Capítulo 3 - ajudando você

1975 Words
O carro permaneceu em silêncio o caminho todo, primeiro por que eu nunca tinha saído com alguém e estava tímida, segundo por que eu não tinha nada pra perguntar. Olhei pela janela e tínhamos chegado a uma lanchonete que já ouvi falar mas não lembro, depois de um bom tempo de viajem, ele não estava no estacionamento e sim na parte onde passava carros para fazer pedidos rápidos. - O que vão querer - Paul quebrou o silêncio do carro abaixando o vidro. - Dois lanches completos com direito a sobremesa. Pode ser? - ele tinha olhado pra mim. Lógico que eu sorri e assenti. - Isso mesmo... AH. Não esquece das cenouras. O homem que estava sentado no motorista riu e assentiu se virando para a janela e falando com um homem. Atendente. - EU QUERO BRINQUEDINHO. - Ele gritou quando o atendente tinha perguntado se ele queria brinde. O Paul o olhou sério, mas logo riu e disse que queria o brinde sim. - Não resisto a um brinquedinho. - Percebi - sorri. - Onde vamos agora? - o olhei confusa. - Como assim? Não era só comer e pronto? - - Tem algum compromisso agora? - Neguei. Rindo, mas neguei. Pra que lugar eu iria além de voltar pra meu lugar e esperar um novo dia? - Então pronto moça, que lugar? - Sei lá. - Encolhi os ombros o olhando. - Já está ficando tarde e acho que tudo está fechando... e como já disse não sei quase nada em Londres. - ISSO - ele me assustou dando palminhas. - Quer conhecer Londres? - Ham? Conhecer Londres? - Ele assentiu com um sorriso. - Por que quer me mostrar Londres Louie? - Por que você não conhece, Oras.- Ele colocou a mão na cintura sorrindo. - E também por que eu não tenho nada pra fazer, e eu não quero ir pra casa agora, amanhã eu tenho show e hoje é a noite que eu tenho que aproveitar. - Comigo? - ele assentiu. - Por que? - Ai Malu. Sei lá. - Paul chamou nossa atenção e entregou duas grandes sacolas de papel. Louie deu um gritinho e sorriu pegando os pacotes. - Paul leve-nos pra conhecer Londres... só me surpreenda. - Mas... - Falei. - Olha moça, só se distraia igual a mim. - ele cruzou as pernas em pernas de índio. E fez gesto para que eu fizesse o mesmo. - Eu sei que estou fazendo loucura, mas nada de 20 segundos de loucura insana... no caso noite... AAH, você entendeu. Assenti rindo e vendo ele comer as batatas e cenouras que ele tinha pegado. Abri o saco que ele tinha me dado e peguei o pote que devia ser de batatas com cenouras, pois era igual ao dele, e coloquei sobre minhas pernas. - Ual. - Olhei para a janela do lado dele e o mesmo com a mão na boca junto com uma batata seguiu meu olhar. - É, Lindo. - Malu essa é a London eye. A famosa Eye. - ele colocou seu dedo no vidro. - Se um dia vir aqui vai adorar. Um lugar muito lindo. - Muito mesmo - concordei olhando mais uma vez, até o carro ir mais rápido. - Londres sempre será uma magnífica cidade. - Mais que Magnífica. - ele vasculhou o saquinho mais um vez. - PAUL VOCÊ ESQUECEU OS REFRIGERANTES. - Não Louie, você não pode. - Paul falou divertido mais sem tirar o olhar da estrada. Louie suspirou choroso e voltou a comer. - Quer minhas cenouras Louie? - ele me olhou e olhou para meu potinho. - Eu gosto mais de batata. - Vai me dar !? - Assenti e ele abriu um sorriso. Coloquei de pouquinho no potinho dele e o mesmo sorriu. - Obrigada. - Obrigado você. - ele me encarou. - Por ser gentil comigo e por isso. Apontei para a sacolinha do lanche e depois para as ruas de Londres. - De Nada. - ele deu de ombro e voltou a