Não Desiste Fácil

1092 Words
CAPÍTULO 24 Não Desiste Fácil Narrado por Mia Olho o meu reflexo no espelho, cruzes, parece que vou para o matadouro, não para o jantar de boas vindas do mais recente casal, Emily e Jason. Eles chegaram ontem da lua de mel, e os pais do Jason juntamente com os meus pais, vão dar um jantar para lhes dar as boas vindas. Eu estou a morrer de saudades deles, mas estes convívios me deixam nervosa, ansiosa, angustiada, porque já sei como vai acabar, eu p**a da vida, porque continuo uma encalhada e eles frisam isso a toda a hora. É um jantar formal, em casa dos pais do Jason, então tenho uma saia lápis preta e uma blusa branca de manga comprida, mas as mangas todas em renda, uns botins pretos, faço uma trança meio desmanchada de lado e prendo-a, com uma fita preta a cair pelo meu b***o. Faço uma maquiagem para realçar os meus olhos castanhos, com eyeliner preto e uma sombra bem esfumada, batom rosa claro e estou pronta. Vamos lá enfrentar as feras casamenteira, afff. Chego lá e já lá vejo muitos carros, estaciono, pego a minha bolsa pequena e saio, sou informada por uma empregada que me abre a porta, que estão todos no jardim, encaminha-me para lá e realmente já lá está muita gente. Desço a meia dúzia de degraus e vejo logo a minha irmã, ela olha para mim e vem abraçar-me, damos um abraço apertado e cheio de saudades. — Que saudades, mantinha! — ela olha para mim de cima a baixo — Olha só como tu estás linda. Eu sorrio. — Doida, estou igual, só passou duas semanas! — digo brincando com ela. Logo somos chamadas para nos sentarmos. Vejo os pais do Elijah ali em uma mesa perto, mas não me parece que o Elijah esteja aqui. Mesmo não querendo, me sinto desiludida, mas tento afastar esses pensamentos bestas. Não quero saber nada daquele outro doido. O jantar é mesmo ali no jardim, e por incrível que pareça corre bem, até a minha mãe começar com as coisas dela. — Olha só como eles estão felizes. — Ela diz ao sentar-se ao meu lado, e eu já sei como este diálogo vai acabar. — Sim, mãe, estou a ver. — digo dando um sorriso amarelo. — E não gostavas também de um dia estar assim? — ela pergunta. Reviro os olhos, caramba. Não respondo, não me apetece alimentar este assunto. Mas a minha mãe não desiste fácil. — Mia, quando vais tu também arranjar um marido? Filha, já passou da hora. — Ai, mãe, sempre a mesma conversa, que aborrecimento! — digo chateada. — Tu por acaso estás a chamar-me aborrecida? — ela pergunta toda ofendida — Quando a única coisa que eu quero é que sejas feliz, com um bom homem ao teu lado? Ver-te casar, formar a tua família, olhar para ti e ver-te como eu vejo a tua irmã, feliz. Eu respiro fundo, tentando acalmar os meus nervos. — Que se passa aqui, para vocês estarem as duas com essa cara emburrada? — o meu pai pergunta ao chegar perto de nós. — É a nossa filha que me chamou aborrecida. — Não chamei nada! — digo irritada — Eu não disse que eras aborrecida, mas sim a conversa, mãe, não mistures as coisas! O meu pai senta-se ao meu lado. — Só porque lhe disse que gostava que ela estivesse assim feliz, como o está a Emily. — Ela fala toda alterada. — Mas eu só vou ser feliz quando casar?? Mãe, eu sou feliz agora, mesmo não estando casada Mas que merda de fetiche estas pessoas têm pelo casamento? Ela levanta-se toda chateada. — Esta conversa não fica por aqui, Mia, mas agora vou ali falar com uma amiga. E sai andando para o outro lado do jardim. Eu faço uma careta, e só depois me lembro que o meu pai está ali, a olhar para mim. Merda. — Não sei qual o teu problema com o casamento, tu és uma mulher bonita, tens uma carreira belíssima, podes casar com quem tu quiseres. — Ele fala sincero. — E eu não sei qual o vosso problema, para me estarem sempre a falar do mesmo assunto. — Falo impaciente. — Só queremos a tua felicidade, Mia, nunca te esqueças disso. E sabes que a tua mãe e o resto da família, só se vão calar com este assunto quando te virem casada. Bufo frustrada, o pior é que eu sei que é verdade. Vão andar sempre a massacrar o meu juízo com essa bosta de conversa. O resto da noite, a minha mãe não chegou sequer perto de mim. Ainda bem que não está cá a minha tia Clarisse, o tio John, nem aquela enxerida da minha prima Joanne, senão é que eu saia daqui louca. Por volta das onze da noite eu despeço-me e vou finalmente para casa. Depois de tomar banho e vestir o meu pijama quentinho azul céu, sento-me na ponta da minha cama. Já não aguentava mais aquilo, detesto estas reuniões, jantares, convívios e merda. Olho para as minhas calças e ao olhar para a cor do meu pijama, vem-me ao pensamento os lindos olhos do Elijah. Fico ali a pensar, na proposta que ele me fez, e começo a pensar que talvez a proposta não seja assim tão descabida. "— Mia, a tua família está sempre a massacrar-te por ainda não teres casado, que és uma encalhada e essas baboseiras todas, e eu preciso de uma esposa, por isso pensei que nos podíamos ajudar um ao outro." Penso nas exatas palavras dele. É certo e sabido, que eu não vou casar tão cedo, por isso cada vez a proposta dele faz mais sentido. Ele ajudava-me a eu finalmente calar a minha família e casar, e eu ajudava-o com a situação que os pais dele lhe pediram, para ele assim ganhar a sua herança. Todos no final acabariam felizes. Todos, mas e nós? Seríamos felizes eu e o Elijah? E como serão os contornos desse casamento? Sim, porque nós não vamos casar porque nos amamos apaixonadamente, é mais um contrato de casamento e um negócio, que outra coisa. Não sei o que fazer, o Elijah mexe comigo, ele tem um poder de sedução incrível e olha que ele ainda nem me tentou seduzir, fico a pensar o que acontece se ele o fizer, porque resistir aquele bofe gostoso, vai ser difícil. Mas, uma coisa de cada vez. Preciso de pensar, pensar muito bem.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD