Capítulo 1 - O Agente & A Missão

1627 Words
Narrado por Mathew Hank. A decisão mais difícil que já tomei em toda minha vida foi abandonar Anne doze anos atrás. Depois de uma triste conversa com Will percebi o quanto estava atrapalhando a vida dela, que na época tinha apenas dezessete anos. Por mais que não me arrependa de ter me envolvido e me apaixonado por ela, sabia que o correto era me afastar, ainda mais depois que coloquei a vida da pessoa mais importante da minha vida em risco. Eu poderia ter ficado, poderia ter lutado, enfrentado meu ex-sogro e até fugido com ela, mas nunca me perdoaria se o fizesse. Anne precisava viver sem minha influência, fazer suas próprias escolhas e tomar suas próprias decisões. Sempre acreditei que se fosse o que o destino desejasse, ainda ficaríamos juntos. Pra alguns meu ato pode ter sido covarde, mas não me arrependo dele. Ter escrito aquela carta antes de partir foi muito doloroso, mas valeu a pena porque graças a isso, ela se libertou de mim e foi viver sua vida da forma que realmente desejava. Os anos se passaram e fui viver minha vida focando totalmente e integralmente no trabalho. Crescia ano a ano no FBI, até me tornar chefe de uma das divisões, coordenando e supervisionando meus próprios agentes. Com o passar do tempo nossa equipe se tornou forte, corajosa e muito competente, conseguindo resolver praticamente todos os casos que nos eram passados, seja de máfia, roubos, homicídios e até mesmo casos de psicopatas, normalmente os mais pesados para nós. Mas a vida é feita de surpresas e certa vez, descobri que depois de todos esses anos reencontraria o grande amor da minha vida. Anne, sem qualquer influência minha se tornou policial e tempos depois quis entrar para o FBI. Quando Alex me disse que ela estava treinando na nossa academia meu coração se encheu de alegria. Por meses, observei o treinamento dela de longe, sem que me visse, em busca de matar as saudades da minha garota mesmo a distância. Anne se tornara uma mulher ainda mais linda e sexy do que antes, determinada, focada e condecorada na polícia de Nova York e em seguida, pela daqui de Washington. No dia do nosso reencontro eu m*l dormi, só conseguia tremer e andar de um lado para o outro na minha sala, tamanha a ansiedade que sentia. Quando ela adentrou aquela porta, a felicidade invadiu meu coração. Depois de poucas palavras nos beijamos ardentemente, em um beijo repleto de saudades, carinho, amor, desejo... Foi tão intenso. — Então quer dizer que você ficou sozinho durante todo esse tempo? - Ela sussurrou com a testa colada a minha após mais um beijo. — Sim, não conseguiria me entregar a outra mulher que não fosse você. - Lhe dei mais um selinho — Mas conversaremos sobre isso depois, estamos aqui pra falar de trabalho. - Mesmo não querendo, me afastei dela e passei o dorso da mão sob minha boca, que estava suja de batom. — É, eu sei. - Anne sorriu — Como as coisas funcionam por aqui? - A linda morena perguntou olhando ao seu redor. — Bom, nossa equipe é formada por mim, Diana, Gia, Natasha, Mark e Alex. Os três últimos você conheceu no passado, aliás. - Expliquei e ela assentiu com a cabeça recordando-se deles — Somos muito unidos e tenho certeza que você se dará bem com todos eles. — Assim espero. - Foi até mim e envolveu os braços ao redor do meu pescoço — Quando vamos matar as saudades, chefe delícia? — Chefe delícia? - Dei risada — Sinceramente? Por mim transaria com você nesta mesa agora mesmo. - Apertei a cintura dela trazendo-a para mim. — E por quê não o faz? - Provocou-me no mesmo momento em que a porta da minha sala foi aberta. — Oh, desculpe. - Diana, uma das nossas agentes, se desculpou sem graça ao ver eu e Anne nos afastarmos bruscamente — Chefe, a senhora Duncan quer falar com o senhor... Agora. - A ruiva de olhos claros avisou. — Okay, avise que já estou indo lá. - Pedi e ela concordou com a cabeça, saindo imediatamente da minha sala. — Argh, que vergonha. - Anne murmurou corada. — Acontece. - Dei de ombros — Mas preciso ir resolver esse assunto, Ellen Duncan é minha superior e uma pessoa difícil as vezes. — Certo, vou lá conhecer o resto da equipe, nos vemos depois Matt. - Me deu outro selinho, foi em direção a porta e saiu. [...] — E então senhora? O que houve? - Indaguei a minha superior que assim que me viu, impediu-me de entrar em sua sala, que ficava no último andar do prédio. — Deixe o celular do lado de fora. - Ordenou séria. — Por quê? — Protocolos. — Okay. - Concordei tirando o celular do bolso de minha calça e