Sara finalmente conhece o homem designado pela polícia para fazer a sua proteção, E a impressão inicial um do outro é bem diferente do convencional.
Gusmão: Me disseram que a senhorita era mesmo dura na queda, agora acredito mesmo que deu conta dos 3 sequestradores...
Sara: 3 não, eram 4, e eu não estava levando muita fé em me mandarem um policial para fazer a minha proteção, sabe, eu nunca precisei dessas coisas, minha mãe morreu logo depois que nasci, fui criada pelo meu avô desde sempre, ele me ensinou artes marciais desde cedo, é uma situação nova para mim, depender de alguém para fazer a minha proteção... Mas sente-se... Gusmão...
Gusmão: Obrigado, bem, tentarei ser o mais discreto possível, tenho que fazer a sua proteção no trajeto do trabalho para casa, e por onde a senhorita for, até que descubramos o que querem com você.... Basicamente é isso.
Sara: Bom, que seja... Meu motorista pediu demissão depois de hoje, eu preciso de um novo motorista, acha que é perigoso contratar alguém? Não sei... Posso estar contratando um bandido não é?
Gusmão passa a mão no rosto... E pensa por alguns segundos...
Gusmão: Eu serei seu novo motorista! Facilitará bastante as coisas para mim, e poderei estar próximo de você, sem levantar suspeitas...
Sara arremessa a chave do carro para ele, que mostra reflexo ao pegar as chaves.
Sara: Saiu às 18:00 da empresa... Esteja a postos, não gosto de perder tempo, nem chegar atrasada em meus compromissos... Agora vai! Fique lá pela recepção, tenho muitas coisas para fazer ainda...
Gusmão percebe aquele jeito mimado e marrento, metida a mandona de Sara, seria um problema, mas como um bom profissional ele vai ignorar aquilo.
Gusmão: Com sua licença...
Sara não dá a mínima,ela senta-se em sua cadeira, e observa sobre sua mesa o cartão de visitas deixado por aquele homem quando esteve ali mais cedo, Sebastião Herrera, que se apresentou como seu pai.
Sara: Era só o que me faltava...um pai!
Impulsivamente Sara se levanta, pega sua bolsa e sai de sua sala, passa na mesa de Tânia sua secretária.
Sara: Tânia, cancele todas as reuniões e compromissos que possa haver agora a tarde, não quero atender ninguém hoje...
Tânia: Mas senhorita? E os investidores que vêm da China? A senhora disse ontem que não podia adiar o negócio para fechar com eles...
Sara: Muito bem Tânia... Eu disse ontem! Agora eu tenho uma coisa pessoal muito importante para resolver, e com certeza... Eles vão fechar conosco! Não encontrarão negócios mais vantajosos em nenhum lugar do mundo! Diz confiante, e saindo em seguida.
Tânia: Prepotente como sempre... Bem diferente do Dr Bruce...
Sara chega na recepção, Gusmão estava sentado lendo um jornal, quando Sara se dirige a ele.
Sara: Ei! Seu nome é Gusmão... Não é isso? Quero que me leve num lugar, tem umas coisas que eu quero checar.... Diz ela entregando o cartão deixado por Sebastião na sua mesa.
Gusmão: Herreira advocacia... Este é o escritório de Sebastião Herreira... O maior advogado do país....
Sara: E por sinal, parece que ele é meu pai, anda, me leva lá!
Gusmão começa a se incomodar com aquele jeito mandão e autoritário.
Os dois entram no carro, e seguem em silêncio, até Gusmão fazer uma pergunta.
Gusmão: Sebastião Herreira é casado com Rubi, uma conhecida socielity...Não sabia que a senhora Rubi, era sua mãe...
Sara: E não é! A minha mãe se chama Estefânia, e faleceu quando eu era muito nova... E eu não quero falar com você sobre minha vida pessoal, Gusmão, seu trabalho é me acompanhar para me dar proteção, caso eu seja novamente vítima de um sequestro não é isso mesmo? Então limite-se a isso e não teremos problemas.
Gusmão percebe o quanto seria difícil passar aquele tempo com Sara, dada sua arrogância, quando chama a atenção de Gusmão um carro, que parecia o perseguir desde a saída da empresa... Mas ele resolve apenas se manter atento, e não falar nada, afinal de contas, ele sabia que havia mais policiais disfarçados de olho neles, caso o perigo apertasse, eles agiram em conjunto, é quando eles chegam até o enorme escritório de Sebastião.
Sara : Me espera aqui...
Ela desce do carro, com aquele ar de arrogância, entrando no escritório, ela se anuncia para a recepcionista que comunica a Sebastião a presença dela ali, Sebastião ao tomar conhecimento, vai pessoalmente receber Sara.
Sebastião: Sara! Eu realmente não esperava ver você aqui, francamente, não esperava, principalmente depois daquele nosso encontro de pela manhã...
Sara: Bom, fiquei curiosa, e não percebi que deveria ter feito algumas perguntas para você, mas também... Hoje tive um dia bem difícil, quase fui sequestrada por uns caras, estou com um policial de guarda-costas... é complicado...
Sebastião: Eu não sabia Sara, não sabia, mas me diga.. Tem algo em que possa lhe ajudar com isso... Afinal o seu pai!
Sara: Olha Sebastião, me conta por que abandonou minha mãe, vim aqui para entender os seus motivos e saber por que falou daquele jeito sobre meu falecido avô.
Sebastião convida Sara para entrar em sua Sala, os dois sentam-se...
Sara: Você... Não me procurou, meu rosto está estampado em revistas, sites, todos os lugares, faz 5 anos que me tornei a CEO da Masters... Então pule a parte de me procurar, e de fingir o homem arrependido, isso comigo não cola.
Sebastião consigo mesmo percebe estar diante de alguém muito esperta e sagaz...
Sebastião: Sara, eu fui o motorista de sua mãe, Estefânia era uma jovem impulsiva, eu também era um recém formando de direito naquela época, trabalhava para pagar o meu curso, sua mãe e eu acabamos nos envolvendo e quando seu avô descobriu, mandou que me desse uma surra, e sob ameaças fui embora da cidade, até me estabelecer, e me tornar referência no direito, faz pouco tempo que retornei esta cidade, e descobri após investigar que Bruce havia falecido, que Estefânia também havia partido, mas tinha uma filha, sua idade batia com a época que nos envolvemos... Mas a verdade é esta Sara, por ser um homem pobre na época, seu avô foi sempre contra meu relacionamento com sua mãe...
Sara reflete um pouco, Bruce seu avô nunca havia falado o real motivo de sua mãe e seu pai nunca terem se casado, sua mãe morreu quando Sara ainda era criança, e sem maturidade para entender certas coisas.
Sara:Não... Meu avô nunca discriminou alguém, existem inúmeros funcionários que ele ajudou, pagou estudos, deu moradia...
Sebastião: Mas ao contrário de mim, nenhum deles era apaixonado pela Estefânia... Minha filha, Você não conhece o que seu avô fazia ....