Vingança...
Me vejo sem ação
perturbado pelo medo da traição
sofrendo uma assustadora emoção
como uma adaga em meu coração
me vejo perdido
sem reação
chorando magoas e dores
do meu coração
o anjo do amor
me traiu e causou dor
agora aos poucos vou me recompor
e depois, voltar-me contra o anjo traidor
Eis a hora da vingança
Pra você meu caro,
Não há mais esperança
e para minha família deixarei minha herança
você vive em meu coração
Vou te destruir sem nem uma emoção
Dessa vida irei partir
Mas junto de mim você ira vir!
Me arrependo por um instante
mas já é tarde, agora a dor é constante
em meus olhos só vejo destruição
e a dor acaba em minha última oração
Minha mãe dizia
que o céu era só alegria,
Mas no meu paraíso
O que reina... é agonia...
Douglas Milani Carrobrez
(...)
Gael Maldonado:
Eu nem sei como cheguei em casa ontem, já que estava tão anestesiado pela dor da traição que nem sei se ainda é noite ou se já amanheceu, mas isso pra mim agora pouco importa.
Meu irmão Anthony queria ficar aqui comigo, mas eu não queria ter ninguém por perto, mas tive que jurar pra ele que não iria cometer nenhuma loucura para que ele pudesse me deixar em paz.
Fui direto para a minha adega, onde peguei uma garrafa de bourbon, juntamente com um copo, sentei no sofá e enchi o copo com o líquido, tomei tudo de uma vez e a bebida desceu queimando a minha garganta, mas nem isso foi capaz de aplacar a dor que eu estava sentindo.
Ficava repassando tudo que eu ouvi daqueles dois imbecis, e quanto mais ficava pensando nisso mais raiva eu sentia de mim por ter acreditado tão cegamente na amizade do Douglas e no amor que Ellen dizia sentir por mim, eu devo ser muito o****o para ter caído numa cilada dessa.
Acho que nenhum ser humano merecia passar por isso, eu nunca fiz m*l pra ninguém, porque isso foi acontecer logo comigo.
Eu devia ter ouvido a minha família que não gostou da Ellen desde o início, nem quando Anthony chamava Douglas de parasita eu abrir meus olhos para aquele maldito traidor.
Douglas era como um irmão pra mim, crescemos juntos e achei que podia confiar cegamente nele, e olha no que deu.
Eu não sei porque ele agiu comigo dessa maneira tão baixa, afinal eu e minha família não tem culpa de ter dinheiro, e nós nunca tratamos ele com indiferença, mesmo ele sendo filho dos nossos funcionários, sempre respeitamos todos, meus pais sempre ajudou todos eles financeiramente, eu também fiz pelo Douglas o que nenhuma outra pessoa mais esperta do que eu jamais faria.
Se ele queria ser rico era só trabalhar, mas ele quis o mais fácil, que foi me enganar e tentar arrancar mais dinheiro de mim, através da Ellen.
Dói tanto pensar sobre isso, e eu não sei se consigo recolher os cacos e recomeçar outra vez, provavelmente nunca mais entregarei meu coração pra mais ninguém.
Bebi a garrafa toda, enquanto lamentava a minha vida desgraçada, meio cambaleante eu peguei outra garrafa e a abri com os dentes, tomei alguns goles no gargalo mesmo, não estava nem aí pra nada mais.
Não sei nem quantos copos de bourbon que eu tomei e nem quanto tempo se passou, só sei que fiquei ali embriagado apenas amargando a raiva de mim mesmo por ter sido um completo i****a.
Subi as escadas bem lentamente, segurando no corrimão para não cair, assim que cheguei no quarto, quis destruir todas as coisas da Ellen que estavam ali, e fui o que fiz.
Rose entrou no meu quarto, assim que ouviu os barulhos, ela ficou assustada quando viu a bagunça que eu estava fazendo.
-Senhor Maldonado, está tudo bem? Sua pergunta me irrita e muito.
-Eu pareço bem pra você, senhora Cannon?
-Não, mas… Ela tenta falar mais alguma coisa, mas eu só quero que ela me deixe em paz.
-Ninguém fica bem quando descobre que fez papel de o****o, eu quero que você recolha tudo o que for daquela mulher e doe, jogue fora ou queime, não me interessa o que você vai fazer com tudo isso, não quero nada que for da Ellen aqui no meu quarto, nem no meu apartamento, você me entendeu, Rose?
-Eu farei isso agora mesmo, senhor Maldonado. Ela começa a recolher algumas roupas que estão espalhadas no chão.
-Vou tomar um banho, e quando terminar não quero ver nada que me lembre ela aqui neste quarto, chame os outros funcionários para te ajudar, depois quero ficar sozinho e não quero ser incomodado por ninguém.
