mas isso é uma decisão que também cabe à ela, o que a faria mais feliz. _Tuchê. -Ele reverenciou-me. Minutos após a conversa que se estendia sobre trabalho, política e futebol, deixei Adam na entrada de Jacksonville e segui para casa de Ana que também era nessa mesma cidade da Flórida. Chegando lá, desci do carro e me arrumei como pude. Caminhei até a porta, ainda não parava de pensar como Adam sabia o nome de Hinna, tentava me recordar se em algum momento eu o citei. Toquei a campainha olhando para os lados, a vizinhança era e muito conservada, como casas antigas tinha uma beleza encantadora. Não mais encantadora como a bela jovem que abriu a porta num belo vestido coral. Era como se uma melodia linda ecoasse pelo lugar deixando transparecer o maior brilho dela. _Linda, belíssima, Hinna. -Falei num impulso envergonhado. _Obrigada William. -Sua voz suave abraçava as batidas do meu coração. _Um pianista? -Falei ao entrar, no fim a melodia era de verdade. _Pianistas. Meus pais estão tocando um dueto que eles adoram. -Sorriu ela, majestosa. _Encantador, me recordo vagamente. _A Noiva Cadáver de Danny Elfman. -Contou ela. Fomos até a sala onde eles estavam, o lugar com um lustre antigo brilhante. E um piano de calda marrom com teclas de marfim. Sentamos atrás deles enquanto ouvíamos a melodia calmamente. Sorri engraçado e Hinna me olhou, com uma semelhança incrível em seu rosto que me lembrou de Adam. Olhos verdes, cabelos levemente ondulados, e um sorriso largo com dentes idênticos. _É tão engraçado, à alguns minutos atrás dei carona à um homem que parece um pouco com você. -Ela riu. _Como assim? -Talvez pensasse que era brincadeira. _Ele era alto e elegante, bem arrumado, olhos claros, cabelos negros porém ondulados e um sorriso igual ao seu. Eu dei carona para ele, que estava já perto da cidade. Seu nome era Adam. -Falei sorrindo. De repente, o piano ecoou um som horrível, como se uma bota tivesse caído nas teclas. E um avó de Hinna que estava na porta fez uma cara de assustada. _Ele está aqui ... -Disse Megan num tom eufórico. _Ele quem? -Disse Hinna. _William, me conte tudo! -Megan disse pegando firme em meus braços após levantar furiosa.  _Eu só dei uma carona ... _Megan, solte-o. Vamos para cima. -Disse Nicolas arrastando ela para fora da sala. Os dois com um olhar assustado porém furioso, indefinível. Aquilo era mesmo muito sinistro! • Narrado por Nicolas • Deitei Megan na cama e abracei ela forte, enquanto seus olhos enchiam-se de tristeza. Seus pés gelados e pálidos tocavam e se aqueciam nos meus, enquanto ela não abria os olhos, eu apenas observava sua expressão de dor, fechando como sobrancelhas, e semi-cerrando os dentes. _Por que ... -Murmurava ela. Eu estava com medo, Megan não era mais a mesma. Estava sempre preocupado, sempre decepcionada, procurando maneiras de se distrair. _Tudo bem, vou cuidar de você ... -Sussurrava para ela, em um abraço apertado. Cobri seu corpo com o Edredom. Aos poucos ela foi adormecendo, e parando com os calafrios.  Assim que notei seus olhos completamente adormecidos, me permiti chorar um pouco.  Era terrível não poder ser feliz. Deixei que ela dormisse e desci como escadas. Hinna e o garoto estavam William ainda em choque, conversando entre eles sobre uma hipótese.  