Capítulo 4: Você é um Lobisomem

1324 Words
No fundo de nós — não importa quem somos — existe um sentimento de querer ser amáveis, de querer ser o tipo de pessoa que os outros gostam de estar junto. E a maior coisa que podemos fazer é fazer as pessoas saberem que são amadas e capazes de amar. – Fred Rogers *Recapítulo Anterior* "Eu sou mais resistente do que Estelle era. Ela sempre foi a mais frágil entre nós duas. Eu vou sobreviver." Mas a forma como a voz de Maria tremia deixava claro que até ela tinha dúvidas. Ela respirou fundo e continuou falando. "Uma vez... uma vez que você e o nosso Alfa tenham tudo sob controle, nós voltaremos." *Fim do Recapítulo Anterior* "Só que você nunca conseguiu ter tudo sob controle." O jovem que estava relaxado na poltrona de repente falou de forma dura... até acusatória. "Em vez disso, meu pai morreu e agora você me trouxe até aqui para conhecer uma garotinha..." seus olhos, cacos de gelo, examinaram Rose como se tivesse coisas melhores para fazer. Olhando para Thomas, o homem começou a falar. "...Eu pensei que não tivesse uma companheira. Você escondeu tudo isso de mim. Eu tinha o direito de saber." Rose, que estava indignada por ser chamada de garotinha, sentiu sua raiva aumentar. "Você tinha o direito de saber?" Rose falou sarcasticamente. "E eu? Eu não merecia saber a verdade sobre meus pais... minha mãe... meu..." sua voz engasgou ao encarar o estranho que alegava ser seu pai. "...pai..." ela terminou incrédula. "Você é quem mesmo...?" Thomas acenou com a cabeça, trazendo sua filha para outro abraço. "Sinto muito. Eu gostaria de ter te contado mais cedo," Thomas engasgou nas palavras, lágrimas escorrendo de seus olhos. "Nós... nós ficamos esperando que mais cedo ou mais tarde pegássemos o culpado! Eu sabia que eles estavam me observando... esperando que eu os levasse até você. Não tivemos escolha, você teve que desaparecer. Sua tia teve a gentileza de deixar a matilha para trás e te manter segura. Ela teve a gentileza de até... ela deixou de ser humana por você, Rose." Thomas disse com uma voz dolorida, acariciando o topo da cabeça de sua filha com amor. "Eu faria tudo de novo em um piscar de olhos se significasse manter Rose segura, mas me desculpe por ter que mentir para você," Tia Maria afirmou enquanto se aproximava, abraçando Rose após seu pai soltá-la. "Ainda estou com raiva das mentiras, Tia Maria," Rose respondeu tremendo, apertando sua tia em um abraço agradecido. "Mas obrigada por sempre estar aqui por mim. Você é a coisa mais próxima que já tive de uma mãe. Você... você me deu tanto amor... Eu..." e suas lágrimas silenciosas pareciam dominá-la enquanto agradecia silenciosamente a sua tia pelo sacrifício que ela fez para mantê-la segura. Então de repente, Rose recuou como se tivesse sido atingida por um raio. "Espera... espera... isso significa... vocês todos... somos... lobisomens?" Rose gaguejou confusa. "Sim, somos," sorriu Tia Maria. "Aposto que você não esperava por essa, né? Mas seu gene de lobisomem só será ativado quando você tiver 18 anos. O Dr. Danvers é nosso médico da matilha. Eu sempre te levo para consultas anuais com ele. Ele diz que quando você fizer 18 anos e se transformar pela primeira vez, é quando seus genes de lobisomem serão ativados. Você terá super força e super velocidade também." "E eu pensava que você era apenas atlética," disse apreciativamente dando uma olhada em sua tia. Tia Maria riu. "Acredite querida, mesmo pelos padrões dos lobisomens, eu sou a pessoa menos atlética entre nós. Agora, Xavier, venha aqui e conheça sua companheira." Os olhos de Rose se arregalaram quando o rapaz insolente que antes havia sido tão rude com ela se levantou com um suspiro exasperado. "Companheira? Você... você... deve haver algum engano," Rose disse, procurando uma explicação razoável. Xavier levantou uma sobrancelha, parecendo extremamente atraente ao fazê-lo, como se