Ceci - Tio!
- Estou na cozinha! (grito)
Matheus entra em casa juntamente com a namorada, a mesma que disse que conhecia o Eduardo de algum lugar só que não sabia de onde. Agora eu sei, com certeza ela viu ele na tv.
- Sejam bem vindos a minha casa, essa é a dona Lourdes vó da Ceci e essa é a Karla minha cunhada.
Matheus - Prazer em conhecer a família da nossa gatinha. (diz sorridente)
- O Erick ainda não chegou e o Kinho foi não se aonde pegar não sei o que. Já já ele chega.
Karla - Vai confiando naquele sonso, ele agita, agita e depois foge. Certeza que deve estar jogando bola.
Lourdes - Aquele menino não vale nada, desnaturado por vida.
Eu estou mais que feliz por ter todos eles por perto, graças a isso se quer conseguir ter tempo pra sofrer por causa do Eduardo e isso é suficientemente bom. Assim que ascendo a churrasqueira que o Kinho deixou aqui mais cedo, ouço alguém bater no portão como estou perto vou abrir.
É o Paulo com a Babi a tiracolo.
- Oie, que surpresa boa. (eu os abraço)
Paulo - O Erick disse que eu poderia vir de boa.
- Sem problemas, vocês são mais que bem vindos na minha casa, só não reparem porque é pequena.
Babi - Amiga eu vim porque prefiro mil vezes estar na sua companhia do que naquele almoço chato, na casa do meu irmão. (diz e Paulo a encara) - Desculpa, eu não sabia que era segredo aquele cabeça de vento, não adiantou nada eu falar que vocês dois tiveram um lance e que ele até discutiu com a mãe dele por sua causa, acabou que eu me irritei com ele, tô zero paciência.
- Não devia ter feito isso Babi, já foi. Que bom que ele está bem, desejo melhoras e uma boa recuperação a ele.
Tento segurar o choro ao máximo, colocando um sorriso no rosto tentando disfarçar a tristeza que no momento está querendo me consumir.
- Entrem, não reparem que somos todos pessoas simples.
Paulo - Vocês são pessoas maravilhosas e é isso que importa.
Mal demos um passo e novamente bateram no portão, abro e olho para os dois que estão parados, Erick e Kinho tem um terceiro que eu não sei quem é.
- Bonito heim!
Kinho - Gatinha, libera o chuveiro aí, estamos todo suados.
Erick - Ele me disse que nós íamos pegar cerveja. (diz reclamando, ele olha por cima de mim e com certeza deve ter visto o Paulo porque sorriu logo em seguida)
Lourdes - Olha lá Karla, bem que você disse e pra piorar ainda levou o outro sem vergonha.
Kinho - O time estava desfalcado mãe, estava precisando de mais um.
Os três entraram e já fizeram a fila para o banheiro, ainda bem que o Erick ficou por último. Ele é o mais organizado e não vai deixar nada bagunçado, imagina você receber visitas e a casa estar bagunçada? Ainda mais visitas como o Paulo e a Babi.
O terceiro rapaz é um amigo que o Kinho resolveu trazer de última hora, muito alegre por sinal o Ney. Assim que chegaram me senti meio insegura de receber a Babi aqui em casa, ela já havia me mostrado ser uma pessoa cheia de classe, mas ela simplesmente se sentou ao lado da dona Lourdes e da Karla e começou s conversar como se já se conhecessem ha anos.
Já Paulo está conversando com os meninos enquanto a Ceci está no colo do mesmo.
Estou em família cercada de pessoas maravilhosas eu dedutivamente não tenho doque reclamar. A bagunça durou até tarde até que um a um foi se despedindo, Paulo foi um dos últimos.
Paulo - Antes de ir, eu quero falar com você.
- Pode falar.
