O vento está forte lá fora e aponta ser uma tempestade se aproximando. Pequenas gotículas juntamente com os ventos, começam a cair. São pingos fortes de que realmente será um grande temporal.
Dan e Liz estão em casa deitados em uma confortável cama num quarto muito bem decorado abraçados.
Ouve -se um grande estouro ao longe “Bum". Uma bomba havia sido estourada no Jardim próximo ao portão. Gritos ao longe e passos de corrida ecoam nos corredores da casa, desespero e caos se alojam ali. Dan e Liz estão assustados sentados na cama e ele passa as mãos em seu rosto para tentar acalma-la.
- Calma amore mio, eu vou ver o que está acontecendo.
Liz assente e segura em sua mão quando Dan está para se levantar.
- Eu vou com você.
- Não Liz. É perigoso, não sabemos o que está acontecendo e você está perto de ter nosso filho.
Vendo nos olhos de seu amado angústia e aflição, Liz assente e solta seu braço ficando ali sentada na cama e ele se levanta indo até a porta, antes que ele saia, Liz o alerta assustada e chorosa.
- Tenha cuidado e volte para mim.
Dan assente e logo sai.
Alguns minutos se passam e Dan retorna para o quarto não encontrando mais Liz, ele vai até o banheiro e não a encontra e logo vê um bilhete deixado na cama e percebe a janela do quarto aberta, já que está chovendo e o vento adentra gelado e úmido.
“Levei sua mulher, ou melhor dizendo, minha mulher e filho embora.
Agora seremos finalmente uma família. Jamais irá vê-los novamente pois são eternamente meus.
Adeus. V”.
Dan corre até a janela desesperado e logo vê um SUV preto saindo do pátio em alta velocidade indo embora.
- Liiiiiiiz. Liz. – Dan grita em desespero.
Logo Dan acorda suado e em desespero pelo sonho que acabava de ter.
Ele não vê sua amada no chão em que acabavam de fazer amor e dormirem profundamente. Veste logo sua roupa e sai correndo da saleta a procura de sua amada, que logo ao chegar na cozinha, se depara com ela de costas para ele com um avental no fogão preparando panquecas.
Imediatamente, Dan passa por Marco e Barbarella que estavam sentados à mesa, nem se preocupando em cumprimenta-los de imediato, andando em passos largos e firmes até chegar a sua amada e abraça-la por trás a pegando no susto. Liz sorri e se sente sufocada já que uma das mãos de seu amado estão em volta do seu pescoço sendo pressionado com um pouco de força.
Ela para de fazer o que estava fazendo e bate com uma de suas mãos no braço de Dan que está no seu pescoço.
- Dan, pare, você está me sufocando.
Dan ao sentir os tapas no seu braço e a súplica da sua amada, imediatamente ele à solta do seu sufocante abraço fazendo-a tossir um pouco e se afasta de sua amada colocando as mãos nos joelho encurvando um pouco seu corpo como se buscasse um ar que parecia lhe faltar.
Ao perceberem o que acontecia, Barbarella e Marco se levantam e vão em direção a eles para os ajudar.
- Você está bem Liz? – Marco passa a mão nas costas de Liz dando algumas batidinhas para que ela melhore.
Ela acena com sua mão em sinal de estar tudo bem e o mesmo Barbarella faz com Dan, ao qual não emitiu uma resposta já que parece estar em uma crise de falta de ar e só ergueu seu olhar de encontro a Ella e a mesma o olha apreensiva. Seu olhar para a tia da sua amada é de um pedido de socorro.
Marco percebendo que o caso de Dan é mais sério, segura nos braços dele se posicionando em sua frente e o fazendo olhar para ele.
Liz que já estava recuperada do abraço sufocante, desliga o fogo aceso e olha em direção a Dan que está em uma crise de ansiedade. Ela fica logo preocupada.
- Dan, olha para mim meu amor. – Liz coloca a mão em seu ombro, enquanto a outra, ela alisa a suas costas largas e másculas.
