Capítulo 3

1099 Words
Não posso deixar de pensar que isso é minha culpa. Que isso é uma punição, de alguma forma, pelo que fiz. Por me permitir quebrar minha promessa com ela. Por ceder à tentação. -Fique comigo. Eu sussurro, segurando a mão dela na minha. -Você me implorou para não deixá-la, Sasha. Para trazer você aqui. Você não pode me deixar agora. Não depois de você ter passado por tanta coisa. Seja o que for, não é forte o suficiente para levá-la. Não pode ser. Não há nada. Nenhuma palavra ou som de seus lábios, e isso me faz sentir quase selvagem de desespero. Não é assim que eu queria que as coisas terminassem entre nós. M*al nos falamos durante o almoço. Parece que a última conversa real que tivemos foi uma discussão - que fui eu dizendo a ela que não posso amá-la, que ela não deveria estar apaixonada por mim. Uma conversa que terminou com ela indo sozinha para o quarto. O que eu poderia ter feito diferente? Não posso fazer promessas a ela que sei que não posso cumprir. Eu não posso me deixar ser o único a machucá-la, a partir seu coração. Eu nunca deveria ter tocado nela para começar. Tinha sido tão bom, tudo isso. Seus lábios nos meus, em mim. Provando-a pela primeira vez, tocando-a. O prazer requintado quando ela se tornou a primeira mulher com quem dormi. Fiz isso para mostrar a ela o quanto me importo com ela. Que eu queria dar algo a ela, mesmo que não pudesse dar a ela para sempre. Eu cruzei tantos limites por ela, e talvez seja aí que eu errei. Eu me permiti inventar desculpas para minhas próprias regras, justifiquei-as da maneira que pude, e agora este é o resultado. Se ela morrer, será minha culpa. No fundo da parte racional do meu cérebro, a parte que não foi condicionada a acreditar que esse tipo de punição é resultado do pecado, sei que isso não faz sentido. Mas essa parte não é alta o suficiente para abafar o resto, então me sento ao lado de Sasha enquanto espero o médico chegar, segurando sua mão, a mesma frase se repetindo continuamente em minha cabeça. Se ela morrer, será minha culpa. Eu me levanto quando finalmente ouço passos na escada e uma batida hesitante na porta. -Maximiliano? A voz de Giana vem através da madeira pesada. -O médico está aqui. Devo deixá-lo entrar? -Vá em frente. Minha voz fica presa na minha garganta, e eu a limpo mais ou menos. -Mande-o entrar. O novo médico não tem nada a ver com o médico de família de que me lembro da minha infância. O homem de aparência formal que costumava aparecer sempre que algum de nós estava doente era mais velho do que Giana é agora, severo e sensato, com um ar de autoridade confiante que fazia qualquer um, até mesmo minha mãe, que tinha à hipocondria, se sentir segura que ele curaria tudo o que ela sentia. O médico que entra, com um sorriso amigável no rosto, parece mais jovem do que eu. Ele está vestindo calça bege e uma camisa xadrez com as mangas arregaçadas, seu cabelo castanho bagunçado e sua aparência jovem sem a confiança severa que eu vim a associar aos médicos. de sua família para alguém. E esse homem, embora pareça ter tudo de sobra, também parece jovem o suficiente para ainda estar na residência. -Senhor. Agosti. Ele inclina o queixo para baixo respeitosamente. -Eu sou o Dr. Guerera. Dona Giana me ligou e disse que era uma emergência? -De fato. Dou um passo para trás, para que ele possa ver Sasha. -Mas acho que pode haver uma confusão... -De jeito nenhum. O Dra. Guerera me dá outro sorriso, com dentes brancos como pérolas e tudo. -Eu sei que posso não ser quem você esperava. Meu pai faleceu há alguns anos, não muito depois que seu próprio pai morreu. Deus descanse suas almas. Assumi a prática - e, naturalmente, vim visitar a propriedade. Não que eu tenha estado muito aqui – Giana e Tomas são notavelmente saudáveis, apesar de estarem envelhecendo. -Todo esse sol italiano, suponho. Digo com os dentes cerrados, aproximando-me da cabeceira de Sasha. -Se você é o que temos, então continue com isso. Sei que meus modos deixam muito a desejar, mas o Dr. Guerera, se é que isso o incomoda, não demonstra. -Você pode me contar o que aconteceu? Ele pergunta, aproximando-se de Sasha e tocando suavemente sua testa. -Giana disse que desmaiou, mas não tinha muito para mim além disso. Algo em mim se arrepia ao ver o jovem tocando a testa de Sasha, seus dedos acariciando sua pele. Eu empurro o sentimento de lado o mais duramente que posso. O ciúme não vai ajudar Sasha. -Infelizmente, também não tenho muito mais para dizer. Ela parecia bem - um pouco cansada, talvez, depois que saímos do almoço, mas fora isso, bem. E então... ela desmaiou. Dr. Guerera franze a testa. -Fale comigo sobre a ordem dos eventos? -Pegamos um avião em Nova York – um jato particular de um amigo de confiança. Voamos direto para cá – ela passou boa parte do voo dormindo, ou pelo menos em um quarto separado. Quando chegamos à Itália, dirigimos para a cidade, almoçamos leve no café e depois viemos para cá. -E você disse que ela começou a se sentir m*l depois do almoço? Eu concordo. -Isso parece um pouco extremo para intoxicação alimentar, não é? -Sim. Ele toca a testa dela novamente, pegando seu estetoscópio. -Vou tirar um pouco de sangue e fazer exames imediatamente. Não posso determinar um curso de tratamento até saber o que está errado, ou corremos o risco de machucá-la ainda mais. Mas isso parece muito estranho. Ela está com uma febre perigosamente alta. Eu me sinto impotente, parado ali observando enquanto a Dr. Guerera tira seus sinais vitais e amostras de sangue. Cada minuto que passa parece que está mais perto de perder Sasha para sempre. Isso não é algo do qual eu possa lutar ou defendê-la. Não é nem um perigo que eu reconheça. Quando o médico finalmente sai, prometendo me ligar assim que tiver os resultados, sento-me ao lado de Sasha, sua mão quente na minha. Seu lindo rosto está pálido, exceto pelas manchas quentes em suas bochechas, mais rubor vermelho rastejando pelo pescoço e peito, tornando-se ainda mais surpreendente pelo tom branco acinzentado do resto de sua pele. -Aconteça o que acontecer… Murmuro, acariciando as costas de sua mão suavemente com meu polegar. -Eu não vou deixar você. -Eu prometo isso a você.
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