1° Capítulo.

2585 Words
Summer Phelps: Acordei com uma enxaqueca terrível hoje, já que praticamente não dormi, pois Enrico teve dor de ouvido e chorou quase a noite toda, se meu quarto não ficasse no porão, com certeza minha mãe e a Soraya já teriam reclamado do choro do meu filho. Quando conseguir dormir já era umas 04:00 da manhã, terei que beber muito café para me manter desperta. -Que cara é essa, Summer? Soraya perguntou entrando na cozinha quando eu estava enchendo uma xícara com café. -Eu não dormi bem, o Enri… Ela me cortou antes que eu terminasse de falar. -Na verdade eu perguntei por perguntar, não me interessa, só espero que você melhore essa cara, afinal hoje temos uma reunião importante e preciso que você esteja atenta, porque terá que fazer uma planilha pra mim e não quero erro, porque se o Christian reclamar, você vai se ver comigo. Bato minha xícara em cima da pia. -Soraya, isso quem deveria está fazendo é, afinal quem é a secretária do senhor Bogart? Eu ou você? Questionei irritada pela folga dela. -Mas você é a minha estagiária, e vai fazer o que eu quiser ou eu faço você sair daquele estágio, não se esqueça que foi eu te coloquei lá, não se atreva a me ferrar ou quem sairá ferrada é você e aquele pirralho do seu filho, então faça o meu trabalho calada. Ela sai da cozinha antes que eu possa dizer mais alguma coisa, e minha vontade era ter jogado a xícara na sua cabeça. Voltei para o porão, sem fazer barulho já que Enrico está dormindo, entrei no pequeno banheiro, tirei meu pijama, e liguei o chuveiro, assim que a água molhou meu cabelos, eu sentei no chão e chorei de raiva, por permitir que minha irmã e a nossa mãe pise dessa forma em mim, eu deveria ser mais firme nas minhas colocações, mas acontece que passei a minha vida escutando insultos e humilhações da minha própria mãe que minha alta estima é quase nula. E tudo isso piorou muito com a rejeição do Hudson contra mim e o nosso filho, eu sei que se eu não reagi as pessoas vão sempre pisar em mim, mas eu não sei como, já que nunca tive alguém que me defendesse e me colocasse pra cima, meu pai tentava fazer isso, mas ele outro pobre coitado que acabou morrendo de tristeza. Após chorar até não restar mais lágrimas, tomei meu banho, quando me olhei no espelho, meu olhos estavam muito inchados, por isso tive que passar água fria da torneira para tentar diminuir o inchaço. Depois que escovei os meus dentes, vesti o uniforme que uso na empresa, e coloquei na bolsa outra roupa que para ir pra faculdade, fiz uma maquiagem leve no meu rosto para ninguém perceber a minha tristeza, adoro me maquiar, aprendi assistindo vídeos na internet, gosto de me sentir bonita, mesmo não tendo ninguém que repare nisso. Minha mãe é uma maquiadora profissional, mas ela só maquia a Soraya, mas eu procurei aprender sozinha, e tem dado certo, afinal todas as funcionárias da empresa usam uniformes sociais elegantíssimos, saltos e a maquiagem faz parte do pacote, então não dá pra ir trabalhar lá de cara limpa, fiz um r**o de cavalo bem feito no meu cabelo. Quando fiquei pronta, dei um banho no meu filho, que reclamou quando eu o acordei, mas eu não podia deixar ele dormir mais ou chegaria atrasada no estágio. Coloquei um conjunto de moletom nele, já que o dia hoje amanheceu bem frio, arrumei a bolsa dele com as coisas que sempre mando pra creche, além disso coloco o remédio de ouvido, caso ele volte a sentir dor, depois disso, eu coloco uma touca na sua cabeça, e vou com ele pra cozinha para preparar sua mamadeira. Eu queria estar amamentando ele até hoje, mas infelizmente tive que desmama-lo. Estava esfriando seu leite, quando minha mãe entrou na cozinha com a mão cheia de papéis. Enrico tentou chamar atenção dela com suas mãozinhas, mas ela o ignorou completamente. -Que bom que ainda não saiu, essas contas chegaram ontem e você tem que pagar elas. Minha mãe jogou os papéis em cima da mesa. -A senhora vai deixar sua parte do dinheiro e a da Soraya também, porque não acho justo eu pagar tudo sozinha. Tomei coragem e falei enquanto ela pegava café na cafeteira, e ela me olhou como se eu fosse um inseto repugnante. -Você vai pagar tudo como sempre, já que mora aqui de fazer com esse menino, se não quiser pagar nada, dê o fora da minha casa, a noite quero os comprovantes dessas contas pagas. Ela praticamente rosnou, e saiu da cozinha com seu ar arrogante de sempre. Esqueço isso e me sento na cadeira para dar a mamadeira para o Enrico, lavo sua mamadeira assim que ele terminou de mamar, coloco ele em seu carrinho de bebê, enquanto ia lavar sua mamadeira e as louças sujas que estava dentro da pia. Recolhi o lixo também e o levei até a lixeira, voltei ao porão para pegar as minhas coisas e do