- Olhe para Liz, Dan, se acalme e respire calmamente. – Marco fala com ele tentando o acalmar. Ele assente e vai devagar olhando para Liz que o sorri com ternura e amor.
Ele tenta forçar um sorriso, mas não consegue, a falta de ar não deixa. Com muito custo, Marco conseguiu fazer com que ele retomasse ao normal e todos já estavam aliviados com a melhora de Dan.
Ele abraça Liz e ela retribui o abraço. Todos seguem em direção a mesa e ela e seu amado ainda abraçados seguem até que Liz se solta do abraço de seu amado para pegar o prato em que estão as panquecas. Ele a espera parado no mesmo lugar. Ela volta com um sorriso e o beija passando uma mão em seu rosto e ele passa sua mão pelo seu pescoço a conduzindo até a mesa onde os outros já estavam acomodados e comendo o que já estava lá.
Assim que se sentam, Barbarella e Marco se entreolham e em seguida olham em direção a Dan. Ele com a boca um pouco cheia, está curioso em saber o que houve para que ele abraçasse sua prima daquela forma.
- Dan, o que houve para você abraçar minha prima daquele jeito. Medo dela ter fugido de novo. – Ele fala sarcasticamente e mesmo com a boca cheia, dá um sorriso debochado para ele.
- Marco! – Liz o repreende envergonhada.
Ele dá de ombros e Dan se engasga com o suco de amora.
- Você está bem meu menino? – Brabarella dá algumas batidas nas costas de Dan que assente.
- Estou bem, obrigada. – Ela sorri aliviada e olha em direção a Marco em represália e o mesmo dá de ombros virando seu rosto em direção a porta.
- Eu tive um pesadelo. E como não vi minha amada ao meu lado, corri para ver se havia acontecido algo.
Neste momento, Liz, Barbarella e Marco se entreolham e Dan percebe uma certa atmosfera estranha no ar, mas se mantém neutro.
- Quer falar sobre isso meu menino? – Barbarella colocando sua mão em cima da mão de Dan dando um leve aperto em sua mão.
Ele pega sua outra mão levando a tocar a mão da tia de sua amada e dá um tapinha de leve.
- Não senhora. Está tudo bem agora.
Eles continuam a comer o que aviam preparado e conversaram o restante do lanche que faziam conversas e risos de várias histórias e feitos.
Como nem tudo são flores, Dan pigarreia e colocando a mão sob a mão de sua amada, ele resolve tocar no assunto.
- Como você conhece meu primo?
Liz franze o cenho e o olha fixamente em questionamento da pergunta.
- Seu primo. Que primo?
- O Lucca. – Ele dá um gole no suco e Marco os olha em deboche pois percebe no tom de Dan é de ciúmes. Barbarella abre um sorriso e cutuca Marco com o cotovelo e gesticulando com a cabeça em direção aos dois também percebendo o clima de ciúmes no ar.
- Ah, ele é seu primo. Não sabia.
Dan a olha incrédulo colocando seu cotovelo sob a mesa e fechando sua mão e apoiando sua cabeça de lado olhando para sua amada. Ela o olha sem entender aonde ele queria chegar com isso.
- Como não sabia Liz. Pedi que ele a encontrasse e o mesmo nunca me disse nada sobre ter te encontrado e nem que se conheciam. Então, você vai me explicar?
Liz o olha com uma certa fúria no olhar e seu semblante se tornou carrancudo.
- Marco, vem. Vamos sair daqui para deixa-los a sós porque já vi que esta história vai rendeeeeeer. – Barbarella se levantando da cadeira, pegando no braço de Marco para tentar fazer ele sair dali com ela.
- Eu não tia, aqui está muito bom. Parece aqueles filmes de ação em que agora vai rolar facas e tiros kkkkkk. – Marco fala em deboche, os dois o olham fuzilando com o olhar e logo toma um tapa na cabeça vindo da sua tia.
- Seu moleque! Vamos logo. Esse assunto não nos interessa.
A contragosto, e massageando sua cabeça a olhando com raiva pelo tapa, ele se levanta bufando e resmungando. Ali os dois, continuam sentados com aquela conversa deles.
