O Silêncio da Conexão

1374 Words
Após se entregarem à paixão desenfreada, Bruna se alinha ao corpo de Marcos, como se quisesse fundir sua própria essência à dele. Marcos a abraça com firmeza, como se estivesse se agarrando à própria vida. Um silêncio pesado se instala entre eles, como se ambos temessem quebrar o frágil laço que os unia naquele momento. Nenhum dos dois diz uma palavra, como se o medo de falar fosse romper a magia do momento que compartilhavam. Eles se envolvem em um abraço apertado, perdendo-se na sensação reconfortante da presença um do outro. Era como se suas almas estivessem se comunicando em um nível mais profundo do que as palavras poderiam expressar. Depois de muito tempo, é Bruna quem quebra o silêncio, sua voz um murmúrio suave no ar carregado: "Vamos dar um jeito nisso, garotão, juntos." Marcos acaricia gentilmente as costas de Bruna, sua resposta vindo com igual ternura: "Claro, meu anjo." No fundo, porém, Marcos sabe que se o "jeito" que Bruna está pensando é convencê-lo a ser pai, eles terão muitos problemas pela frente. Ele sabe que essa é uma questão que não pode ser resolvida facilmente, e que suas opiniões divergentes podem criar conflitos em seu relacionamento. No entanto, ele decide guardar esses pensamentos para si mesmo, por enquanto. Porque no momento presente, o que importa é a conexão profunda que compartilham, o amor que os une e a promessa de enfrentar juntos o que quer que o futuro reserve. Mesmo após ouvir a afirmação reconfortante de Marcos de que eles resolveriam juntos o que os afligia, Bruna sentia como se o relacionamento deles estivesse pendurado por um fio frágil, pronto para se romper a qualquer momento. Essa sensação a apavorava profundamente. Depois de tudo o que enfrentaram para ficarem juntos, a ideia de perder Marcos era um pesadelo que ela não poderia suportar. Enquanto os pensamentos tumultuavam em sua mente, Bruna se viu questionando se não seria melhor para ela simplesmente ceder, em vez de tentar convencer Marcos a mudar de ideia. Afinal, ela sempre soubera que ele não queria ser pai, e não poderia mudar isso agora, não é? Em uma tentativa de afastar esses pensamentos angustiantes, Bruna deixou suas mãos percorrerem o corpo de Marcos, como se quisesse reacender a chama do desejo entre eles. Seus toques eram suaves, mas cheios de intensidade, buscando encontrar conforto e conexão na paixão que compartilhavam. Ela não queria pensar, ela não queria sentir nada além de desejo e prazer, pois pensar que nunca seria mãe de um bebe de Marcos era doloroso e pensar em perdê-lo era pior ainda, e Bruna não via uma saída para aquele impasse a não ser fazer amor com Marcos, de novo e denovo até quem sabe as coisas voltarem para seu devido lugar. Marcos observava Bruna enquanto ela o caricia, seus olhos percorrendo cada curva de seu rosto e corpo, enquanto ela o acaricia, ele sabe que ela esta usando o sexo para não pensar, ele sabe que isso não iria resolver a situação mas ele tambem não queria pensar. A luz da lua entrava pela janela, banhando-a em um brilho prateado que realçava sua beleza. Ele a amava, mais do que qualquer coisa no mundo. Mas um nó se formava em sua garganta quando pensava no futuro. Bruna sonhava com ser mãe, um desejo que emanava de seu coração com a força de um rio caudaloso, e ele percebia isso agora, não tinha como uma mulher boa como Bruna não querer ser mãe, para ela era como a cereja do bolo. Marcos, por outro lado, não se via nesse papel. O medo o consumia, a responsabilidade de criar uma vida o paralisava. Ele sabia que era injusto pedir a Bruna que desistisse do seu sonho, mas a ideia de ter um filho o aterrorizava. Naquela noite, ele preferiu se entregar à paixão, ignorando por enquanto as dúvidas que o assombravam. Seus lábios se tocaram suavemente, iniciando uma dança sensual de desejo e entrega. As mãos de Marcos deslizaram pelo corpo de Bruna, explorando cada curva com uma ternura que a fez arrepiar. Seus gemidos abafados se misturavam à melodia da noite, criando uma atmosfera de