comer. - Não sei por que fiz isso mas olha, não me arrependi. Sorri sem graça e olhei pela janela. Paul dirigia um pouco mais devagar e toda hora ele e Louie me falavam o que era tal lugar e tal coisa. As vezes Louie dava uns gritos que me assustavam, mas me faziam rir. Muito. - E esse é o Telephone. - Louie apontou para o mesmo. Era lindo, era bem iluminado, um vermelho vivo e bem impressionante. Realmente era muito lindo. - Acho que os pontos mais Famosos de Londres já estão apresentados... PAUL... lembra daquele lugar que eu fui uma vez e... ah eu já fui em muito... mas naquele lago? Então vai lá. - Certeza? - Louie assentiu. Nós já tínhamos acabado o nosso lanche. E pela primeira vez na vida, posso dizer que eu estava muito, muito, satisfeita. - Louie não está muito tarde? - ele olhou para mim e negou. - Já quer se livrar de mim moça? - - Não é isso. - sorri. - Nunca é tarde pra mim. - Sorri e assenti. O resto do caminho fiquei admirando o resto de Londres que eu não conhecia, e Louie fazia alguma coisa no celular. Já fazia um tempinho que estávamos na estrada, mas não um lugar deserto, eram as ruas com poucos carros, mas mesmo assim pra mim era estrada. - CHEGAMOS - Dei um pulo mais uma vez quando ele gritou. - Desculpa, sei que preciso para com isso, todo mundo me diz isso. - Não - o encarei. - Não mude seu jeito por alguém pede. Só as vezes que pega de surpresa e é um grande susto, mas é como saber te identificar. Ele sorriu e seus olhos praticamente brilharam. O carro freou com tudo e como eu e Louie estávamos sem sinto fomos de cara com o banco a frente. - Que que foi isso... PAUL ?! - ele se recompôs no banco esfregando o nariz. - Desculpa Louie. Era um gato que estava no meio da rua. - o carro continuou a andar, só que bem devagar. Foi ai então que percebi que Paul estava estacionando em frente a um lago. Onde tinha um Píer lindo. Eu já tinha ouvido falar em píer, Beca já até me mostrou fotos, ela que me ensinou tudo que eu sei, mas nada se comparava quando se via pessoalmente. - Meu Deus - encarei a luz da lua sobre o lago escuro. - Isso é.. Lindo! - Eu sei, foi eu que... Descobri. - Ele abriu a porta do seu lado. - Vamos lá. Ele desceu, abri a porta do meu lado, mas descobri que não tinha sido eu e sim Paul que tinha aberto a porta. Sorri em agradecimento e me aproximei de Louie que já estava indo de encontro ao Píer. - Eu sempre venho aqui quando posso. - Ele fala baixo encarando o lago e andando devagar. - Ponto de paz, tranquilidade. - Como... Descobriu isso aqui? - ele deu de ombros. - Eu estava apenas passeando, na verdade esfriando a cabeça, e dirigi tanto que acabei aqui. - Ele se sentou na ponta do Píer e colocou seus pés perto da água, mas como era um pouco alto os pés não encostaram. - Ai, eu venho aqui sempre. Não falei nada, apenas sentei também, nem tão perto mas nem tão longe de Louie. Olhei o céu e a lua, corria um vento enorme e as árvores que tinham do outro lado do lago balançavam. Se eu não estivesse com a blusa ia estar congelando. - Malu? - olhei para ele. - Você sabe de... seus pais? - Não. - Falei um pouco com a voz baixa. Era um assunto delicado. - E como sabe seu nome? Seu aniversário? - encarei ele. - Só queria saber... se não quiser falar... - Eu tenho esse colar. - peguei o cordão de dentro da blusa e o mostrei. Abri ele e mostrei o que estava escrito ali. - Maria Luiza, 19 de novembro de 1994. - Suspirei. - Então... mês que vem é seu aniversário? - Uhum - sorri e guardei de volta o