Capítulo 6: As Folhas Alfas

1604 Words
"Às vezes o coração vê o que é invisível aos olhos." – H. Jackson Brown, Jr. À medida que as semanas passavam, Rose começou a se assimilar na alcateia. As coisas estavam bem na maior parte. Ela fez amizade com uma das lobas em treinamento chamada Lana. Lana a levou por aí, mostrou como as coisas funcionavam e basicamente explicou a hierarquia. O irmão mais novo de Xavier, Anthony (ou Tony, como todos gostavam de chamá-lo), assumiu o posto de Beta e o pai de Rose se aposentou para se juntar ao Conselho dos anciãos. Secretamente, seu pai havia confidenciado a Rose que estava feliz por finalmente tirar um tempo e agora poderia passar um tempo de qualidade com ela. E foi o que ele fez. Seu pai a levava pelo território da alcateia, explicando o significado de cada parte. Certas áreas eram mais férteis do que outras e tinham potencial para agricultura. Havia um riacho que era habitat primordial para uma vida aquática única. Rose sabia que seu pai estava lhe ensinando as coisas da terra, ainda com esperanças de que ela se tornasse a futura Luna. No entanto, ele não via o que Rose via. Xavier não tinha interesse nela. Pelo menos não em um sentido romântico. Agora que ela havia conseguido morar com a alcateia e frequentar o ensino médio com a alcateia, a épica história de amor de Xavier e Alyssa também foi revelada. Alyssa era filha do Alfa de uma alcateia vizinha. Eles frequentavam o ensino médio juntos e se apaixonaram. Namorados de escola, Rose pensou amargamente. Era exatamente o que ela sempre quis para si mesma. Ela era uma romântica incurável. Às vezes, durante as aulas, ela pensava sobre o que poderia ter sido. E se ninguém tivesse tentado sequestrá-la quando bebê? Talvez Xavier e ela tivessem crescido juntos, apaixonando-se organicamente porque ambos já sabiam que estavam destinados a ficar juntos. No entanto, as coisas não aconteceram dessa forma. Ele amava outra pessoa. E Alyssa não era uma pessoa r**m quando você a conhecia. Era até difícil odiá-la, Rose teve que admitir. Xavier costumava passar a noite na casa dela ou ela ficava com ele. Eles eram quase inseparáveis. Sempre que ela vinha para a alcateia, trazia presentes para os filhotes. Ela até se voluntariava para ajudar no orfanato da cidade local. Para acrescentar insulto à injúria, Alyssa também era linda, com curvas nos lugares certos. Rose às vezes a observava entrar e sair, as mãos do Alfa colocadas possessivamente em sua cintura ou até mesmo nas costas do bolso da calça jeans dela. Os pensamentos saudosos do "o que poderia ter sido" pareciam correr incessantemente na mente de Rose, mas ela não guardava rancor de Alyssa. Ninguém podia controlar quem amava. Xavier não amava Rose e, sinceramente, Rose não o amava. Era apenas o pensamento da oportunidade perdida de amá-lo que a deixava saudosa. Rose estaria mentindo se não admitisse que estava um pouco aliviada de que, em algumas semanas, Xavier estava indo embora para concluir seus estudos no exterior, enviado por sua Universidade. Aparentemente, Alyssa iria com ele. Ele estava matriculado em tempo integral para um curso de bacharelado e parte do programa acelerado era passar um ano na Europa. Ele estava animado e Rose estava aliviada. Anthony e seu pai ficariam responsáveis durante sua ausência. Foi na véspera de sua partida, quando toda a alcateia estava fazendo uma festa de despedida para ele, que Xavier levou Rose para um canto, para o jardim dos fundos da residência do Alfa. "Como você está, Rose? Você gosta daqui?" ele perguntou, encontrando seus olhos. Ele tinha secretamente mantido um olho nela. Gostando ou não, sua mãe estava certa. Ela era responsabilidade dele por ser m****o da alcateia. Não importava o fato de que, quando ele dava uma olhada furtiva nela, ele não conseguia deixar de pensar como o sorriso dela era fofo ou que a cor de seus olhos azul escuro era única. Rose deu de ombros, caminhando até o conjunto de balanços e sentando em um dos balanços de metal que o pai de Xavier provavelmente havia colocado no quintal para seus filhos brincarem. Havia também um escorregador de metal ligado ao conjunto de balanços pelo qual Rose fingia estar interessada em olhar. Ela conseguia pensar melhor quando não precisava encarar aqueles olhos que pareciam ter a cor marrom profunda de uma floresta depois da chuva. "Minhas aulas estão indo bem. Eu estava em um programa avançado em minha antiga escola. Eles têm algo semelhante aqui. Vou receber créditos universitários pelas aulas que completar durante o último ano do ensino médio, que está prestes a começar. Todos na alcateia são muito legais." Rose falou cuidadosamente, mantendo os olhos desviados e se perguntando o que Xavier queria. Ele passou a melhor parte desses últimos meses a ignorando completamente. Por que ele de repente estava