CAPÍTULO 13
A Dança
Narrado por Elijah
Depois que ela entrou no salão, eu ainda fiquei ali um pouco sentado, no banco de madeira a olhar para a beleza daquele local.
Pensei no meu primo Jason e na agora sua esposa Emily.
Conheci a Emily logo no início do namoro deles, Jason fez questão de a apresentar à família eles namoravam nem há três meses, mas ele confidenciou-me, que sabia que ela era a tal, o amor da vida dele e era com ela que ia casar, dois anos antes, também pensaria assim, mas naquela altura já achava tudo isso uma grande treta, mas não lhe disse nada, não queria estragar os sonhos dele.
Gostei da Emily, ela transmitia uma confiança surpreendente e talvez, só talvez, o meu primo tivesse razão, para ele claro, porque para mim, continuava a ser uma bobagem, acreditar nos seres mentirosos que são as mulheres.
Mulheres não são de confiança, e eu aprendi isso da pior maneira.
Agora, a pergunta que grita aqui no meu pensamento é: Porquê?? Porque é que eles nunca mencionaram a Mia?
Quer dizer, eu sabia que a Emily tinha uma irmã, isso foi falado, mas nunca aprofundaram nada sobre ela, confesso que também nunca me interessei pelo assunto, mas acho estranho mesmo assim. Bem, eu sei que tenho sido um cafajeste do pior com as mulheres, não que elas não mereçam, mas, terá sido por isso que eles nunca falaram muito na Mia? Talvez.
— Elijah! — ouço chamarem-me e antes de me virar já sei quem é.
— Sim, pai! — respondo me virando na sua direcção.
O meu pai vem com um sorriso maior do que o normal, e eu olho para ele já antevendo a pergunta dele.
— Ora conta lá ao teu velho pai, de onde tu conheces a irmã da Emily? — ele pergunta me dando dois tapas no meu ombro.
Pronto, mesmo a pergunta que eu sabia que ele ia fazer, era previsível mesmo.
— Eu não a conheço pai, é apenas a segunda vez que eu a vejo.
— Hum, então e onde foi a primeira? — pergunta curioso.
Olho para o meu pai, mas que raio lhe interessa isso?
— E o que isso interessa pai! — pergunto já ficando aborrecido.
— Pareceu que foste lá para a salvar daquela situação absurda que ela estava a passar.
— Absurda? Achaste aquela situação absurda? — pergunto espantado.
— Ahhh, sim. — Ele diz, mas já não muito seguro.
— Se achas aquela situação absurda porque estavam a falar que ela devia casar e bla, bla, bla, então também deves ter plena consciência, que tu e a mãe estarem a obrigar-me a casar também é absurdo! — eu acuso.
— São coisas completamente diferentes. — diz ele se levantando rapidamente.
— Não sei porque são diferentes, vocês obrigam-me a casar para ter direito ao que é meu, a ela estão a obrigar a ela arranjar um marido para deixar de ser encalhada, não percebo qual a diferença, mas pronto. — digo encolhendo os ombros.
— Já pensaste que ela pode ser um bom partido?
Olho para o meu pai não acreditando no que acabei de ouvir.
— Por favor, pai, não viajes.
Levanto-me e vou também para dentro do salão, deixando o meu pai lá fora sozinho.
Eu não digo que ele está a ficar xéxé.
Já lá dentro do salão, os noivos estavam a cortar o bolo. Avisto-a no sentido contrário ao meu, os nossos olhos acabam por se encontrar e eu sorrio para ela e ela devolve o sorriso.
Ela é bonita, muito bonita.
Depois da euforia do corte do bolo, que estava bom pra caramba, a música começou de novo a tocar.
Várias pessoas foram para a pista, e pouco depois uma música calma e suave invadiu o ambiente.
Caminho na direção dela e noto divertido, que ela fica espantada de me ver chegar perto.
— Sabes dançar ou vais pisar os meus sapatos até me doerem os pés? — Sorrio esticando a minha mão para ela.
Ela hesita, mas depressa estica a sua mão delicada e as nossas mãos se tocam, ela tem uma pele suave, eu gosto disso.
Dançamos como se fossemos um casal normal, noto que temos plateia, porque muitos olham para nós.
Mas eu não quero saber, não me interessa nada a opinião das pessoas, estou pouco me fodendo para isso, e então continuo a dançar. Ela é boa dançarina, parece uma leve pena nos meus braços, e é cheirosa, oh f**a-se, cheirosa, cheirosinha demais.
E de repente, as portas do grande salão abrem com força de par em par, e o seu olhar cai diretamente em nós, e fita-nos com ódio no seu olhar tresloucado.
Um Ano e Meio Atrás
Damien, O Pedido
Narrado por Mia
Os dias de primavera aqui são tão bonitos, pelo menos chove menos, eu sou suspeita porque eu gosto de chuva, mas quando estou em casa no quentinho, não é?
Estou na hora do meu almoço e o Damien me ligou para esperar aqui por ele, então estou aqui na porta do hospital à espera. Olho para o relógio espero que ele não se atrase.
Somos amigos há algum tempo, mas sinto que a nossa amizade se tornou algo mais. Comecei a olhar para ele com outros olhos, e tenho a certeza que ele também.
Mas sei lá, eu não tenho sorte nenhuma no amor, tem sido frustração atrás de frustração. Chego a pensar que os homens em vez de miolos, têm é merda mesmo naquelas cabeças.
Estou perdida nestes pensamentos, quando o vejo chegar.
Damien é moreno, olhos e cabelos castanhos, mas o filho da mãe é lindo pra c****e.
— Olá, minha linda, como estás? — Ele me dá um selinho no rosto. Ele cheira sempre tão bem.
— Estou bem e tu? — pergunto.
Conversa de circunstância, estão a ver!
Percebo de imediato que ele está nervoso.
— O que se passa, Damien?
— Mia, eu… quer dizer, eu.
Eu rio.
— Está difícil de sair as palavras! — brinco.
Ele ri.
— Pois está, vim todo o caminho a ensaiar o que te dizer e estava tão perfeito, mas chego aqui e tudo fugiu da minha mente.
— Diz e pronto. — Eu o encorajo.
— Ok, tens razão. — Ele aclara a voz — Mia, tu queres namorar comigo?
Assim, a cru.
Eu sei que fui eu que pedi que ele dissesse e pronto, mas também como eu ia imaginar que ele ia dizer uma coisa destas?
Estou chocada, aflita e estressada.
Como assim, ele quer namorar comigo?
Namorar, namorar mesmo?
Acho que estou com cara de louca, porque ele olha para mim em pânico.
— Mia, estás bem? — ele pergunta assustado.
Eu vejo ele falar, porque a boca mexe, mas eu não ouço nadica de nada. Acho que passei até para outra dimensão.