pura intensidade. Naquele momento, nada mais importava. As preocupações do futuro se dissiparam, dando lugar à paixão arrebatadora que os consumia. Seus corpos se moviam em perfeita sincronia, como se fossem um só. O desejo ardia em seus olhos, e a cada toque, a cada beijo, a chama se intensificava. Ao final, exaustos e saciados, se aconchegaram nos braços um do outro. A respiração ofegante se acalmava aos poucos, dando lugar a um silêncio cúmplice. Marcos fitou os olhos de Bruna, perdidos em um mar de ternura. "Te amo, coala", ele sussurrou, sua voz carregada de emoção. Bruna sorriu, seus olhos brilhando sob a luz da lua: "Eu também te amo, garotão", ela respondeu, sua voz suave como uma brisa. Naquele instante, Marcos sabia que a situação era complexa, que seus desejos divergentes colocavam em risco o futuro do relacionamento. Mas, por enquanto, ele preferia se concentrar na paixão que os unia, adiando para outro dia a difícil conversa sobre o futuro. A noite era deles, um refúgio de amor e desejo, onde as dúvidas se calavam e apenas a paixão reinava. E, sob o luar prateado, seus corpos se entregaram à dança das emoções, ignorando os desafios que o futuro reservava. Porém quando pararam de fazer amor a noite se arrastou como um fardo pesado para Marcos e Bruna. O sono, outrora um refúgio, agora era um campo minado de sonhos fragmentados e inquietação. Seus corpos se tocavam, buscando conforto na calidez mútua, mas seus pensamentos corriam em direções opostas, como ondas batendo contra rochas implacáveis. Na cama, Marcos se virava de um lado para outro, incapaz de se livrar da angústia que o consumia. A imagem do futuro pairava sobre ele como uma nuvem n***a, obscurecendo a luz do presente. Seus olhos se fechavam, mas as imagens que surgiam em sua mente eram de um mar tempestuoso, ondas violentas batendo contra um navio frágil. O navio era seu relacionamento com Bruna, e as ondas eram os desafios que os aguardavam. Ao seu lado, Bruna também se inquietava. Mesmo dormindo, seus músculos se contraíam, e o cenho franzido em seu rosto demonstrava a turbulência que se desenrolava em seu interior. Em seus sonhos, ela segurava um bebê nos braços, seus olhos cheios de amor e ternura. Mas, ao fundo, uma voz ecoava, alertando-a para a tempestade que se aproximava. O dia amanheceu chuvoso na ilha. O vento soprava com força, chicoteando as palmeiras e jogando rajadas de água contra as paredes da casa. O céu, antes azul e infinito, agora era um manto de chumbo, carregado de ameaças. Marcos se levantou da cama com cuidado, como se temesse perturbar o sono agitado de Bruna. Ele se aproximou da janela e observou o mar tempestuoso. As ondas se erguiam como montanhas furiosas, espumando de raiva, e se chocavam contra a costa com um estrondo ensurdecedor. Aquele mar era um reflexo de seus sentimentos. A tempestade que rugia em seu interior era a mesma que castigava a ilha. O medo, a dúvida, a incerteza, tudo se misturava em um turbilhão de emoções que o deixava tonto e confuso. Na cama, Bruna se mexeu, abrindo os olhos lentamente. A luz fraca da manhã entrava pela janela, revelando o rosto de Marcos, sombrio e distante. Ela se sentou e o abraçou por trás, buscando conforto em seu calor. "Bom dia", ela murmurou, sua voz ainda carregada de sono. Marcos se virou para ela e forçou um sorriso. "Bom dia", ele respondeu, mas seus olhos não transmitiam a alegria de suas palavras. Eles se olharam por um longo momento, cada um perdido em seus próprios pensamentos. A chuva continuava a cair, implacável, como se lavasse as esperanças que eles ainda nutriam. Naquele instante, ambos sabiam que a relação entre eles estava em perigo. A tempestade que os cercava era real e ameaçava consumi-los. O futuro, antes promissor e brilhante, agora era uma névoa densa e incerta. O que o destino reservava para Marcos e Bruna? Seriam capazes de navegar pelas águas turbulentas que se avizinhavam? Ou a tempestade seria forte demais, separando-os para sempre?
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