estivesse totalmente de acordo com Rose. "Eu gostaria," foi a resposta mortal dele. "Quer dizer, vamos lá... não tem como ela ter nem mesmo 16 anos. Vamos deixá-la aqui. Ela tem uma vida maravilhosa aqui, pelo menos é o que parece para mim. Não vamos virar o mundo dela de cabeça para baixo fazendo-a voltar conosco," Xavier disse agitado, passando a mão em seus cabelos ondulados e sedosos. Os olhos de Rose se arregalaram com as palavras de Xavier. "Você veio me pegar?" ela perguntou ao pai bruscamente. Thomas assentiu. "Nosso alfa morreu e Xavier é o novo alfa da nossa matilha. Precisamos trazer nossa Luna para casa para que você possa começar a se preparar. Você ficou fora por tempo demais, Rose." "Se...se preparar? Se preparar para o quê?" A cabeça de Rose começava a doer. Isso era informação demais para assimilar. "Para a cerimônia de acasalamento," Tia Maria deu um gritinho feliz. "Uma vez que você faça 18 anos—" "O quê?!" Rose gritou agudamente. Não havia chance de ela ir a algum lugar para acasalar com alguém. "Rose... como você cresceu com humanos, não está acostumada com as tradições. Mesmo para mim, sempre foi tão estranho quando eu falava com Estelle, mas você precisa dar uma chance," Tia Maria disse, acalmando-a, olhando para Xavier como se ele fosse perder a paciência. Por uma vez, Xavier estava sorrindo aliviado. "Veja, Thomas. Vamos embora. Todos têm o direito de escolher seu parceiro e—" "Você só diz isso porque você ainda não sentiu a atração do seu parceiro, Xavier", disse Thomas calmamente. "Eu sei que você pensa que está apaixonado pela Alyssa—" "Não penso... eu sei", Xavier retrucou, olhando seu beta de cima a baixo. Rigidamente ele continuou, "Agora que sou o Alfa, acho que é hora de você se aposentar e se juntar ao nosso Conselho dos Anciãos. Meu irmão é o próximo na linha para ser beta de nossa matilha, Thomas. Você fez seu dever muito bem. Vamos para casa e—" "Xavier." Thomas falou firmemente, controlando seu medo diante de seu novo Alfa. "Estou levando minha filha para casa. É hora dela voltar e começar a aprender sobre a matilha e treinar com a matilha como a futura—" "Ela não é a futura Luna!" Xavier exclamou com raiva. Pela primeira vez, Rose concordava plenamente com algo que Xavier havia dito. "Você ousaria desafiar a vontade da deusa da lua?" Tia Maria sussurrou. "Desde o primeiro Alfa e a primeira Luna de nossa matilha, foi decretado que a Luna seria marcada. Isso era para que a matilha soubesse quem proteger. Dentro de nossa matilha, é a Luna que dá poder ao nosso Alfa e o mantém equilibrado. Ela sempre nasce na terra da matilha e recebe o poder de conversar com os antepassados que partiram sempre que o Alfa precisa de orientação. Sem a sua Luna, você é fraco. Você não será capaz de acessar seu poder latente. Sua matilha perderá a base sólida que avançou apenas sob a orientação de seu pai." "Ah, por favor! Ela é parte humana. Você realmente acha que ela tem algum poder latente? Seríamos sortudos se ela conseguisse completar uma curva decentemente", Xavier zombou. "Além disso—", acrescentou. "- Quero poder escolher minha Luna." Xavier encerrou calorosamente. Ele olhou para Rose por um segundo antes de perguntar a ela: "Podemos conversar em particular?" Rose assentiu em silêncio e Xavier fez um sinal para que ela o seguisse até o jardim da casa. Ela achou Xavier irresistivelmente atraente como qualquer garota com olhos acharia. Ele sem dúvida exalava poder e tinha a beleza para combinar com aquela aura dominante dele. No entanto, isso não significava que Rose queria se acasalar com ele! Isso era sério demais. A maioria das garotas queria um carro novo em seu aniversário de 16 anos, Rose ganhou um parceiro. Suspirando e tentando ignorar as batidas rápidas de seu coração, Rose seguiu obedientemente Xavier, se perguntando sobre o que ele queria conversar.
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