Ouvi eles criam por uma reação possível de cuidado, que ela teve por ele ter dado carona a um estranho. _Ela não está transtornada por isso. -Falei os ajudando. _Pai me explica? -Disse Hinna assustada. _Ah muitos anos atrás, quando conheci sua mãe, na infância. Ela namorou com meu irmão John. -Comecei. _Irmão John? -Disse Hinna. _Sim. -Baixei o rosto. _Nunca contamos, porque John futuramente se tornou um maníaco. _Como assim? -William indagou. _A família de Megan veio para cá nos deixar de vez na Itália, após minha mãe pedir. Já que eu e John disputavam-mos o amor dela, fazendo com que John fosse longe de mais quando decidiu me empurrar da sacada da nossa casa. -Contei. _Meu Deus, que atrocidade. -Hinna colocou a mão na boca, tapando sua surpresa. _Anos depois John mudou seu nome para Adam, e veio a procura de Megan, fez faculdade com ela e tudo mais, usando essa identidade nova, e ela não se lembrava dele, pois como havia sofrido muito com a mudança, ela se jogou do telhado e bateu a cabeça, perdendo memórias da juventude. -Respirava. _Pai isso é muito ... _Isso não é nada. Após tudo isso. John se aproximou e fez ela se apaixonar e ao mesmo tempo fez jogos com ela, onde neles, ele tirou a vida de muitas pessoas, e tentou tirar a vida de seu avô Steven.  Sequestrou ele no intuito de que Megan se entregasse e fosse embora, e foi o que ele conseguiu. Meses depois, encontramos-los e trouxemos ela de volta, mas ele fugiu por muito tempo, e agora, está tentando se aproximar. Até queimou a nossa casa. -Pulei pequenos detalhes. _Como pode pai, existir alguém tão ... -Hinna não encontrou palavras para terminar. _Tão Psicopata! -Disse Ana sentada na poltrona ao lado. _Mas o importante é ficarmos juntos. Sua mãe não está nada bem, e ela precisa de você com ela. -Falei liga Hinna contra o peito. _Tudo bem pai, eu entendo. Não se preocupe, vou ficar atenta. _Bom, acho que ja está na minha hora. -Falou William se levantando. _William não acho que seja bom você ir agora, ja está tarde. Acharemos um lugar pra você dormir essa noite e amanhã conversamos. -Falei tocando o ombro do rapaz, que ficou contente. _Pai posso colocar um colchão no chão do quarto onde estou. -Falou Hinna um pouco receosa. _Tudo bem, desde que não seja tão perto. -Disparava um olhar para ele e depois ri. _Pode confiar em mim. -Disse William. _Vou confiar nos dois. Enquanto estava por me retirar, Ana pegou em minha mão e me olhou agradecida, era a melhor coisa que eu podia ter feito. Assim todos ficávamos juntos. • Narrado por Hinna • Subimos para o quarto, eu e William. Ele me avalia com o sofá cama que havia nenhum quarto, ao qual eu nunca notaria se minha avó não incluiu aqui. _Seu pai não é nada do que imagina. -Disse ele me olhando. _Como você imaginou? -Sorri. _Imaginei que ele fosse severo, e que jamais me deixaria nem passar pela porta. E não um pianista conservador e calmo, e um pai atencioso. -Falou ele com um tom triste. _Meu pai é um homem incrível. _Queria ter a sua sorte! -Disse ele sorrindo fraco. _Logo não vai precisar ter inveja. -Deixei escapar a ideia de dividir minha família com ele. _Você é sempre tão impulsiva? -Ele disse me deixando vermelha. _Só perto de você. -Murmurava. _Não adianta falar baixo, eu ainda posso te ouvir. -Ele riu me atacando uma almofada. _Ei, vai me agredir agora? -Ri. Após momentos eufóricos e engraçados, William deitou e calou-se e eu fiz o mesmo.  Ouvir o som de sua respiração era formidável. Não sabia o quanto podia ser impulsiva.  Me levantei devagar e fui até a sua cama, deitei-me ao seu lado e me cobri, coloquei minha cabeça em seu peito ouvindo como batidas de seu coração.  Pensei que ele estava dormido, mas que quando seu braço se envolveu em mim. _Porque demorou tanto. -Disse ele. _Estava te esperando dormir. Para não assustar-te. -Falei baixo. _Estaria assustado se está longe de você agora. -Assim que ele falou, ouvi seu coração acelerar. _Talvez eu não seja impulsiva sozinha .. -Sorri. Adormecemos ali juntos, o que era assunto e maravilhoso, uma mistura com adrenalina. Eu lembrar de acordar primeiro que meus pais, para evitar qualquer tipo de cena que não pudesse ser explicada.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD