Valentim Mariano
Danço agarrado com a loira e já passo as mãos pela lateral do seu corpo. Vejo uma mulher ao longe e é idêntica a filha do Rogger de costas. Os cabelos pretos, que agora parecem ser meus preferidos.
‘Ela é casada Valentim.’
‘E está numa boate?’
‘Não é da sua conta. Foca no que veio buscar: SEXO.’
Depois de travar uma disputa na minha mente, viro e beijo a mulher com quem estou dançando e para minha sorte o beijo dela é instigante. Aprofundo e a safad@ já passa a mão no meu corpo e aperta meu p@u. Assim fica mais fácil focar no que vim buscar.
Encerro o beijo e ando com ela até a saída, coloco minha mão em seu cóccix e a guio. Raffael me olha estranho. Peço um minuto a mulher e vou até ele.
— Você está bem Valentim? Tem certeza que vai sair com essa loira?
— Estou bem irmão. Só preciso relaxar. — Sorrio para ele e me afasto antes que ele tenha certeza que tem algo está errado comigo.
Alessia Carbone
Estou em uma das melhores boates da máfia Mariano. Estou comemorando a minha volta com duas amigas. Claro que elas são da máfia também.
Olho todo o espaço que já está bem cheio e não acredito quando meus olhos veem dois dos herdeiros entrar. Eles são homens belíssimos. No outro dia no estacionamento da máfia vi um deles pelo retrovisor do meu carro. E fiquei impressionada. Eles sempre foram lindos, desde de crianças. Mas agora estão um espetáculo de homens. Mas o Valentim com certeza é o mais gostoso. Ele tem algo diferente, sempre teve, acho ele o mais lindo e não sei como consigo saber quem é. Sempre conseguir.
Olho discretamente e confirmo que se trata do Valentim e do Hugo Raffael. Sigo para uma posição mais privilegiada e observo-os. Não posso crer. Como o Valentim é descuidado. m*l chegou e já está se agarrando com a primeira que viu.
Viro rapidamente quando percebo o olhar dele vir na minha direção. Mais uma vez ele me verá apenas de costas. Sinto minha pele queimar e sei que ele está me encarrando. Quando volto a olhá-lo não acredito. Ele está saindo com mulher. Sorte a dela.
Para o Valentim isso pode ser um erro com um alto preço a se pagar. O típico descuido de quem pensa com a cabeça de baixo. Acho que terei que pedir ao meu pai para reforçar alguns treinamentos com os herdeiros. E pela cara que o Hugo Raffael fez quando viu o irmão saindo da boate acredito que ele vai concordar comigo.
....
Valentim Mariano
Uma semana depois.
Conseguir colocar a cabeça no lugar. Fiquei com várias morenas essa semana. Escolhi pelo cabelo, tinha que ser longo e preto. E deu certo o fascínio acabou e parei de pensar na mulher proibida.
Estamos no meio de transações importantes para a máfia. E preciso estar 100% focado. Nicolas nos deixou a frente de tudo. Ele está nos avaliando. Não podemos fazer merda.
À noite toda operação está montada. Nos reunimos na sede da máfia, nos preparamos com armamentos pesados. Os arcanjos do nosso pai irão nos acompanhar. É uma negociação sensível com os portugueses. Qualquer erro e tudo pode dar errado. Principalmente por eles não saberem que irão negociar comigo e com o Hugo Raffael. E não com o Dom Ângelo ou o consigliere Nicolas.
Queria que o Lorenzo estivesse conosco, mas seria muito arriscado o futuro Dom estar presente. Mesmo o encontro acontecendo em nossas docas.
Saímos da sede da máfia em vários carros. Oito dos arcanjos da primeira geração estão nos acompanhando (Lucas, Lucca, Raffael, Allan, Nicolas, Gianluca, Lorenzo e Mattias). Além do Magno e do Mario, nossos arcanjos. E muitos soldados.
Assim que estabelecemos o perímetro seguro saímos dos carros. Raffael e eu assumimos a dianteira. Entramos no modo ANJOS MARIANO. Nossa postura é dominante. Nicolas e Lucca seguem ao nosso lado.
— Buonasera signori! (Boa noite senhores!).
Cumprimentamos os portugueses e eles nos olham com desdém.
— O que está acontecendo aqui? Isso é alguma brincadeira consigliere Nicolas? Vão colocar rapazes para negociar conosco?
— Quanta falta de respeito.
— Isso é um absurdo.
Olho com ódio para esses velhos. Apesar de terem no máximo uns 45 anos. Julgo como velhos rabugentos. Hugo Raffael me olha com determinação e sei que devo controlar meu ódio.