tão interessado em falar com ela hoje à noite? O medo agarrou seu coração com uma perspectiva assustadora e ela olhou para ele rapidamente. "Você... você quer que eu vá embora?" ela perguntou cautelosamente. "Não, Rose, eu não quero que você vá embora." Xavier assegurou suavemente. "Eu só queria ter certeza de que você está bem. Ouça, Rose..." ele expirou antes de continuar. "...ainda não sabemos quem é a pessoa que planejou te prejudicar desde que você era um filhote... um bebê... o que quer que meio-lobisomem seja chamado." Ele terminou sem jeito. Rose continuou olhando para cima dele enquanto ele parava na frente dela. Seus olhos azuis pareciam estar o puxando para mais perto. Por algum instinto possessivo que Xavier não conseguia controlar, ele se curvou, segurando suas mãos nas dele, mas rapidamente soltou como se as mãos dela o tivessem queimado. Ele sentiu um choque abrasador percorrer todo o seu ser com o mero toque. Rose também sentiu e não estava prestes a ignorar isso. "O que foi aquilo?" Ela questionou confusa. "Não...nada...Rose, foi nada." Xavier afirmou mais firmemente do que sentia. "Não, eu sei que você também sentiu Xavier." Rose se levantou repentinamente, se recusando teimosamente a ignorar as faíscas elétricas que haviam surgido. "É o Alfa Xavier para você!" Ele rosnou ameaçadoramente. Por algum motivo, seu nome em sua língua parecia enviar uma emoção pela sua espinha e um sentimento caloroso surgia no fundo de seu estômago. Isso não era bom. Isso era o chamado do companheiro. Isso é porque ele a estava evitando. Sua proximidade estava tornando isso mais forte. Ele não poderia sair daquele lugar rápido o suficiente. Esperançosamente, quando ele retornasse e estivesse pronto para nomear sua Luna, o vínculo teria enfraquecido o suficiente. Rose não recuou diante do rosnado desumano de Xavier. Em vez disso, ela se manteve firme, mas balançou a cabeça. Quem ela estava chamando pelo primeiro nome, afinal? Não é como se fossem amigos. Mas ele não precisava ser tão c***l. "Alfa Xavier." Rose disse com frieza. "Peço desculpas por tê-lo perturbado e trazido até aqui apenas para acabar gritando com você." Ela afirmou enfaticamente, deixando claro que foi ele quem a levou para o quintal dos fundos para conversar. Se Xavier não estivesse tão agitado pelo toque deles, ele teria rido de como ela defendeu seu ponto de forma eficiente. No entanto, a maneira como ela estava ali, tão perto dele, estava tornando o chamado do companheiro mais forte e colocando-o em um humor amargo. "Olha." Ele disse, passando uma mão agitada pelo cabelo preto. "Eu só quero que você tome cuidado enquanto eu não estiver aqui. Seu pai foi dado um cargo adicional de regente Alfa enquanto eu estiver fora. Meu irmão também vai garantir que ninguém tente te atingir. Você está em boas mãos, mas fique atenta." Rose assentiu, engolindo o nó em sua garganta. "Obrigada, Alfa." Ela falou, sem encarar seus olhos. "Você faz parte da minha matilha, tenho a responsabilidade de garantir que você fique segura. Apenas mantenha sua cabeça baixa e mantenha aquilo..." ele apontou para a marca em seu braço. Estava claramente visível porque ela estava usando uma regata. "...coberto. Especialmente quando você não estiver no território da matilha." Ele concluiu. Rose apenas assentiu novamente, chutando uma pequena pedra com seu tênis. Ela não queria responder. Ela não queria falar com ele novamente. Havia uma dor surda em seu peito com a inevitabilidade de suas palavras. Ele estava partindo amanhã. Por que isso a afetava tanto? Por sua parte, Xavier de repente se sentiu m*l por ter descontado nela. Ele não tinha vindo aqui para perturbá-la. Ele tinha vindo aqui para falar com ela e, esperançosamente, garantir que ela se mantivesse segura. Agora que estava partindo, ele percebeu que sentiria falta de estar perto dela. Eles não podiam ser companheiros, mas talvez pudessem se tornar amigos eventualmente? "Te vejo por aí." Xavier finalmente disse com um pequeno sorriso. "Vamos, Princesa, pelo menos você poderia me dar um dos seus belos sorrisos antes de eu partir por um ano inteiro. Um para a estrada?" Rose olhou surpresa. Ele achava seu sorriso bonito? Sem que ela pudesse controlar, um pequeno sorriso se formou em seu rosto, como ele havia pedido. Na verdade, não era tão difícil quando ela olhava para aqueles olhos castanhos profundos e para seu rosto sorridente que destacava suas covinhas. Começando a andar para trás, ele lhe deu uma saudação falsa antes de finalmente se virar e voltar para a festa. Rose o observou partir antes de olhar para a lua cheia. Diziam que os companheiros eram um presente da Deusa da Lua. O que ela havia feito de errado para que tudo desse tão errado para ela quando se tratava do seu próprio companheiro?
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