CAPÍTULO 2
A Verdade Despida
Faltava um mês para o grande dia.
Estava tudo tratado, tudo organizado, tudo pronto para Elijah e Stella finalmente dizerem o tão esperado sim em frente ao padre.
Jurarem fidelidade para sempre.
Elijah tinha viajado com o seu pai a negócios, que de início iria durar duas semanas, mas Elijah conseguiu voltar uma semana mais cedo.
Estava cheio de saudades da sua adorada noiva e por isso decidiu que seria uma boa surpresa ir preparar a casa onde eles iriam morar depois do casamento e depois ir buscá-la e passarem uma noite tranquila juntos.
Queria mostrar a ela o quanto estava ansioso pelo casamento, pelo futuro deles, e talvez até discutir alguns últimos detalhes sobre a cerimônia. Aquele novo começo estava tão perto que quase podia sentir.
Mas ao estacionar o carro achou logo algo muito estranho, o carro da Stella estava ali.
Uma sensação estranha o invadiu de imediato
A casa estava em silêncio, mas não era o silêncio tranquilo de sempre, havia uma tensão no ar, um silêncio contido, quase abafado.
Foi então que ele ouviu.
Sons baixos, vindos do quarto deles, murmurando algo que ele não conseguiu entender de imediato.
Elijah parou, o coração disparando sem aviso. Não queria pensar no que aqueles sons poderiam significar, mas, ao mesmo tempo, sentia-se magnetizado pela verdade que intuía se esconder por trás daquelas paredes.
Ele caminhou em direção ao quarto, os passos leves, tentando se convencer de que talvez estivesse a imaginar coisas.
"Talvez Stella esteja a falar ao telefone", pensou, desesperado para afastar a suspeita crescente. Mas, à medida que se aproximava, os sons se tornavam inconfundíveis, o riso abafado de uma voz masculina, um sussurro familiar que partia de Stella.
As palavras que ouvia de dentro do quarto o deixaram perplexo e sem acreditar no que estava a ouvir.
Sem hesitar mais, ele empurrou a porta.
A cena que viu pareceu congelar o tempo.
Na penumbra do quarto, Stella estava envolta nos braços de outro homem, os lençóis em desordem revelando o que havia acontecido ali. Elijah sentiu o peito apertar, uma mistura de dor e descrença o sufocando.
Seus olhos focaram nos dois, como se tentassem absorver uma realidade que ele ainda se recusava a aceitar.
O amante, surpreso, afastou-se rapidamente, com o rosto pálido de quem é pego em flagrante. Stella se cobriu, o rosto marcado pelo choque e pela culpa. A voz dela tremeu ao tentar balbuciar algo, mas Elijah ergueu a mão, impedindo qualquer explicação.
— Não digas nada. — Ele sussurrou, quase sem fôlego, os olhos fixos nos dela. — Não há nada que tu possas dizer que vá mudar o que acabei de ouvir e de ver.
O silêncio entre eles era pesado e c***l, como se cada segundo aumentasse a distância irreversível que agora existia. Ele olhou ao redor do quarto, o lugar que eles dividiam, onde haviam feito tantos planos juntos, onde iriam dormir todas as noites depois de casarem, agora, tudo parecia parte de uma mentira amarga.
Stella tentou se aproximar, mas ele deu um passo para trás, incapaz de suportar a proximidade dela.
— Eu… Eu posso explicar. — Ela sussurrou, as palavras fracas e perdidas, mas Elijah a interrompeu, a dor transbordando em sua voz.
— Explicar o quê? Como… como isso foi acontecer? E tu? — virou-se para o homem que continuava de pé — Como tu tiveste a coragem, logo tu que tanto confiava em ti.
O Homem nada disse, permaneceu calado.
A voz de Elijah era quase um sussurro, as palavras saindo com dificuldade. Ele olhou para ele e depois para ela uma última vez, percebendo que qualquer explicação apenas intensificaria a traição.
Sem esperar uma resposta, Elijah deu as costas e saiu. A porta se fechou com um estrondo atrás dele, e, enquanto caminhava para fora, sentiu como se o peso da casa, dos planos, do futuro que eles tinham construído juntos desabasse sobre ele.