meu filho, e fui deixar ele na creche. Como é um pouco longe, vou mais cedo assim caminho um pouco enquanto empurrava o seu carrinho. Assim que deixei ele lá, eu corri para não perder o ônibus até o centro, ainda bem que sempre uso uma sapatilha enquanto não estou no trabalho ou nesta correria eu já teria quebrado o pé. Cheguei na empresa faltando 20 minutos para às 09:00, então deu tempo de passar no toalete, para trocar os sapatos, dei um retoque na maquiagem. E dei início há mais um dia, passei pela cozinha e fiz um café. Já que nem isso a Soraya sabe fazer, tudo o que ela faz quando chega é apenas levar a bandeja que arrumo para o nosso chefe, já que ele sempre toma café assim que pisa no escritório. Deixo tudo pronto, e assim que ouço os passos do chefe, eu encho a sua xícara, ajeito na bandeja, e minha irmã aparece e a toma da minha mão, assumo meu posto ao lado do seu, mas antes deixo o trabalho que fiz ontem em cima da sua mesa. Minha irmã sai do escritório do senhor Bogart com a cara de poucos amigos, provavelmente por ser ignorada por ele mais uma vez, e é claro que sobra pra mim. -Vá arrumar a sala de reunião, e fique atenta que daqui a pouco terá, reunião, e trate de anotar tudo. Ela se acha a chefe. Enquanto ela volta ao escritório do nosso chefe para passar os compromissos do dia pra ele, eu passo pela copa, e pego o carrinho de serviço, faço outro café e coloco dentro das garrafas que é de uso exclusivo só sala de reunião, pego alguns pacotes de petiscos e copos no armário, em seguida pego várias garrafas no frigobar, com tudo pronto eu passo na minha mesa para pegar as pastas com os documentos que serão usados durante a reunião, empurro o carrinho até lá. E ajeitou tudo com muito capricho. Levo o carrinho de volta pra copa, pego minha agenda, e a medida que os executivos vão chegando eu os acompanham até a sala de reunião, e já fico no meu canto de sempre para eu anotar tudo. Quando todos já estão sentados, o senhor Bogart entra na sala de reunião com a Soraya atrás dele, e eu nunca prestei muito atenção na pessoa dela, mas o homem tem até o andar poderoso, hoje ele está usando um terno completo azul marinho, e está muito elegante como sempre, seus cabelos estão bem penteados, mas já vi ele nas fotos de algumas revistas com os fios bagunçados, e ele fica ainda mais lindo assim. Desvio meu olhar da sua direção para fugir dos pensamentos que estou tendo, eu só posso estar ficando louca. A reunião durou umas duas e eu já estava cansada de ficar sentada, mas dessa vez eu fiquei bastante distraída, geralmente eu não fico assim, mas infelizmente eu fiquei tempo demais observando aquele deus grego que não é para o meu bico. Assim que todos se levantaram e se encaminharam para a saída, eu sai do meu lugar e comecei a recolher as pastas, foi quando eu ouvi a voz do meu chefe atrás de mim. -Bom trabalho, senhorita Phelps, como sempre as planilhas e os documentos estavam bem elaborados, é isso que espero dos meus funcionários, eficiência sempre. Por um momento eu pensei que ele estava comigo, mas quando me virei, vi ele saindo ao lado da Soraya e ela se fazendo de sonsa, dando sorrisos afetados para ele, antes de fechar a porta da sala de reunião, ela olhou pra mim com desdém. Voltei a fazer o meu trabalho, com um misto de sentimentos, eu estava feliz com o elogio do senhor Bogart, afinal ele mesmo sem saber ele estava falando do meu trabalho, mas fiquei triste por ele pensar que foi a outra que fez. Soraya não percebe que se ele descobrir que ela está enganando ele dessa forma, vai sobrar pra mim também, afinal nós duas estamos mentindo pra ele. Como eu pude me meter nessa mentira, pois mesmo que eu entrei nessa para criar meu filho, se formos descoberta com certeza serei dispensado justo quando estou prestes a me formar na faculdade, oh vida c***l. Após organizar a sala de reunião, eu voltei para a minha mesa, e Soraya ainda estava com aquela cara de vitória, e pelo visto estava sonhando acordada, o bom que ela me deixou em paz. Na hora do meu almoço, eu comprei um sanduíche e uma lata de coca-cola, depois que comi meu lanche sentada num banco da praça, eu passei no banco para pagar as contas, queria ter passado no supermercado para comprar fraldas e leite para o meu filhote, mas como eu iria voltar para o trabalho cheia de sacolas, então vou comprar depois do trabalho, já que hoje não tenho aula na faculdade. Assim que voltei, comecei a documentar a proposta que foi lançada na reunião, passei a tarde toda agarrada, já que tive que digitalizar outros documentos. Soraya foi acompanhar o chefe em uma reunião de negócio que durou a tarde toda. Eles voltaram quase na hora de ir embora, como sempre ela foi embora assim que