- E então Liz, estou esperando.
- Esperando o que Dan, não tenho nada a falar. – Liz se levantando da cadeira e a afastando, vai recolhendo os pratos e falando com ele.
- Tem sim Liz, como conhece o Lucca e não sabia que éramos primos, hum?
Liz para de recolher os pratos apoia suas mãos fechadas na mesa o olha de relance em fúria pelo tom da conversa dele com ela, mas na verdade, ela estava amando sua crise de ciúmes mas não poderia transparecer a ele.
- Realmente não sabia que eram primos e para falar a verdade, nos conhecemos no dia que sai naquela chuva transtornada com aquela mentira da Giovanna e precisava de ar. Ele me ajudou e acabamos nos tronando amigos e só isso.
Ela volta a recolher os pratos amontoando-os para levar a pia da cozinha. Enquanto ela caminha até a pia, Dan revira os olhos e bufa.
- Mas, quanto a estar vendo ele, desde que fui embora para a casa da minha familia e depois fugi para cá, nunca mais havia o visto antes.
Dan se levanta da mesa indo em direção a sua amada. Sua expressão era de um total arrependimento e súplica. Ele a abraça por trás afastando seu cabelo e depositando um beijo em sua nuca, apoia seu queixo no seu ombro e sussurra.
- Você sabe o quanto sou ciumento. Sei também por hoje que minhas suspeitas estavam certas.
Liz para de lavar os pratos e o olha de relance o mesmo retribui o seu olhar de surpresa e desentendimento.
- Suspeitas de... – Antes que ele fale novamente seu questionamento, ela volta a lavar os pratos e ele ainda apoia novamente seu queixo no seu ombro.
- Suspeitas de que realmente ele está interessado em você.
Eles se entreolham pelo reflexo deles no vidro da janela.
- Ele pode até estar, mas não o amo e sou sua e te amo.
Dan a beija novamente na nuca com um sorriso maroto, se solta do seu abraço dando-lhe as costas e indo se apoiar no balcão a olhando fixamente.
- Eu sei, mas também sei do que ele é capaz. Aliás, sei até o que o Vitorino é capaz.
Ao ouvir o nome Vitorino, Liz se vira em direção a Dan com as mãos cheias de sabão, o olha com os olhos arregalados temendo que ele faça o pior.
- O que você pretende fazer?
- Calma minha beladona, eu não vou fazer nada demais.
Liz suspira aliviada e sorri. Dan vem em sua direção colocando as mãos em seu rosto e dando um selinho demorado, até que ele sussurra.
- A única coisa que farei é te levar daqui junto com sua tia e Marco para a casa da minha família na Sicília.
- Sicília! Dan, aqui estamos seguros também. – Liz tenta argumentar com seu amado em vão.
- Sim Liz, aqui pode ser seguro, mas está fora de cogitação já que soube o que ele pretende com você e nosso filho e francamente não quero arriscar.
- Mas Dan... – Ele a interrompe apoiando sua testa na dela. Eles se entreolham enquanto ele fala.
- Não há mais amore mio. Vamos na próxima madrugada depois de eu falar com o Marximi. Vitorino já sabe onde você está e aqui estou vulnerável demais para enfrentá-lo. Eu sei que ele não virá sozinho na próxima vez.
Liz se solta de Dan, lava sua mão na pia para tirar o sabão, suspira alto acenando sua cabeça em negação, vai em direção a geladeira e pega a jarra de água despejando no copo que estava ali sob a copeira na pia. Dá um gole, coloca o copo sob a pia com uma certa força que não chega a quebra-lo e o olha fuzilante.
- Pode me olhar assim, mas não adianta. Vamos para a Sicília sim.
- Dan, eu sei da relutância, mas também não vou ceder. Vou continuar aqui e se você quiser fique aqui também.
Dan cruza os braços e se sente como se estivesse dando murro em ponta de faca já que sua amada é muito teimosa e se dá por vencido. Mas como já tem um plano com seu primo, era só pôr em prática após ligar para Marximi seu capanga.
- Tudo bem. Ficamos aqui então juntos.
