Do lado de fora do escritório, Gusmão aguardava Sara dentro do carro, em tão pouco tempo com ela, a impressão que ele tinha a respeito dela, era de uma mulher mimada e bem arrogante, mas ele tentava deixar isso de lado, afinal o seu foco era outro, era proteger ela de ser sequestrada, missão ela repassada para ele, além de descobrir informações sobre sua família, sobre a empresa... Afinal, será quem e por que estavam tentando sequestrar ela?
Gusmão: Afinal o que os sequestradores podem estar querendo ? Se fosse dinheiro, não seria bem mais fácil eles ligarem, ameaçarem... Fazer alguma chantagem primeiro? Tem alguma coisa nisso bem estranha... E este escritório? O que será que ela veio fazer aqui? talvez seja algo sobre a empresa dela...
Só por precaução, Gusmão anota em seu caderno... " Escritório Herreira"...
Dentro do escritório, Sara ainda estava conversando com Sebastião, ela sabia que as informações contadas por ele tinham seu fundo de verdade, preenchiam de fato muitas respostas que ela nunca havia exigido de seu avô, ou será que estas respostas que ela nunca exigiu, foi apenas manobras de Bruce, para tirar o foco do que ele havia feito...
Sebastião: Sara, se você duvida de alguma coisa que eu te digo, pode investigar, pergunte a Valdirene, ou a Sandoval se eles ainda trabalharem na sua casa... Eles podem confirmar tudo... Eles ainda trabalham, não é?
Sara: Sim, eles trabalham, Sandoval já poderia estar aposentado, mas ele serve a nossa família como mordomo há tantos anos... E Valdirene também ainda trabalha, os considero minha família, e com certeza os perguntarei algumas coisas, mas isso não quer dizer que vou te chamar de pai, ou me aproximar de você, são 28 anos afinal de contas, isso é muito tempo.
Sebastião: Tudo bem Sara, eu compreendo você perfeitamente, afinal já tenho 58 anos, estou ficando velho, a idade chega para todos, só quero corrigir minhas rotas, me aproximar das pessoas importantes para mim, e viver minha vida em paz, depois de tudo que passei.
Sara: Entendo... E você... Casou? Tem família? Filhos?
Sebastião: Sim, eu me casei, minha esposa se chama Rubi, infelizmente, nunca tivemos filhos, já que Rubi é estéril...
Sara: Sinto muito...
Sebastião: Rubi é uma mulher fantástica, esteve ao meu lado por anos, nos conhecemos no Equador, há 20 anos, temos 18 anos de casados, ela vai adorar conhecer você... Na verdade ela me deu a maior força para eu me aproximar de você... Filha!
Sara: Veremos, eu tenho que ir, agora que tirei minhas dúvidas, é...
Sebastião: Já sei! Não devo esperar nada! Não me chamará de pai, ou coisa do tipo... Tudo bem, mas saiba que se precisar de mim... Sabe onde me encontrar...
Sara apenas se levanta e vai até a porta e vai embora, sem sequer despedir-se.
Sebastião: Filha, como você... Me lembra sua mãe! Diz ele assim que ela sai.
Sara caminha do lado de fora até o carro onde Gusmão lhe esperava.
Sara: São 17:30 agora, não vou voltar para a empresa, me leve até minha casa...
Gusmão: Sim, como não!
Sara lhe dá as coordenadas e ele segue rumo ao destino.
Gusmão: Fique tranquila senhorita, eu ficarei lhe protegendo, mesmo na sua casa, neste momento 1 carro com policiais disfarçados nos segue a distância apenas por precaução.
Sara : Acho bom mesmo, façam o trabalho de vocês, e descubram o quanto antes quem é o que querem comigo.
Gusmão: a senhorita, havia ido ao escritório do dr Sebastião Herrera a negócios?
Sara: Tenho que lhe dar satisfação de onde vou e o que vou fazer agora? Olha Gusmão... Falemos apenas o necessário, não me leve a m*l, eu sou mesmo anti-social, tá bem?
Gusmão respira fundo, se contendo para não dar uma resposta que ele achava mais adequada.
Gusmão: Sim senhorita, me desculpe...
O celular de Gusmão tocava, era uma chamada do delegado Durval.
Gusmão: Delegado! aqui tudo em paz, estamos indo para a mansão agora, tudo tranquilo, não tive contato com os policiais que me dão suporte, mas eles estão nos seguindo desde a saída da empresa.
Durval: Seguindo? Tem certeza disso? Eles saíram da delegacia agora Gusmão! Me passa a sua localização! Deve ser outra tentativa!
Gusmão olha no retrovisor e percebe o mesmo carro na cola deles...
Gusmão: Delegado, estamos na Avenida principal, que passa perto do túnel que vai para a zona sul.
Durval: Mantenha a calma, e dirija por onde possa haver grande fluxo, mantenha sua localização ativada, os reforços irão agora.
Gusmão acredita ser melhor não fazer alarde, ele se cala e muda a rota do caminho, observando no retrovisor, mas Sara, esperta, percebe a mudança de rota.
Sara: Ei! O que você está fazendo? Não deveríamos ir por aqui! Por acaso você está me sequestrando?
Gusmão: Eu não queria lhe dizer nada senhorita, mas acho que os sequestradores estão nos seguindo agora, eles estão nos seguindo desde a empresa, eu acreditava ser policiais, mas agora que estão sendo enviados para nossa localização.
Sara fica nervosa, aquele estava sendo um dia bem cansativo e estressante.
Sara: Meu Deus, eu só quero que este dia acabe logo! O que e por que querem me sequestrar? O que querem comigo?
Gusmão: Não se preocupe, nenhum perigo vai acontecer com você, enquanto eu estiver por perto.
Gusmão acelera o carro tentando despistar os perseguidores...
Enquanto isso, Sebastião estava feliz em ter conseguido se aproximar de sua filha com Estefânia, era um desejo dele de anos... em seu telefone uma chamada de sua esposa.
Sebastião: Alô? Rubi meu amor... estou feliz, consegui falar com minha filha, num primeiro momento, as coisas não fluíram muito bem, mas acho que vamos acabar nos entendendo...
Rubi: Fico feliz por você, sei o quanto este reencontro representa para você, liguei apenas para dizer que não esqueça da festa de hoje a noite, tudo bem...
Sebastião: Tudo bem, eu voltarei mais cedo, em casa conversamos melhor...
Eles desligam a chamada, do outro lado da linha, Rubi estava pensativa.
Rubi: Não bastava conviver e disputar com o fantasma da tal Estefânia, agora a tal filha deles.... Sebastião está empolgado... Se ao menos eu tivesse lhe dado uma filha também... Mas tudo bem, farei de tudo para os dois não se aproximem...