deu seu horário, vi que ela fez hora, provavelmente com a intenção de ir com o senhor Bogart no mesmo elevador, mas ele não saiu do seu escritório desde que voltou da reunião. Sei que ele tem um elevador privativo dentro do seu escritório, e de vez em quando, ele o usa para entrar na empresa e ir embora também. Quando minha irmã interesseira cansou de esperar por ele, ela foi pisando duro para o elevador e eu tive vontade de rir. Hoje eu fiquei agarrada com uns documentos, e não podia ir embora sem terminar, mas estava morta de cansada, que precisei de um café, deixei minha mesa e fui até a copa preparar um. Eu estava tentando pegar umas das xícaras grandes que ficam na parte de cima do armário, mas mesmo ficando na ponta do pé, não conseguia alcançar. Já estava desistindo quando um peitoral musculoso encostou nas minhas costas, e um braço longo passou por cima de mim, pegando a xícara que eu queria. Tomei um susto, afinal eu pensei que todos já tinham ido embora. Quando a pessoa se afastou um pouco de mim, eu me virei dando de cara com o senhor Bogart. Fiz uma rápida varredura em seu corpo, e ele já não usava mais o terno e nem a sua gravata, e ele tinha aberto dois botões da sua camisa social que estava com os punhos dobrados até os cotovelos, e ele tinha os braços mais fortes que eu já vi, deliciosos eu diria, também pude ver um pedaço de uma tatuagem, mas não dava pra ver qual desenho que é. Estava prestes a olhar um pouco mais pra baixo, quando percebi que estava babando no meu chefe, e fiquei morrendo de vergonha. Arranhei a garganta para disfarçar o meu constrangimento e quando olhei em seu rosto perfeito, vi ele dando um sorriso lindo de lado, provavelmente ele notou que eu estava secando ele. -Pensei que não havia mais ninguém aqui na empresa. Ele foi o primeiro a falar, e sua voz grossa e rouca, me deixou arrepiada. -Eu também pensei a mesma coisa, senhor Bogart, estou terminando um trabalho que ficou pendente e vim apenas pegar um café, o senhor aceita um? Estava tão nervosa que comecei a gaguejar. -Eu aceito um, mas você não deveria estar aqui até agora, pode terminar seu trabalho amanhã, seu chefe não achará r**m, posso te garantir que ele não é um carrasco que faz os funcionários trabalharem até tarde, tome seu café e vá pra casa, senhorita… Ele me olha, enquanto diz isso, e eu me queimo com a intensidade dos seus olhos. -Phelps, sou Summer Phelps, senhor Bogart, sou estagiária aqui na sua empresa. Esclareço já que ele não sabia meu nome. -Phelps? Por acaso você é parente da minha secretária? Só a menção da Soraya, meu humor azeda. -Somos irmãs, foi ela que arrumou esse estágio aqui pra mim, pois precisava disso para conseguir me formar no final do ano. Ele me dá outro sorriso e fico sonsa. -Então está explicado o porque você está aqui até agora trabalhando, dedicação e competência vem da sua família , mas eu quero que você vá pra casa no mesmo horário que sua irmã, assim não vai embora sozinha. E agora como vou sair dessa? -Não posso ir mais cedo embora, porque daqui eu sempre vou para a faculdade que é mais perto daqui do que da minha casa, só hoje que não irei porque não tem aula, aqui está o seu café, senhor Bogart, com licença. Sirvo seu café, pego o meu e saio dali, porque eu estava ficando sem ar com a proximidade com meu chefe, nem olho para trás, só escuto a porta do seu escritório sendo fechada.. Corri para terminar com os relatórios, enviei todos para o email da Soraya, recolhi minhas coisas, e fui em direção ao elevador, quando o senhor Bogart também saiu do seu escritório e ficou ao meu lado. Foi difícil dividir o mesmo elevador com ele, pois seu perfume delicioso invadiu minhas narinas. Quando as portas se abriram eu praticamente saltei pra fora, dei boa noite pra ele e sai correndo do prédio. Fui para o ponto de ônibus, que fica de frente pra empresa, sentei para esperar minha condução, quando um carro de luxo Bugatti Bolide preto da marca Bugatti, parou na minha frente. Sei a marca e o modelo, porque teve uma reportagem numa revista que esse carro era a mais nova aquisição do senhor Bogart, só há poucos modelos disponíveis no mercado, ele saiu de dentro do carro e me ofereceu uma carona. Tentei recusar, mas ele insistiu, achei que ele andava com um motorista, mas ele mesmo estava dirigindo, ele abriu a porta do carro para eu entrar, eu estava muito nervosa com isso, e ainda bem que ele não me deixou na porta da minha casa, ou Soraya iria fazer um escândalo. E outra vez ele abriu a porta pra mim sair, nos despedimos ali, e ele foi embora, passei na vizinha para pegar meu filho, cheguei em casa sem acreditar no que aconteceu até agora. Continua….
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