Hugo Raffael Mariano - Ameaça de ataque.

1259 Words
Hugo Raffael Mariano Faz alguns minutos que chegamos ao nosso esconderijo. É um lugar seguro, bem preparado e protegido. Quanto ao tal Rodrigo, ele está recebendo mais alguns cuidados médicos e parece que a situação dele não é tão grave pelo menos não há danos em nenhum dos órgãos, apenas mesmo as lesões e ferimentos externos que são um pouco mais graves. O Valentim desde que chegou está sentado em frente aos computadores, ele trabalha sem parar tentando rastrear o mais rápido possível toda movimentação realizada nos últimos dois meses no número de celular que acreditamos ser da pessoa responsável pelos ataques que irão acontecer hoje à noite no nosso país. Assim que chegamos nós retiramos apenas o material, mas continuamos com nossos trajes de combate. os soldados estabeleceram-se em posições estratégicas caso nosso esconderijo seja descoberto e haja necessidade de nos protegermos ou mesmo de nos movermos rapidamente. Estou muito pensativo, sento em uma cadeira ao lado do Valentim que ainda está muito concentrado em suas telas. Olho para a porta e vejo Lorenzo entrar, sua fisionomia deixa claro que ele também está a pensar em tudo o que aconteceu. Então o Valentim aperta algumas teclas e se afasta com a cadeira da mesa, ele vira-se ainda sentado e começa a falar. — Temos muito que analisar e rever. Cometemos alguns erros hoje e quase falhamos. Mas de nós três acredito que aquele que mais falhou fui eu. Uma vez que perdi um dos meus soldados. — Sabemos que a vida de um dos nossos não tem preço. Na verdade, Valentim você teve o custo real, mais visível. Que foi uma morte, contudo eu também tive grandes falhas nessa missão além de ter um soldado ferido. Percebo que nosso pai está certo. Não estamos prontos e nem sei se estarei... — Falo com pesar. — As expectativas colocadas em nós são muitas. Somos os melhores soldados da nossa geração na máfia, somos extremamente treinados. Entretanto a prática real envolve muitas outras variáveis. Decisões que precisam ser tomadas em segundos e ainda não deixarmos nossas emoções interferir. — Lorenzo me olha. — Acredito que as experiências que precisamos passar irão nos moldar e teremos que cedo ou tarde lidar com as perdas. Eu me deixei levar por coisas do passado e quase comprometi a todos nós. — Digo realmente chateado. — Não fale isso Raffael. Não se culpe. Só estamos vivos graças a você! Graças a sua capacidade incrível de detecção. Chega a ser engraçado, pois até então toda aquela armadilha também havia passado despercebido por mim. Foi preciso perder o controle para que assim eu conseguisse respirar fundo e sentir. Lorenzo olha sério para mim e depois para a Valentim. Respira fundo parecendo muito frustrado e então começa a dizer. — Ambos estão errados, reconheço as suas falhas, porém a mais grave foi da minha parte. Valentim, sim, talvez pudessem ter eliminado o drone antes que ele se aproximasse do soldado que veio a falecer. Mas ao interceptá-lo poderia ter causado uma explosão maior e sabe-se lá quantos de vocês teriam sido atingidos. Enfim, teremos apenas que aprender com esse erro. Quanto a você Hugo Raffael tenho que pedir desculpas, não comuniquei a vocês sobre a gravação e percebi que foi isso que o afetou tanto. Apesar que no fundo devemos agradecer, pois graças ao seu descontrole foi possível identificar a armadilha. E aí vem a questão, eu sou o Dom e era o meu papel analisar e julgar aquela situação. Mas deixei-me levar pelo meu ego. Achei que estava tudo tão ao nosso favor, que éramos tão dominantes que eles apenas realmente se renderiam. Não imaginei que poderia ser uma armadilha, uma emboscada. Lorenzo fala assumindo toda a responsabilidade. Valentim e eu trocamos olhares. — Tive sorte do Laercio ser um covarde. Pois caso contrário neste momento não estaria aqui dentro tendo essa conversa com vocês. Se ele estivesse com algum explosivo preso ao corpo assim que eu comecei a atacá-lo teria desencadeado a explosão matando-o, eu e também vocês que estavam próximos. Sem falar nos arcanjos e os outros soldados. Vocês conseguem entender isso? Se tem alguém aqui que ainda não está preparado com certeza sou eu. Mas eu prometo a vocês que eu vou me dedicar ao máximo a partir de hoje para ser o mais perto possível do Dom mais preparado que a nossa máfia já viu! Abraçamos o Lorenzo passando os braços por seus ombros. Encostamos as nossa cabeças e ficamos assim por um tempo. — Entendo agora também porque nosso pai disse que há essa necessidade de passar o cargo de Dom para mim. Porque por mais que nós já estejamos executando nossas funções, no fundo nós sabemos que temos o Dom Ângelo para tomar todas as decisões difíceis por nós, que temos o consigliere Nicolas para fazer todo o trabalho de Conselheiro por nós. Melhor, por vocês. Que temos os arcanjos da primeira geração nos protegendo. Então muitas vezes não exigimos tanto dos nossos arcanjos da segunda geração e ao fazer isso estamos prejudicando a eles, pois em breve serão eles que estarão atuando em nossa proteção, apenas eles. — Lorenzo, você está certo. Precisamos nos concentrar e nos dedicar a máfia. Na nossa idade nosso pai já era Dom e Nicolas o consigliere. Acredito que assim como nós eles cometeram seus erros. Mas o que não podemos é brincar de sermos mafiosos. — Valentim fala olhando em nossos olhos. — Tanto você Valentim quanto você Lorenzo estão certos. Somos excelentes soldados e todos sabem disso. Agora vamos tratar de sermos os melhores como Dom e Consiglieres. Digo com convicção. — Vamos! — Valentim diz sorrindo. — Com certeza vamos. — Lorenzo afirma. Os computadores do Valentim começam a alarmar. Os dados aparecem na tela. Dividimos o telão com o conselheiro Vittório, Dom Ângelo, Nicolas e todos os arcanjos que estão na sede da máfia. Dom Ângelo respira aliviado quando nos ver. — Valentim conseguiu recuperar o corpo do soldado morto? — Nicolas perguntam. — Não consigliere. A explosão foi de grande extensão. Não havia o que recuperar. — Entendido. — Ele afirma com pesar. — Hugo Raffael como está o Rodrigo Márquez? É realmente ele? — Dom Ângelo me indaga. — Sim, Dom! Verificamos as digitais e o tipo sanguíneo dele. Ele está estável, fora de perigo. As informações que o Valentim levantou dele procede? — Sim. Ele era um dos homens de confiança do Dom Manuel e nosso parceiro. Sumiu logo que o Laerte matou o Manuel. Acredito que esteve preso por todo esse tempo. — Algumas lesões ósseas dele são de anos atrás. Mas onde será que ele estava quando vocês invadiram o país? —Pergunto curioso. — Saberemos de tudo quando ele acordar. — Meu pai volta o olhar para o Lorenzo. — Dom Lorenzo, fez um bom trabalho. — Lorenzo apenas assentiu. — Agora temos que nos concentrar em descobrir o alvo do ataque. Temos apenas algumas horas até a meia noite. — Dom vamos fechar as boates de Roma. Se caso não evitarmos o ataque não teremos perdas de vidas. Lorenzo fala e vejo o olhar inquisitório do Dom Ângelo. — Podemos arcar com esse prejuízo facilmente. Mas e se o executor do ataque estiver vigiando e mudar o alvo? O que faremos Dom Lorenzo? Nosso pai pergunta com a sobrancelha arqueada e Lorenzo nos olha. Somos seus conselheiros e temos que ajudar ele a analisar todos os cenários. — Lorenzo, nossa melhor chance é rastrear o celular... Valentim me interrompe e diz. — Consegui!
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