Recado da autora: Queridas e queridos leitores, este livro é mais que especial, pois fecha um ciclo e logo daremos início a outro. Gostaria de dizer que será postado três capítulos por semana sem dias específicos, pois estou trabalhando com outros projetos de outra plataforma. Se quiseres saber mais, me siga no *i********: @autora.lyaflor que lá sempre aviso sobre capítulos e novidades. Este livro NÃO é recomendado para menores de 18 anos, pois contém cenas de sexo explicito, palavras de baixo calão e cenas que podem despertar gatilhos emocionais.
Preparados(as)?
Olivia
Certa vez li um artigo de nome de bebês. Por que ? Não sei. Mas lá tinha o meu nome, e o significado. Achei uma graça quando li que Olivia vem o latim e significa azeitona, confesso que ri um pouco na hora. Mas minha risada ficou maior ainda quando li que meu nome também significa pacifica ou aquela que trás a paz de Deus.
Me recordo da crise de riso que tive. Pacífica ? Paz de Deus? Certamente isso serve para as outras, porque pra mim… com certeza não. Ou pode ser que eu seja uma Olivia com defeito de fábrica, né?
Eu nasci e fui criada dentro da máfia colombiana, mas minha história até que não é tão trágica assim. Desde pequena eu me virei muito bem e meu maior aliado foi minha querida adaga que herdei do meu ‘’pai’’, se é que se pode chamar aquele velho asqueroso assim. Ele era violento, e mesmo muito pequena lembro da minha mãe gritando e pedindo ajuda, ajuda essa que nunca veio. Minha memória é excelente. Lembro do soldado que sempre dava um jeito de me arrastar pra longe quando o show de horrores começava. Ele era novo e muitas vezes os outros o chamavam de covarde entre outros xingamentos que uma criança não precisava ouvir. Ele bagunçava meu cabelo e dizia tudo ficaria bem, e que se eu tivesse sorte me casaria logo e me veria livre de tudo aquilo.. Óbvio que a última coisa que eu desejava, mesmo uma criança, era me enfiar em um casamento, até eu sabia que as mulheres na máfia são submissas ao marido e eu já tinha uma certa personalidade forte. Os dias naquela mansão cara eram infernais. Sempre havia pessoas estranhas circulando dentro da casa, e segurança era uma coisa que meu pai pouco se importava, mesmo tendo mulheres da família dentro. Minha mãe pra ele era lixo, e eu.. bom.. eu talvez ainda fosse render algum dinheiro ou algum acordo entre máfias, então meu tratamento era menos pior. Minha pobre madre sofria noite e dia, era uma mulher que já não sentia mais vontade de viver e era doloroso até mesmo de vê-la. Depois de um tempo, usei a adaga que ele me deu como ‘’presente’’ para dar um fim ao sofrimento da minha mãe. Não, óbvio que não matei ela, eu matei ele. Ele era o motivo de toda a desgraça, toda a dor e sofrimento dela. Mas óbvio que eu não poderia fazer isso sozinha, era apenas uma criança.
Mas calma.. vamos contar do início o fatídico dia …
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O dia amanheceu não tão bonito e nem tão colorido, nunca apreciei a natureza, nunca me interessei muito.
Estavam todos em um verdadeiro alvoroço na enorme mansão, já fazia alguns dias que meu papi bebia e comemorava com vários tipos de mulheres alguma coisa que até aquele dia eu não sabia o que era. Coitadas, ter que aturar aquele velho.. eca! Mas enfim..
Eu era uma criança extremamente calada e quase que inexpressiva,vivia de cara fechada e meu desejo era escrever na minha testa ‘’*f**a-se’’, mas tudo mudou quando olhei no rosto daquele homem pela primeira vez. Os olhos dele eram em um tom azul como o mar, porém bem mais escuros. Os cabelos eram *negros e o rosto parecia de um anjo, um anjo *mortal. Eu nunca havia reparado em nenhum homem, até porque era uma criança e meu único interesse era me esgueirar pela mansão e ver o quão insatisfeitos os soldados estavam com meu papi. Meu pai o apresentou como Michael, filho do capo Italiano. Nossas máfias haviam fechado um pequeno acordo, mas parecia que meu pai queria fechar algo a mais. Pelo o que eu entendi os italianos queriam algumas armas que nós tínhamos acesso, e em troca recebemos o apoio deles com a exportação de *drogas e outras coisas, menos *tráfico humano, isso eles não toleravam.
