CAPÍTULO 4 (VINCENZO FIZTERRA)

729 Words
Na maioria das reuniões, tratávamos de negócios e resolvíamos problemas pendentes, como o maldito do Trevex, o Capo da “Ndrangheta” e suas recorrentes invasões em nosso território. Mas não hoje. Hoje sinto que seria diferente. Entro e cento ao lado direito do Logan onde é o meu lugar e saúdo a todos com um aceno da cabeça. - Estamos descontentes, Logan. Você se casou com uma mulher que não pertence à mafia – argumentou Marco. - E, por sua decisão, perdeu a chance de aumentar o seu poder de força, de arranjar aliados importantes. Como líder de uma organização, é inadmissível que pense com a cabeça de baixo em vez de pensar com a cabeça de cima. A adrenalina do que estava prestes acontecer correu pelas minhas veias, me deixando animado com o êxtase que só uma matança me fazia sentir. Eu adorava me sujar com sangue dos nossos inimigos. Era algo que me fazia bem, como se fosse uma necessidade. Mas também adorava me sujar com sangue de idiotas como Marco. - E o que vocês me aconselhariam? Estou casado com Ellen há anos e não está em questão um divórcio, vocês estando contente ou não. - Ele deu de ombros e sorriu incisivamente. - Meu filho ira sentar nessa cadeira em alguns anos e, caso eu saiba que estão planejando algo contra o meu herdeiro ou a minha esposa, eliminarei cada um de vocês antes de acabar com as vossas famílias e dizimarei a existência de vocês na face da terra. Vivíamos em paz e harmonia com as outras mafias, assim poderia se dizer, até eu matar Santiago laves. Trevex o Capo da Ndrangheta, como um maldito, desencadeou o inferno na terra, querendo vingança pelo assassinato do homem. Desde então, o desgraçado brincava connosco: explodia um dos nossos clubes, o que revidávamos, e o i****a sumia com uma de nossas cargas, portanto fazíamos a mesma coisa com algumas das dele. Acontece que esse jogo de merda vinha desenrolando há anos. Acumulando um prejuízo incalculável e uma dor de cabeça do c*****o. Por isso havia o descontentamento da famiglias com Logan. Acreditavam que se ele tivesse casado com uma mulher de sangue importante, as coisas se acalmariam com o Trevex. Gustavo bufou. — Ninguém espera que você largue a sua esposa. Nós aceitamos que optou por se casar com uma mulher fora da máfia, assim como aceitamos o fato de que tem um herdeiro. Aceitaram, mas não engoliram, ponderei. Ellen não era amada pelas famiglias, no entanto era respeitada dentro do círculo social. A maioria das mulheres a odiavam e não podiam exprimir suas opiniões, pois foram criadas para ser a esposa perfeita, a garota que chamaria a atenção do Capo. Então Ellen apareceu, detonando todos esses planos. Foi invejada e odiada, mas, acima de tudo, respeitada. Se tinha uma coisa que ela sabia fazer, era colocar medo nas pessoas. Logan soltou uma risada incrédula. — É mesmo? Então qual é o motivo dessa reunião, Marco? — Nossas p*tas estão morrendo e nossos clubes estão sendo explodidos, Logan. Está na hora de revidar os ataques de Trevex, não podemos mais sair no prejuízo — declarou Marco. Os outros homens se manifestaram em murmúrios, concordando com o i****a. — Estamos há meses em silêncio. Está na hora de mudar as coisas, mostrar para Trevex o nosso poder de força e então concluir de uma vez por todas esse impasse, amedrontando-o ou atacando-o. — Concluiu Gustavo. Corri os olhos até Logan, expressando uma pergunta silenciosa através deles — Eu ainda não entendi qual é o ponto — murmurou Logan, perdendo a paciência e deixando isso bem claro para todos. Os homens ficaram em silêncio e se entreolharam, como se estivessem decidindo quem seria o mais corajoso para expressar os planos que combinaram antes de entrarem na reunião. Recolhi o copo de uísque de cima da mesa e tomei alguns goles, aguardando ansiosamente para ouvir o plano mirabolante que eles tiveram. — O ponto é que, como você se casou com uma mulher de fora da máfia, queremos que case o seu Consigliere com alguma de nossas filhas. Assim, reforçaremos a nossa aliança — disse Gustavo. Cuspi todo o líquido na mesa, recebendo um grunhido baixo e ameaçador de Aurio ao atingi-lo no braço com o jato de bebida e saliva. — Como é? — perguntei, arqueando as sobrancelhas.
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