Olhei embasbacada para o Adônis à minha frente. Ele era absolutamente exuberante. Ele tinha cabelo preto manchado de tinta que parecia despenteado. Sua mandíbula era perfeitamente definida, com o rosto esculpido. E olhos azuis tão escuros quanto o mar à noite. Antes que eu pudesse completar minha inspeção do resto do corpo dele, Marie falou.
— Oh, querido, você está aqui! Eu estava prestes a chamá-lo.
Querido? Virei-me para Adrian, que estava me observando com interesse. Dei-lhe um olhar sujo, sabendo o que estava acontecendo na sarjeta da sua mente.
— Nem sequer pense que... — Eu assobiei e ele me puxou para mais perto dele.
— Pense no quê? — Ele disse tão alto que o rosto da sua mãe se virou para nós. Corei e olhei para Adrian. Ele realmente sabia como chegar aos meus nervos.
— Mãe. — O Adônis disse em uma voz quase a bajulando enquanto abraçava Marie.
Ele deu uma olhada em nós, então seu olhar viajou até onde o braço de Adrian estava na minha cintura. Instintivamente, eu aproximei-me de Adrian fazendo-o olhar para mim interrogativamente. Eu balancei a cabeça, dando-lhe um pequeno sorriso. Marie liberou o filho quando ela cansou-se de abraçá-lo. Ela virou-se para nós depois.
— Oh! — Ela exclamou. — Que rude eu sou! Pierre, querido, esta é Jennifer, a namorada do Adrian. Jennifer, este é Pierre, irmão mais velho do Adrian.
Eu dei a Pierre um pequeno sorriso, enquanto Adrian moveu a mão longe da minha cintura e abraçou o irmão.
— Como você está? — Pierre perguntou ao Adrian.
Adrian sorriu e eu vi a reverência que ele tinha para seu irmão, fazendo-me perguntar por que ele tinha esse tipo de reverência.
— Estou ótimo! E você?
Ele voltou para trás e a mão do Adrian estava na minha cintura novamente.
— Perfeito! Vejo que você tem uma namorada. Há quanto tempo vocês estão saindo?
— Seis meses. — Adrian anunciou.
— Isso é bom. — Pierre disse, mas seu tom de voz mostrou que isso não era bom em tudo. Então ele virou-se para mim. — Então, quanto tempo antes de fugir com o dinheiro dele?
O que eu fiz me surpreendeu. Minha mão acertou o seu rosto tão rápido que ele pareceu absolutamente atordoado.
— Eu não dou a mínima para o dinheiro do Adrian. — Eu assobiei com raiva. — Eu não sei o que você pensa das mulheres, mas deixe-me assegurá-lo, eu não levaria um centavo de Adrian, caso um dia tivéssemos um fim.
Saí da casa, fumegante. Eu não podia acreditar o quão casualmente ele me fez a pergunta. Como se ele estivesse falando sobre a p***a do tempo! Eu não sabia onde eu estava indo, mas eu sabia que não ficaria hospedada em uma casa onde todos pensavam que eu era uma espuma de lavagem de dinheiro. Eu ouvi Adrian chamar atrás de mim e, mesmo sem querer eu parei.
Eu não virei. Adrian ficou na minha frente, ofegante. Ele olhou para mim se desculpando. — Eu sinto muito Jenny! Pierre estava fora da linha. Ele normalmente não é assim.
— Eu não posso acreditar que ele me perguntou se... — Eu engasguei. — Responda-me isso, Adrian Lawrence. Eu pareço com a p***a de um pano de rua que ficaria com alguém só pelo dinheiro?
Adrian suspirou. Ele sabia como delicado o tema era para mim.
— Você se parece com uma menina forte, que é capaz de lidar com o mundo, não um pano das ruas.
Eu podia sentir-me quebrar.
— Então por que...?
Adrian me deu um sorriso triste. Às vezes, o seu lado sério saía e eu sabia imediatamente que eu tinha um ponto fraco ou outra história por trás dele.
— Você tem que entender, Jenny. Quando as pessoas têm dinheiro, há outras pessoas que vão abaixando a qualquer nível para obter, pelo menos, uma parte do dinheiro.
— Mulheres. — Afirmei categoricamente e ele concordou.
— Se você quiser sair, eu posso entender. Eu vou reservar-nos o próximo voo para fora e nós podemos ficar em um hotel até então.
Eu balancei minha cabeça.
— Eu não vou sair. Esta é a sua família e eu não posso deixar você interromper uma visita por causa de mim. Você estava ansioso para isso e eu não vou estragar tudo para você apenas por causa de um comentário e******o.
— Certo. — Adrian suspirou como se estivesse procurando as palavras certas. — Basta ficar longe do Pierre, certo?
Eu ri. — Não se preocupe. Eu estava planejando isso. E eu sinto muito por sair daquele jeito.