Liz corre em direção a seu amado lhe dando um abraço com um sorriso enorme para ele. Ele retribui o abraço e o sorriso com a mesma intensidade.
- Obrigada amore mio. Com certeza seremos muito felizes aqui. Eu, você o Miguel.
Dan se afasta um pouco a olhando surpreso. Ela ergue seu olhar de encontro ao de seu amado.
- Miguel?
- Sim, Miguel.
- Como você pensou neste nome. Não éramos para decidirmos juntos?
- Sim, mas me veio agora este nome na minha mente.
Dan se afasta e cruza os braços a olhando surpreso.
- O nome é lindo, mas eu pensei no mesmo nome mas com um acréscimo.
Liz o olha incrédula por terem pensado no mesmo nome para seu filho.
- Então, qual seria o acréscimo?
Dan a olha com amor, deposita um beijo em sua testa, segurando em seu rosto, ele fala.
- Pensei em Miguel Ângelo. Meu bisnono se chamava Ângelo e queria homenageá-lo já que ele era uma das pessoas que mais admirei nesta vida.
Liz o afaga em um abraço e assente. Enquanto estão abraçados, Marco para na porta com os braços cruzados e olhando para eles assim permanece até que Dan nota sua presença ali. Ele acena com sua cabeça e ele assente. Dá um beijo em sua amada e sussurra.
- Vou ali falar com Marco e já volto.
Liz assente.
- Quando voltar, estarei te esperando no nosso quarto.
Dan arqueia a sobrancelha surpreso. Liz sorri.
- Sim senhor, nosso quarto a partir de hoje. A primeira porta a direita assim que subir as escadas.
Ele bate continência e os dois riem.
- Sim senhora. – Eles se beijam apaixonadamente.
Marco faz ânsia de vômito pela melação dos dois, pigarreia revirando os olhos. Ambos se desgrudam do beijo rindo e saem em direção aonde precisam ir.
Ao chegarem no quintal, Marco logo indaga Dan.
- Já falou com ela e o que resolveram?
Dan coça a cabeça e dispara.
- Bem, como sabemos ela é teimosa. Então vamos amanhã de madrugada. Preciso que faça aquilo que te pedi e já vou ligar pra Marximi.
- Ok, farei então mais tarde a poção para ela dormir e podermos sair com ela daqui.
- Combinado. Agora preciso ligar antes de entrar.
Marco assente e dá um leve aperto no ombro de Dan, enquanto ele pega o celular do bolso para ligar e sai adentrando na casa.
Ao segundo toque Marximi atende.
- Chefe!
- Marximi, preciso que me faça algo.
- Sim chefe, pode falar.
Dan o comunica sobre o plano de levar Liz para a Sicília. O ordena para dobrar os seguranças da propriedade, pede para ajeitar tudo e avisar sua mãe sobre o que ele precisa dos preparativos prontos até a manhã do dia do plano posto em prática e o mesmo assente a tudo que seu chefe ordenou.
- Estamos acertados Marximi.
- Sim chefe, há algo mais?
- A sim, o que descobriu sobre Lucca?
- O senhor estava certo. Ele quer sua garota e também o posto de herdeiro da máfia do seu... – Ele se cala, mas Dan completa.
- Do meu pai você quer dizer.
- Sim senhor.
- Aquele posto ele pode ficar de bandeja se quiser, mas minha mulher e meu filo jamais ele os terá.
- Bom chefe, se não precisa de mais nada vou providenciar tudo o que me ordenou.
- Ok Marximi, até amanhã de madrugada quando vier nos buscar.
- Até chefe.
A ligação é encerrada e Dan entra de volta na casa indo em direção ao quarto que sua amada havia lhe informado onde dormiriam e assim que entra no cômodo, a encontra já dormindo. Ele se aproxima mais perto de sua beladona e puxa o fino lençol cobrindo seu corpo. Ele dá um beijo em sua testa e vai até o banheiro tomar um banho. Assim que sai com seu short de moletom verde e uma camiseta branca, se aconchega junto a sua amada e dormem profundamente abraçados.
Continua...