As Regras de Marcos : Redenção

O Retorno à Realidade

Por um longo momento, Marcos e Bruna se perderam um nos olhos do outro. Havia uma tensão palpável no ar, como se ambos estivessem segurando a respiração, esperando para ver quem iria quebrar o silêncio primeiro. Os olhos de Bruna estavam cheios de preocupação enquanto ela observava o rosto sério de Marcos.

Finalmente, foi Marcos quem quebrou o silêncio, um suspiro pesado escapando de seus lábios:

"Bruna, preciso que me leve a sério," ele começou, sua voz carregada de uma mistura de determinação e tristeza. "Eu não vou mudar de ideia. Se você quer ser mãe, terá que me deixar e procurar um pai para seus filhos, porque eu não serei pai."

Bruna sentiu como se seu coração estivesse se despedaçando lentamente enquanto ouvia as palavras de Marcos. Ela podia ver a dor em seus olhos, uma dor que ela mesma compartilhava. Ela sabia que ele a amava, sabia que ele não queria deixá-la, mas também sabia que Marcos falava sério ao dizer que preferia que ela o deixasse a ser pai. Era uma decisão difícil e dolorosa para ambos.

"Tudo bem, garotão," Bruna disse finalmente, sua voz tremendo um pouco mais do que ela gostaria. "Vamos esquecer essa história de filho."

Ela viu o alívio momentâneo nos olhos de Marcos, mas também viu a tristeza que ele tentava esconder. E ela sabia que estava mentindo. Sabia que não poderia simplesmente ignorar seu desejo de ser mãe, assim como sabia que Marcos não poderia ignorar sua aversão à paternidade.

Ambos sabiam que essa questão não seria resolvida com uma simples promessa de esquecimento. Era uma ferida que continuaria a doer, uma lacuna entre eles que não podia ser ignorada. Mas, por enquanto, eles escolheram não confrontá-la, preferindo manter a ilusão de que tudo estava bem.

No entanto, no fundo de seus corações, eles sabiam que essa conversa não estava realmente encerrada. A questão dos filhos ainda pairava sobre eles, esperando para ser resolvida de uma forma ou de outra. E até que encontrassem uma solução, essa sombra pairaria sobre o relacionamento deles, ameaçando separá-los a qualquer momento.

Apesar de ambos saberem que Bruna estava mentindo e que a questão dos filhos continuava a ser uma sombra sobre eles, o amor que compartilhavam os impedia de se afastarem. Era como se estivessem presos em um impasse emocional, incapazes de abandonar um ao outro, mas também incapazes de resolver seus conflitos mais profundos.

Nos dias que se seguiram àquela conversa angustiante, nada entre Marcos e Bruna foi igual. Os momentos de i********e na praia, antes cheios de paixão e ternura, tornaram-se raros. Marcos passava cada vez mais tempo trancado em seu escritório, imerso em seu trabalho como se fosse uma maneira de fugir da complicada realidade que enfrentavam. Enquanto isso, Bruna buscava refúgio na natureza, caminhando sem rumo pela ilha paradisíaca em uma tentativa desesperada de encontrar uma solução para o dilema que os separava.

Apesar de estarem fisicamente próximos, suas mentes pareciam estar em lugares distantes, cada um perdido em seus próprios pensamentos e preocupações. As conversas íntimas deram lugar ao silêncio tenso, e o clima de desconforto pairava sobre eles como uma nuvem escura.

No entanto, havia um momento em que eles ainda se entregavam ao amor de forma sincera: as noites. Quando se deitavam juntos, cansados dos desafios do dia, cediam ao forte desejo que sentiam um pelo outro. Na penumbra do quarto, os corpos se uniam em um abraço apaixonado, buscando conforto e conexão em meio à turbulência emocional que os rodeava. Nessas horas preciosas, todas as preocupações e dúvidas desapareciam, substituídas pela sensação reconfortante de pertencimento mútuo.

No entanto, mesmo esses momentos de i********e não eram capazes de dissipar completamente a tensão que se acumulava entre eles. Era como se estivessem dançando na beira de um precipício, com o abismo da incerteza se abrindo diante deles. Eles sabiam que algo tinha que mudar, mas o medo do desconhecido os impedia de dar o próximo passo. Assim, eles continuavam presos em um ciclo de amor e conflito, incapazes de encontrar uma saída para o labirinto emocional em que se encontravam.

O fim das férias de Marcos e Bruna marcou o retorno deles à agitada vida em Nova York. Enquanto arrumavam as malas para deixar a ilha paradisíaca para trás, ambos sentiam um certo alívio misturado com uma ponta de tristeza. Por mais complicada que fosse a situação entre eles, o retorno à rotina familiar representava um refúgio familiar em meio ao caos emocional que estavam enfrentando.

Ao voltarem para a cidade, eles mergulharam de volta às suas vidas e responsabilidades. Para Marcos, isso significava assumir o controle da Deravux, sua empresa legítima, enquanto também mantinha sua posição como Don da máfia, com os Castilhos esperando por ele em um galpão sombrio onde as torturas eram comuns. Para Bruna, significava lançar suas coleções de joias e ajudar a planejar o casamento de sua amiga, Lis.

Apesar de estarem ocupados com suas próprias agendas, ambos sentiam a falta um do outro. O tempo que passaram juntos nas férias, apesar das tensões subjacentes, havia sido um lembrete do amor profundo que compartilhavam. No entanto, conforme voltavam para suas vidas cotidianas, o abismo entre eles parecia se alargar ainda mais.

Voltar para casa significava limitar o tempo que passavam juntos. Apesar de tudo, eles se amavam. Isso era inegável. Mas o amor sozinho não era suficiente para superar os desafios que enfrentavam. O abismo entre eles parecia cada vez mais insuperável, uma barreira impenetrável que ameaçava separá-los para sempre.

Enquanto se ajustavam à vida agitada de Nova York, Marcos e Bruna se encontraram em uma encruzilhada emocional. Eles sabiam que algo tinha que mudar, mas não tinham ideia de como começar a consertar o que estava quebrado entre eles. Assim, eles continuavam a viver suas vidas, mantendo as aparências enquanto lutavam para encontrar uma maneira de se reconectarem verdadeiramente. O futuro de seu relacionamento permanecia incerto, pendurado no equilíbrio frágil entre o amor e a distância que os separava.