Paulo - O Eduardo me pediu para te entregar uma coisa., em forma de agradecimento por tudo que você fez por ele. (diz me entregando um papel que percebo ser um cheque)
- Obrigada Paulo, mais eu realmente fiz tudo de coração. (digo sem ao menos querer saber o valor)
Paulo - Eu sei Manda, mais tudo isso implicou gastos e ele tem condições de te ressarcir.
- Paulo, eu não sou esse tipo de pessoa, se eu faço algo por alguém é de coração. Não espero nada em troca, eu amo o seu amigo Paulo, e tentando me dar esse dinheiro você está me machucando mais do que poça imaginar, me machuca até mais do que ele olhar na minha cara e dizer que não lembra mais de mim.
Ele recolhe o papel dobrando e colocando no bolso navalmente.
Paulo - Você está precisando de alguma ajuda? Agora sou eu, seu amigo quem está perguntando.
- Eu sei sobreviver aprendi isso desde sempre.
Paulo - Conta comigo tá, eu sou seu amigo. Ainda mais agora que …
- O que?
Paulo - Terminei com a Dafne, nunca senti nada por ela mesmo, agora vou tentar me resolver com o Erick. (diz olhando pro meu amigo que está conversando com a Babi)
- Acho bom vocês tomarem um rumo na vida.
Paulo - E vamos.
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DUAS SEMANAS DEPOIS
Os dias estão se arrastando e é exatamente dessa maneira que eu estou vivendo. Durante o dia estou com um sorriso desenhado no rosto e com a frase decorada “estou bem”, e sempre repetindo pra mim mesma que já não lembro de mais nada.
Mais quando a noite chega às lágrimas chegam junto até me esgotar ou até a dor de cabeça se tornar insuportável e o único remédio é fechar os olhos e dormir, algo que por um acaso está se tornando cada vez mais difícil.
Na semana seguinte ao churrasco eu tenteie manter firme, me convenci de que o sentimento era apenas da minha parte e que por isso eu deveria me resolver. Porém o Maicon me ligou para contar que viu uma reportagem do Eduardo ao lado de uma mulher muito bonita, Manuela. Na entrevista ele falou que era grato por estar vivo e por estar de volta para a sua noiva a quem ama muito e pretende se casar, também contou do que se lembrava, falou de sua família e seus amigos. A única vez que ele me “citou” foi quando disse que alguém havia abrigado por alguns meses e que não conseguia se lembrar de mim e que por isso perdeu o contato.
Ele se quer lembra o meu nome, eu realmente estou tentando ser forte só que está sendo tão difícil.
E só piora quando a Ceci se dana a perguntar por ele, ela fica tão pra baixo.
No último fim de semana que passou eu não tive outra escolha a não ser contar uma meia verdade pra ela, tive que contar que o Eduardo não vai mais voltar, ela ficou tão triste.
Hoje de manhã quando coloquei ela na perua, ela nem se despediu entrou quietinha.
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Estou etiquetando alguns materiais escolar quando sinto o meu celular vibrar, puxo do meu bolso e vejo que é da escola da Ceci. Hoje minha chefe está na loja então todo cuidado é pouco. Peço pro Matheus me cobrir no caixa porque vou ao banheiro, corro e retorno a ligação.
- Oi, acabaram de me ligar dai.
XXX - Você é a …?
- Amanda, mãe da Cecília Garcia.
XXX - Oi dona Amanda, eu sou a Rebeca faço parte da gestão aqui da escola e liguei para avisar que a professora da Cecília aferiu a temperatura dela, porque notou que ela está menos participativa nas tarefas, e acabou que ela está com 38,8ºC de febre.
- Oh meu Deus, eu estou indo, eu já estou indo buscar ela.
Desligo o celular e corro desesperadamente para pegar a minha bolsa, vou até o meio da loja e dou de cara com a minha chefe, dando alguma ordem para o Erick.
XXX - Onde você vai? Está no meio do expediente.
- Dona Célia acabei de receber uma ligação da escola da minha filha.
Célia - E o que isso tem haver com o seu trabalho?
- Eu estou indo socorrer a minha filha.