Abrimos os botões dos nossos ternos ao mesmo tempo e sentamos de frente para os homens. Nossos soldados já estão espalhados em pontos estratégicos. E os arcanjos permanecem atrás de nós.
— Permitam nos apresentar. Sou Hugo Raffael Mariano e esse é Valentim Mariano. Mas devem nos conhecer como ANJOS MARIANO.
Raffael fala calmo e sereno. Mas a postura dos homens muda imediatamente.
— Vejo que nos reconhecem. Ótimo. Vamos aos negócios. — Digo firme e eles assentem.
Durante a negociação percebo um dos soldados deles suando. Não está tão calor aqui assim. Olho para o Raffael e ele entende.
Em segundos tudo muda.
Sacamos nossas armas e colocamos na testa dos três homens a nossa frente e eu aponto uma outra arma para o soldado que chamou minha atenção. Atiro em seu ombro.
— O que diabos está acontecendo aqui? — O líder deles pergunta espantado.
— É o que quero saber. E rápido. Ou mataremos todos vocês aqui. E depois iremos atrás de todos os seus. — Brado como uma fera raivosa.
Magno e Mario se aproximam e apontam as suas armas para os homens sentados em nossa frente. Eles parecem realmente não estarem entendendo nada.
Hugo Raffael anda até o soldado ferido e enfia a arma no seu ferimento.
— Quem é esse soldado? A quanto tempo trabalha com vocês? — Ele pergunta.
— Ele é novo. Faz seis meses que está conosco. — O líder responde com a voz oscilante. Enquanto Raffael desarma e revista por completo o homem ferido.
— Que p***a estavam pensando? Hã? Trazer um soldado novo para uma negociação tão importante. Estão buscando a morte. Porque garanto que se não explicar toda essa merda esse será o destino de vocês. — Brado com raiva.
Ouvimos muito tiros do lado de fora.
— Lucas e Allan, qual a situação? — Pergunto no comunicador.
— 5 veículos com diversos atiradores. Consigliere Nicolas será tranquilo contê-los, mas sugiro a retirada dos herdeiros.
— Lucas! Eu e o Hugo Raffael estamos no comando aqui. Arcanjos, protejam o consigliere Nicolas. Magno e Mario venham conosco. Vamos para o combate. Allan e Lucas estamos chegando. Deixe um pouco de diversão para nós.
Ouvimos palavras em espanhol e indago o soldado ferido.
— Vocês são espanhóis?
— Sim. Vocês não nos pagaram ainda por todo m*l que nos fizeram italianos medíocres.
— Put@ merda. Vocês não aprendem nunca?! — Falo gargalhando.
— Soldados, protejam os nossos sócios portugueses. — Raffael diz e sorri, ele herdou o sorriso do Anjo da Morte. Até eu tenho medo.
Seguimos para fora e revidando os tiros. Estava com saudades já de entrar em confronto. Matamos alguns e os outros tentam uma posição de vantagem sem sucesso. Lorenzo nos chama no comunicador.
— Fala irmão! — Digo rápido.
— Estão se divertindo sem mim?
— Um pouco. Nada muito satisfatório.
— Deixem alguns vivos para brincarmos na sala de tortura.
— Não garanto nada. — Ele gargalha e desliga.
Depois de quase matarmos todos. Os sobreviventes tentam fugir em um dos carros.
— Sério isso? — Pergunto já correndo para o carro. Hugo Raffael faz o mesmo.
— Arcanjo Raffael? — Falo surpreso assim que ele entra ao meu lado no carro e se senta no banco do carona.
— Vou com você Valentim. Me mostra tudo o que aprendeu. — Ele pisca para mim. Saio acelerando com o carro.
— Que comece a diversão! — Digo e gargalho.
Coloco o cinto e a perseguição segue intensa. Ainda bem que o porto é afastado, as ruas desertas são perfeitas para uma perseguição. Atiramos enquanto dirigimos. Hugo Raffael e eu sempre gostamos dos treinamentos de perseguição em veículos. Somos especialista nessas situações.
Ouço o Lucca vibrando com as manobras do meu irmão pelo comunicador. Atiramos nos pneus do carro dos ratos fujões e o carro capota. Dois homens se arrastam para fora. Paramos os nossos carros lado a lado e nos comunicamos em sinais.
Atiramos nos membros inferiores dos homens quando eles já se afastaram o suficiente do carro e depois no motor do carro que explode. Pegamos os dois malditos e sorrimos.
— Vamos ter diversão garantida nos próximos dias.
Gargalho após dizer isso e ver o desespero nos olhos dos homens.