o guardando em uma caixinha que tinha na antessala — Agora posso entrar? — Uhum. - Ela murmurou dando passagem para que eu entrasse e trancando a porta. — Desde quando temos esse tipo de protocolo aqui? - Indaguei me sentando na cadeira que havia ali, enquanto Ellen dava a volta na mesa e sentava-se em sua poltrona de couro preta. Ellen é uma bela n***a na casa dos cinquenta anos, que comanda as unidades do FBI com mãos de ferro e muita competência. As vezes ela implica comigo, mas bem ou m*l confia e acredita no meu trabalho. — Quando temos casos extremamente graves, prefiro fazer isso Work. — Hank - A corrigi — Gosto mais deste sobrenome mesmo sendo de mentira, se bem que estou seriamente pensando em mudar de nome oficialmente mesmo. - Comentei mudando, sem querer, de assunto. — Pois bem. Sempre confiei na inteligência e coragem da sua equipe, por isso irei lhe dar uma grande missão. — Qual o caso dessa vez? - Perguntei já não me aguentando de curiosidade. — Há duas semanas coisas ruins vem acontecendo na nossa cidade. De lá para cá encontramos dois corpos de mulheres na casa dos trinta, mortas de maneira... Horrível. - Contou engolindo em seco — Temos um, dois ou até mesmo uma matilha de psicopatas por aqui. — O que lhe faz ter certeza que se trata de um psicopata Ellen? — O que me faz afirmar isso é a forma como as vítimas foram mortas. Essas mulheres foram encontradas, entre outras coisas, estripadas. — Como Jack, O Estripador? - Questionei me referindo a um dos piores psicopatas de todos os tempos. — Sim, mas com muitos acréscimos ainda mais sórdidos, entre eles a falta de algumas partes do... Corpo. - Desviou o olhar incomodada em tratar daquele assunto nojento. - Mathew, quero que sua equipe investigue e prenda esse bandido discretamente, sem alarde. Se a notícia desses assassinatos caírem nas mãos da mídia, eles vão armar um circo e Washington será tomada pelo pânico e isso não pode acontecer de forma alguma, entendeu? — Sim senhora. Garanto que prenderei esses assassinos o mais rápido possível. - Prometi seguro de mim. [...] Após a reunião com Duncan, resolvi levar Anne para a casa dela no começo da noite. No caminho conversamos sobre vários assuntos e ela me contou sobre seus dois namoros, o segundo inclusive acabara quando já estava noivo do tal Maurice, que nem conheço mas já detesto. Tentei me controlar, mas a verdade é que estava morrendo de raiva de saber que minha Anne ficou com outros caras e provavelmente, transou com eles. — Pronto, está entregue. - Falei parando o carro em frente a casa da morena. — Não quer subir? - Anne provocou-me dando uma mordiscada em meu pescoço, que deixou-me muito arrepiado. — Não é melhor irmos com calma? - Sugeri sem olha-la já que se eu olhar para esses olhos, não tenho dúvidas de que me perderei neles. — Qual é Matt, você está sem f***r há doze anos! Está querendo virar padre? - Perguntou segurando o riso. — Não! - Acabei rindo — Só estou querendo ir com calma, fazer as coisas do jeito certo pra que dessa vez dê certo. Além do mais, tenho uma coisa muito importante pra fazer ainda hoje. - Expliquei olhando para ela. — Mais importante que fazer amor comigo? - A Anne atrevida de sempre disse mordendo meu lábio e quase me tirando do sério. — É coisa de trabalho, amanhã juro que te contarei tudo. - Acariciei o rosto dela e lhe beijei, enquanto colocava minhas mãos no bolso da minha calça para pegar meu cartão — Aqui está meu telefone, me liga hein? — Pode deixar! - Ela sorriu me dando um último beijo, tirando o cinto de segurança e saindo do carro. Esperei que ela entrasse em casa para dar partida no carro e ir para minha casa, que não ficava tão longe de onde meu amor morava. Ao chegar em casa, fui tomar um banho rápido e depois de comer um leve sanduíche, peguei o computador para dar uma boa olhada no próximo caso que trabalharei. Deitei na cama e enquanto tomava uma taça de vinho tinto, meu favorito, comecei a ler sobre o caso. As fotos chegaram a embrulhar meu estômago de tão fortes. Mulheres estripadas, muito sangue e ambas estavam sem a perna direita e sem os dedos das mãos. Minha mente começou a se encher de dúvidas. Essa crueldade toda será obra de um só assassino? Ou são mais de um? Por que ele as mata dessa maneira tão degradante? E por quê escolhe esse tipo de vítima? São tantas perguntas, mas eu tenho uma única certeza dentro de mim. Quem fez isso com essas mulheres será punido nem que seja a última coisa que eu faça nesta vida. 
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