Adrian me puxou para um abraço e beijou o meu cabelo.
— Está tudo bem, eu sinceramente não esperava que você ficasse. Você é a melhor amiga que uma pessoa poderia pedir.
Eu me afastei e sorri para ele.
— Claro que eu sou, eu sou absolutamente incrível.
Ele balançou a cabeça em meu comentário e pegou minha mão enquanto caminhávamos para dentro da casa novamente. Eu congelei quando entramos na casa. Pierre estava lá com Marie, e não havia sequer uma noção de remorso no rosto. Sua mãe empurrou-o e ele franziu a testa. Adrian apertou seus braços na minha mão e eu olhei para ele, assegurando-lhe com os olhos que estava tudo bem.
— Sinto muito. — Pierre pediu desculpas, mas ele não parecia estar arrependido. — Eu passei dos limites.
Eu balancei a cabeça.
— Eu sinto muito pelo tapa. — Agora que eu pensei sobre isso, eu realmente não deveria ter feito isso. Eu sei que ele cruzou a linha, mas eu não era normalmente uma pessoa violenta. Ele só me deu um olhar sombrio. Em um impulso eu sabia que ele não era tudo o que parecia demonstrar. Ele parecia tão centrado e... perigoso. Eu realmente não gostaria de conhecer no lado r**m deste homem.
— Querido. — Marie disse. — Será se você e Jennifer vão ficar no mesmo quarto?
Antes que Adrian pudesse responder, eu disse: — Só se estiver tudo bem com você senhora... — Eu parei quando ela me lançou um olhar, — quero dizer Marie. Nós realmente não nos importamos de não compartilhar um quarto.
— Fale por si mesmo. — Adrian murmurou em voz alta. Dei-lhe um olhar de soslaio e o censo lúdico em seus olhos me fez querer rir.
— Vocês não vão ficar no mesmo quarto. — Disse Pierre e eu resisti à vontade de mandá-lo à merda. Ele certamente merecia. Marie olhou para ele com surpresa, e parecia como uma conversa silenciosa ocorreu entre eles.
Ela assentiu com a cabeça. — Ele está certo. O pai de Adrian não iria gostar muito.
Dei-lhe um sorriso caloroso. — Sua aprovação Marie. São apenas duas semanas.
— Eu já mandei a equipe arrumar as suas malas no andar de cima, Adrian querido, vá e mostre à Jenny o quarto. Você podem ir se refrescar e vamos nos encontrar para o chá em duas horas. — Disse ela e, sem esperar por nós para responder a ela saiu.
Adrian começou a subir as escadas, minha mão ainda na dele. Eu podia sentir que ele estava louco. Por que, eu não sabia. Foi por causa de seu irmão?
— Por que você está zangado? — Eu perguntei e Adrian me lançou um olhar que me disse que ele me contaria tudo depois.
Nós caminhamos para um corredor, com portas cobrindo ambos os lados. Parecia haver uma grande quantidade de quartos aqui para uma família pequena como essa. Ele abriu a segunda porta à nossa direita e eu olhei ofegante. O quarto era incrível. Havia uma cama king size no meio, coberto com, o que eu suspeitava, lençóis de seda. Uma extremidade do quarto tinha janelas francesas que deu ao quarto um olhar vivo. A luz do sol brilhava através das janelas, fazendo com que algumas partes do quarto tivessem um toque mágico.
— Uau. — Eu engasguei. Adrian riu atrás de mim.
— Eu nunca pensei que veria Jennifer Kingsley se surpreender.
Virei-me e atingi seu braço.
—Você sabe. — Eu disse em tom de conversa. — Às vezes, eu acho que você está apenas fingindo ser gay para que possa sair comigo.
Ele me deu um olhar sujo.
— Besteira, menina! Não se coloque tão em alta! Tenho orgulho de dizer que estou muito interessado apenas em p*u.
— Você é um hipócrita. — Comentei.
— Sim, sim. Mas você me ama. — Ele respondeu e eu ri. — Eu vou tirar um cochilo, então fique à vontade.
Eu balancei a cabeça e estendi a mão. Ele a pegou e beijou minha bochecha,
— Obrigado por me trazer aqui, eu realmente adorei.
— Mesmo quando você tem que fingir ser minha garota? — Adrian provocou e eu o empurrei para fora do quarto, logo quando Pierre subiu as escadas. Adrian não percebeu e entrou em seu quarto, resmungando algo sobre não ser capaz de me entender em tudo.
Voltei para o quarto e abriu a minha mala, tirando um vestido amarelo. Eu coloquei-o no sofá e peguei o meu telefone do meu bolso. Meu telefone tocou quando joguei todas as minhas coisas para fora, ocasionalmente, suportando a música.
Eu congelei quando ouvi uma voz atrás de mim.
— Qual é o seu jogo Srta. Kingsley? — Eu me virei, ficando cara a cara com Pierre Lawrence.