colar. - É difícil? Quer dizer, não saber dos seus pais ou o por que eles te deixaram? - Olhei para o nada. - Desculpe Louie... assunto muito... Delicado- - Tudo bem. - ele sorriu sem dentes. - Eu entendo. Desculpe. - Não precisa se desculpa poxa. - ele sorriu e voltou a olhar para o lago. - Já deve ser bem tarde. Passeamos muito, e eu adorei. Obrigada. - Você tem que parar de agradecer. - Sorri sem graça. Era mania, impossível não agradecer. Ficamos um tempão, nem sei quanto tempo, apenas balançando os pés no vento e olhando tudo. - c*****o, O CÉU ESTÁ CLAREANDO E AS ESTRELAS SUMINDO.- ele gritou mais uma vez me assustando. Olhei onde ele olhava e realmente estava amanhecendo. O céu estava em duas tonalidades perfeitas. - Acho que está amanhecendo. - gargalhei e ele também. Me levantei e ele fez o mesmo. - Acho que agora está na hora de eu ir. - Calma eu vou deixar você. - ele começou a voltar para o carro. Olhei mais uma vez o Píer e sorri. Nunca mais vou esquecer o que esse homem fez por mim. - PAUL ACORDA, JÁ É DE MANHÃ. Ele bateu na janela do motorista onde Paul se encontrava dormindo, mas logo que ouviu o Louie se assustou dando um pulo sem sair do lugar. - Ah Louie você me paga. - Louie ri e abre a porta pra mim entrar. - Pra casa? - Para a Praça, de onde eu vim. - Falei. Ele assentiu ligando o carro e dando partida. - Você vai dormi onde? - Louie se encostou no banco e pôs o cinto. Fiz o mesmo. Dei de ombros - Como assim não sabe? - Acho que onde eu sempre dormi oras - ele fechou a cara. - Por que? - Dormi no chão? - Assenti dando de ombros. O que tinha demais naquilo? - Não Malu. Acho que eu estou com a consciência pesada. - Não deveria. - Falei calma. - Como não? - ele fez cara de espantado. - Eu sempre dormi lá, mais um dia não faz diferença. - - Lógico que faz... Ô Paul não vai pra praça, pode ir pro hotel, não o de Elle - Paul assentiu. Como assim? - Hoje você dorme em uma cama como todo mundo. - Mas Louie você não precisa fazer isso. Você nem me conhece. - - Eu sei que não. - ele deu de ombros. - Mas eu sei que não vou me arrepender de ajudá-la. - Me ajudar? - franzi o cenho. - É. - ele bateu palmas todo Feliz. - Eu estava pensando lá no píer e... Achei você adorável. E quero te ajudar a sair das ruas. - Mas você não precisa. Não tem que me ajudar Louie. Não é sua função. - - Melhor não teimar com ele Malu. - Paul me chamou a atenção. - Quando Louie coloca uma coisa na cabeça, não tira mais. Olhei para Louie e o mesmo assentiu sorrindo. Não falei nada. Não demorou muito para o carro parar diante um lugar grande, onde tinha várias casas e eram enormes. Onde eu me espantei por que era muito, muito, chique. - Espera aqui. - Louie falou colocando um gorro que nem sei de onde tirou e um óculos que também não sei de onde surgiu. Abriu a porta e desceu. - Já volto. Ele fechou a porta e entrou lá. - Louie é um garoto doido as vezes mocinha, mas ele tem um bom coração e só quer ajudar. - Encarei os olhos de Paul pelo retrovisor. - Só aceite, por que eu sei que isso irá mudar sua vida. - Mas por que eu? Logo eu? Eu moro na rua Paul.- - E é legal com Louie. Pelo pouco que vi, você foi sincera e legal com ele e não mostrou interesse nele por que ele é famoso igual as outras sempre fazem. E isso te faz uma garota diferente. Ele só quer ajudar. - Não deu tempo para perguntar mais nada. Louie abriu a porta com um sorriso no rosto. - Vamos lá Malu. Vou mostrar sua nova casa. -
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