29.1

451 Words
Gabrielli Não havia ninguém na sala ou nos arredores, apenas Teodoro e eu, a promessa de uma vida feliz e calma foram embora junto com o homem que trouxe cor para minha vida escura, agora tenho certeza de que meu caminho é solitário, preciso aprender a viver só por mais difícil que seja. Toco no rosto de Teodoro pela última vez, me arrependendo por não ter me deitado com ele nas muitas vezes que tivemos oportunidade, não terei nenhuma lembrança dele me tornando sua. Minha idiotice de esperar para quando estivesse totalmente livre de Hugo e uma moral boba não me fizeram tê-lo como homem. Ele não insistia, nem mesmo um beijo me pediu, talvez por pensar que depois de tudo ter começado errado, se tratando do sexo em minha vida, quis respeitar minhas vontades. Viver sem ele será terrível, conviver novamente com a escuridão que vivi dentro de mim se alimentando dos meus traumas mais profundos e a sensação terrível de culpa por tudo que houve, mesmo que não tenha sido minha culpa. Teodoro parecia um anjo dormindo, Margarida o vestiu muito bem, meu amor acreditava que a vida não tinha fim, que quando morremos não é o término eterno e sim o começo eterno, espero que ele onde quer que esteja possa me ver e cuidar de mim. Queria poder beijá-lo como tanto desejei, andar com ele pelas areias da praia ou ouvi-lo contar sobre o mundo, mas Teodoro não está mais aqui. – Quero que fique em paz meu amor, vou descobrir quem tirou você de mim e vou fazê-lo pagar. Hugo disse que não é ele, mas não acredito muito, pode ficar tranquilo que sua morte não será esquecida. Beijo levemente sua boca me despedindo do único homem que foi capaz de me trazer paz e alegria, sei que a vida sem meu Teodoro será difícil, mas não tenho outra opção a não ser viver, a minha principal motivação é descobrir quem matou meu amor, por mais que Hugo tente me convencer que não foi ele vou descobrir e até sei como. O enterro foi rápido e melancólico, além de ter pedido minha mãe, minha dignidade e tudo que aprendi como certo agora perdi meu Teodoro, minha fonte de alegria e paz, o amor que a vida me deu. Vejo seu caixão sendo abaixado para debaixo da terra, saio de perto das pessoas sentindo uma sensação de impotência como foi com minha mãe. Sem choro e com a sensação terrível de que nada poderia trazer minha vida de volta, todos os sonhos que mamãe destinava para mim e todos que sonhei com Teodoro se foram, agora apenas me resta aguardar minha morte unida a essa família amaldiçoada.
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