Eu estava dormindo quando ele entrou no meu quarto. As poucas palavras que a minha mãe me dizia era sempre para que eu me mantivesse atenta, e que dormisse de olhos abertos. Eu sabia que Gabriel, o soldado que tentava proteger meus ouvidos das coisas horríveis que aconteciam no quarto de casal e dos palavrões que a maioria falava, estava sempre de prontidão para me proteger, mas mesmo assim tentei seguir o conselho dela.
Papi entrou no quarto e foi bem claro comigo, ele disse:
‘’deite-se com ele, que eu poupo sua mãe de uma surra bem dada amanhã! Precisamos nos certificar que os Italianos vão gostar da nossa hospitalidade.’’
Essa era a única forma que ele conhecia de agradar aos homens, oferecer meninas e mulheres como oferenda, como mercadoria. Ele nunca teve honra, e um dos últimos atos dele foi me oferecer, uma criança de menos de dez anos, para Michael Rizzo.
Bati na porta dele, com medo e receio, mas com uma raiva descomunal do meu papi. Michael me olhou confuso e quando me esgueirei para dentro do quarto dele e me deitei na cama, ele ficou totalmente incrédulo. Expliquei para ele que era necessário, que minha mãe já estava fraca e mesmo assim ele se recusou a fazer o que meu papi queria. Sai do quarto dele na esperança que fosse ser poupada, mas nada disso.
Na mesma noite ele tentou fazer aquilo que Michael não quis, mas eu não iria ser uma vítima, muito pelo contrário! Tirei a adaga debaixo do travesseiro e enfiei com o máximo de força que eu tinha no pescoço dele. Não demorou muito e Gabriel e Michael entraram no quarto. Na casa havia apenas alguns soldados leais, mas muitos não aceitavam mais a vida miserável que meu pai proporcionava para eles. Michael e Gabriel mandaram meia dúzia de homens para o *inferno, junto com meu pai, mas infelizmente minha mãe não resistiu muito.
Fui coroada herdeira, mesmo muito nova. Fui protegida por Gabriel até que ele perdesse a vida de maneira duvidosa, e depois daí quem passou a me proteger foi eu mesma. Só que o engraçado, é que esse ‘’proteger’’ dele foi me treinar pra ser a pior pessoa do mundo, a mais dissimulada e cínica possível, até porque se você carregar muitos sentimentos o mundo te engole, da mesma forma que Cronos engoliu seus próprios filhos. Depois daí muitos episódios aconteceram, muitos tentaram dar um fim na minha vida, mas graças ao conselho da minha mãe eu dormia de ‘’olhos abertos’’, e não há nada, absolutamente NADA que Olivia Cortez não saiba!! Michael foi meu ‘’amor’’ durante anos, até que ele se casou com uma linda ruiva. Se eu senti ciúmes ? Ah .. só um pouquinho. Confesso que até planejei fritar ela em óleo quente, mas acho que ele não aprovaria minha atitude, e também depois de conhecê-la percebi que ela é a mulher certa pra ele. Coisa de destino.
E o engraçado do destino é que ele sempre está jogando, é como se fosse um jogo de poder. Quando você pensa que está no controle, que está ganhando, ele vem e te derruba, e te mostra que você não passa de mais um *merda no mundo.
Michael quase perdeu a vida pelas mãos de um breve amor que eu tive, Pierre.
Pierre era o capo francês, um homem não tão novo mas que também não servia pra velho. Ele tinha lindos olhos escuros, um cabelo tão *preto quanto a noite. Nos conhecemos quando firmamos um acordo. Eu sabia que ele não era aliado da máfia Italiana, mas cada um com seus problemas.
Eu me apaixonei instantaneamente, acho que foi carência ou necessidade talvez..
Uma pena que nosso romance tenha sido mais trágico que Romeu e Julieta, não deu tempo nem de bancar Bonnie e Clyde. Mas.. essa história deixa pro próximo capítulo.