Célia - Olha Amanda, bondade tem limites. Eu já tive que aguentar suas faltas sem justificativa , sem falar nos atrasos e agora isso? Daqui a pouco vai ser o que? Uma semana de folga remunerada, se você quiser receber seu salário no mínimo você tem que trabalhar.
- No momento eu só quero ir buscar a minha filha.
Célia - Pois saiba que se você sair estará demitida.
- Faz o que a senhora achar melhor.
Erick - É sério isso? Estamos falando de uma criança doente.
Célia - Eu já tolerei muita coisa dela.
Erick - Então pode preparar dois papéis, porque eu me demito.
Erick nem se quer olhou pra trás, correu pra pegar sua mochila e fomos nós dois até a escola da minha pequena, por sorte só precisamos pegar um ônibus e a viagem foi rápida.
- Você é louco Erick? Se demitir assim do nada, você tem aluguel pra pagar garoto!
Erick - Não se preocupa não, amiga. Eu já estava com vontade de sair mesmo, ainda mais depois que eu decidi aceitar a proposta do Paulo.
- Que proposta?
Erick - De ser feliz, ser cuidado e amado. Agora vamos pegar a nossa princesa, depois eu te conto tudo direitinho.
Depois de meia hora chegamos na escola, afoita pego o meu pingo de gente no colo e ela realmente está queimando em febre. Levo ela correndo para o UPA, peço pro Erick avisar o Maicon e ele me diz que já enviou uma mensagem. Depois de alguns exames e o médico não constatar nada, ele me pergunta se ela está passando por algum trauma emocional. E só aí eu me toco que ela está desse jeito pela ansiedade e falta que sente do Eduardo, não tô acreditando nisso. E o pior é que eu não posso fazer nada.
Trouxe ela pra casa e lhe dei um banho fresco, a deitei na minha cama, tento contar uma história cheia de aventuras e mesmo assim nada dela se animar.
Quando o Maicon chegou me encontrou destruída, minha filha está doente e eu não sei quem culpar até porque o Eduardo não tem culpa de não se lembrar de nós.
Maicon - Eu vou me deitar com ela. (diz entrando no quarto e deitando ao lado da nossa pequena) - Qual foi pretinha? Tá borocoxô?
Ceci - Dodói tio.
Maicon - Está assim por que? Já sei, saudades da praia né? (ela balança a cabeça em negativo) - Teu aniversário está chegando, é assim que você quer passar a tua festa? Doente?
Ceci - A mamãe já está me dando um remédio r**m, já já vou estar boinha.
Maicon - Então melhora logo, que assim o tio vai poder te levar em um lugar super maneiro que tem cavalo.
Ceci - Cavalo?
Maicon - Sua tia quer ir em uma fazenda, mais com você doente assim vai ficar f**a da gente ir.
Ceci levanta a cabeça e me olha soltando um risinho, ela sabe que eu não gosto de palavrões dentro de casa.
Maicon - Desculpa Manda. Mais Eai mocinha, vai melhorar?
Ceci - Vou tio, quando nós vamos?
Maicon - Vamos sábado agora?
Ceci - Quando é sábado?
Maicon - Daqui a dois dias.
Ceci - E-baaaa! (diz empolgada se levantando pra abraçar o tio)
Eu já disse que eu amo ter o Maicon na minha vida?! Amo ele imensamente ele é o irmão que eu nunca tive, o apoio paterno que um dia me faltou e a amizade que eu nunca esperei encontrar.
Não consegui nem me despedir do Erick direito depois que sairmos do médico, eu só queria vim pra casa dar amor e carinho pra minha princesa.
Já era tarde quando o Rodrigo foi embora, Ceci dormiu e eu procurei me acalmar. Preciso me manter calma já que agora eu preciso cuidar da minha pequena. Estou deitada admirando o seu sono quando escuto alguém bater no portão, coloco o meu roupão e vou ver quem é, o Maicon deve ter esquecido alguma coisa, certeza.
- Eduardo?!