Inspirei fundo, sentindo o cheiro do Vincenzo ao meu redor. Virei na cama, abri os braços e soltei um bocejo, acordando para a vida após a noite mais intensa que eu já tive. Pisquei, acostumando-me com a claridade que se arrastava através da janela, e me sentei na cama, segurando o lençol por debaixo dos braços. Eu estava nua e havia uma dorzinha gostosa no meio das minhas pernas. — Bom dia, esposa. — A voz de Vincenzo soou ao meu lado direito. Virei-me para ele e engoli em seco ao notar que girava sobre a mesa a faca que antes estava debaixo do meu travesseiro. Os olhos dele estavam afiados em minha direção e em seu colo, embrulhado em uma bola bagunçada, os lençóis manchados de sangue. — Bom dia — cumprimentei, dando um sorriso constrangido. — Dormiu bem? — indagou, sem parar de me