O DONO DO MORRO

Maylla . . . Encosto a cabeça na janela do ônibus e afago os cabelos da Jade que dorme em meus braços, me perco em pensamentos, não sei o que será da minha vida daqui para frente, estou a caminho do Rio de janeiro e não sei o que me espera. Meus tios moram na favela da Rocinha e são pessoas simples, não quero um peSo para eles nem viver às suas Custas, tenho que arrumar um emprego para poder ajudar nas despesas. Agora preciso ser forte por mim e pela minha irmä, não posso desanimar.. como é difícil não ter meus pais comigo, fiquei sem chão, lágrimas brotam em meus olhos, mas vou seguir em frente. Se Deus quiser vou encontrar meu caminho. Chegamos na rodoviária às 17:00h coloco a bolsa no ombro e pegO Jade no colo, desço do ônibus e vou em direção as minhas duas malas. Avisto um táxie chamo o taxista que vemn me ajudar... -tem mais alguma coisa moça? pergunta ele me olhando, e n**o com a cabeça -Só essas mesmo podemos ir? acrescento entregando a ele o papel com o endereço dos meus tios. Quando chegamos na favela ele para o carro no pé do morro e me encara. -Vou só até aqui moça, não vou subir o morr0. Eu olho para ele sem entender muito bem o porquê e pergunto: -Porque não ?? ele me fita com olhar de "como porque??" -Aqui tem dono e ele não nos permite entrar, aqui bandido manda e desmanda, tome cuidado. Olho para ele assustada e suspiro, então agradeço. -Muito obrigado então, quanto eu te devo? 45 reais. Ele diz e saí do carro dando a volta e abrindo a porta pra mim, Pago a ele e pego minhas malas e coloco no chão, respiro fundo e olho para cima e digo em pensamento "me ajude senhor, nessa nova etapa da minha vida".