Digo com a voz embolada, enquanto tirava tudo que Ellen deixava dentro do banheiro e os joguei no chão do quarto, em seguida bati a porta e a tranquei.
Com muito custo eu consegui tirar minhas roupas, liguei o chuveiro na água fria e fiquei ali tentando esfriar minha cabeça.
Coloquei as mãos espalmadas no azulejo do box, para que eu não caísse no chão.
Quando percebi eu estava em prantos, a dor da traição veio com tudo, chorei como um desesperado, mas era assim que eu estava sentindo naquele momento.
O desespero se transformou em raiva e a raiva se transformou em ódio, três dias atrás eu pensava que tinha uma família e agora eu não tenho nada, aqueles dois me roubaram tudo, até meu filho eu não tenho mais.
Sou apenas a casca de um homem, não serei capaz de encarar ninguém, tamanha a vergonha que estou sentindo por ter sido uma marionete nas mãos daqueles dois.
Eu fui cego ao ponto de não perceber que estava cercado por duas najas peçonhentas, eu devia ter desconfiado quando Ellen começou a gastar dinheiro excessivamente, devia ter percebido a inveja que o Douglas tinha sobre mim, já que ele vivia na minha aba, me fazendo pagar suas bebidas quando íamos em boates e outras festas.
O pior foi ter acreditado que Nicholas era meu filho, eu devia ter desconfiado quando notei que ele não parecia em nada comigo, na verdade ele realmente se parece com o Douglas, mas eu queria que essa parte fosse uma mentira daqueles vigaristas, mas infelizmente essa é uma dura realidade.
Desliguei o chuveiro quando não tinha mais lágrimas para chorar.
Peguei uma toalha, enrolei em volta da minha cintura, quando passei pelo espelho, eu fiquei encarando a minha imagem refletida ali, eu estava abatido, com a barba pra fazer, ainda grogue por conta de toda bebida que tomei, eu parecia a sombra de um homem que não via mais esperança na vida.
Estava com tanta raiva de mim, que dei um soco no espelho, estilhaçando o vidro e cortando a minha mão toda, mas eu estava tão anestesiado que não senti dor alguma.
Enrolei minha mão em uma toalha de rosto para estancar o sangue, assim que ficou melhor eu deixei a toalha no chão, fui para o quarto que milagrosamente não tinha mais nada que me lembrasse daquela mulher, vesti uma calça de moletom e uma camisa branca e deitei na cama.
O sono não vinha, minha cabeça estava a mil, mesmo com tanto álcool no meu sangue, o silêncio era insurdecedor, era como se eu tivesse sido engolido por um buraco n***o.
Meu coração estava em carne viva, estava com vontade de acabar com tudo e desaparecer do mapa, mas sou covarde demais para fazer isso também, esse sou eu.
Finalmente o cansaço me pegou e eu apaguei, acordei quando ouvi um barulho, quando abri os olhos eu vi Rose em pé na beirada da cama com uma bandeja na mão.
-Bom dia senhor Maldonado, trouxe seu café da manhã, tem dois dias que o senhor não come nada, nem sai dessa quarto escuro, que tal comer alguma coisa?
-Eu agradeço senhora Cannon, mais eu não quero comer nada, só quero ficar sozinho apenas, só me traga uma garrafa de bourbon.
-Tudo bem, senhor Maldonado, vou trazer sua bebida, e antes que eu me esqueça, seus pais e seus irmãos já ligaram várias vezes querendo falar com você.
-Eu não quero falar com ninguém, Rose, só faça o que te pedi, por favor.
-Sim senhor, com licença.
Fiquei de olhos fechados enquanto ficava ali esperando a Rose voltar com a minha bebida, enquanto eu tento me lembrar que dia é hoje, já que as cortinas permanece fechadas como eu deixei.
Não quero sair desse meu refúgio, ainda não me sinto pronto para encarar o mundo lá fora ainda, e nem quero ver o olhar de pena da minha família por eu está na merda.
Assim que Rose deixou a garrafa e um copo na mesinha que fica perto da minha cama, ela foi embora, me deixando sozinho como eu queria ficar.
Enchi o copo com o líquido âmbar e tomei tudo de uma vez, como estou de estômago vazio o efeito do álcool é instantâneo.
Voltei a dormir depois de beber umas três doses de bourbon, acordei com um clarão no meu rosto, estava prestes a gritar com a Rose por abrir as cortinas, quando vi minha mãe ali no quarto me olhando com preocupação, eu não estava preparado para falar com ela, mas eu sei que dona Abigail não iria sair dali nem se eu pedisse, minha mãe é osso duro de doer.
-Oi meu amor, precisamos conversar. Ela diz com sua voz carregada de amor, e tenho vontade de deitar em seu colo e chorar como um bebê.
Continua.........