CAPÍTULO 02

540 Words
Mais ou menos um mês depois que os vizinhos novos chegaram o carinha pediu pra ficar comigo. Eu tinha 14 anos, quase 15 e sempre, desde sempre aparentei ser mais velha. Pedro tinha recém feito 18 anos e era meu sonho de consumo. Pensando hoje não sei o que havia visto naquele cara. Mas tá né. Começamos a ficar escondido claro mas logo meu pai soube. Mais ou menos uns dois meses depois. Minha irmã mais nova havia descoberto e contou. Ai meu pai chegou bêbado como sempre e foi na casa do cara, disse que pra ficar comigo ele teria que namorar, que ele não tinha filha pra ficar de beijos na esquina e ser m*l falada. O cara aceitou pois gostava muito de mim e eu também pensava que gostava dele. E fiquei feliz, apesar do mico eu tava feliz. Os dias foram passando e eu resolvi perder a virgindade. Os sentimentos dentro de mim já tinham mudado, aquela felicidade toda já não fazia parte de mim mas Pedro era bom, gostava muito de mim e com ele eu podia sair e esquecer um pouco todo o caos que era minha casa e minha vida. Então, damos um jeito e transamos. Foi estranho, sem jeito, sem sentimento. Não senti nada na real mas não deixei transparecer. Pedro apesar de ser bom, era muito pegajoso e o que era bom no início acabou ficando insuportável, cansativo e o fato de sermos vizinhos deixava tudo mais próximo e mais chato. Então resolvi acabar tudo. Ele fez uma cena, chorou, pediu, implorou mas eu não quis mais. Não gostava dele e queria viver. Fui visitar minha irmã no Nazaré e lá fui em uma festa, eu tinha 15 anos com corpo de 18 entrava sem apresentar documentos, e agora não tinha meu pai pra controlar. Eu era só uma adolescente sendo uma adolescente de verdade. Mas o final de semana passou e eu tive que voltar pra casa. Pra prisão, pras brigas. E meus pais queriam muito que eu voltasse com o Pedro e soube que no find ele havia ido lá, ele sempre gostou de fazer a cabeça das pessoas. E então alguns dias depois por insistência dos parentes que gostavam dele eu voltei. Pedro era meu escape, eu não amava ele, mas ele fazia esquecer tudo. Ele me tirava do caos e me amava, sempre soube que com ele eu podia sonhar e fazer planos sem medo porque ele sempre estaria ali. Desde sempre eu quis ser mãe, quis ter uma família, ser dona de casa e Pedro podia me proporcionar aquilo. Mas e o amor? Esse não tinha mas eu sentia que poderia substituir pelo companheirismo então se passaram mais alguns meses e eu não suportei mais. Acabei com ele de novo. Entendi que se eu não amasse ele eu não deveria ficar. Sem contar que meu crush havia saído do presídio e eu queria ver ele. Léo era meu amorzão do Nazaré e um projeto de bandido, fazia pequenos assaltos, furto, roubo, vendia, enfim. Foi pego pouco antes de eu me mudar. Nós tivemos um lance, na minha cabeça porque na dele acho que nunca foi nada mas eu estava solteira, mais velha e queria ver ele.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD