Bella ON:
Estou parada na frente do Hospital, segurando Henrique que dorme sem se preocupar com nada... Queria eu em!!! Aff Bella isso não é hora de ficar fazendo piada.
Vejo Val vindo na cadeira com o Dr Bonitão, Vitinho me deixou atras do hospital e voltou para o morro, segundo ele o Sub deu uma brecha de 35 minutos para ele, ele me deixou uma grana que não contei ainda, mas pelo bolo é muito, ele também me deixou um celular novo e pegou o meu.
Minha amiga ainda não podia sair do hospital, mas não temos opções, é sair agora ou ser encontrada e presa aos sádicos do Santa Tereza, ainda não consigo acreditar que meu pai me vendeu assim... Na verdade, acreditar eu acredito, só não me conformo, ele era meu pai!
Val: Me dá ele aqui, um pouco...
Entrego Henrique para ela e vejo suas lagrimas silenciosas descerem!
Dr Bruno: O que vão fazer agora meninas?
Bella: Vamos pegar um carro e sumir dr!
Dr Bruno: Você dirigir Bella?
Bella: Nem bicicleta
Dr Bruno: Meu plantão acabar em meia hora, posso levar vocês até um lugar seguro.
Bella: Eu já tenho um lugar seguro, só preciso achar um motorista para isso! Estou sem documentos, só tenho o do Henrique que Dona Marta mandou!
Dr Bruno: Posso levar vocês!
Bella: Não Dr, muito obrigada você pode se meter em encrenca!
Dr Bruno: Deixa eu chamar pelo menos um amigo, ele é Uber e sempre me ajuda a me levar em outra cidade que estou de plantão, pelo menos eu sei que ele é de confiança e o ponto dele é aqui perto, se ele tiver lá cinco minutos ta aqui.
Só confirmo com a cabeça, ele faz a ligação o motorista cobrou milão, até a casa da minha madrinha. Se é loko, meu ódio só aumenta.
Entramos no carro e seguimos viagem, não tinha o endereço certinho da minha madrinha e ainda bem que lembrei de pegar o número dela antes que o Vitor confiscar meu celular, mandei mensagem para ela, mais já é de madrugada, duvido que ela vá ver agora.
Já estamos distantes do morro, e eu to com fome, ansiedade batendo forte!
Bella: Ta com fome Val?
Val: Não n**a, to preocupada com a minha mãe! Por que n**a ela quis fica lá?
Bella: Amada, não sei não, falei com ela, quem me trouxe o Henrique foi o Vitinho... Ela vai ficar bem! Agora nós é que temos que ter cuidado...
Val: Preciso de um PC, preciso dá um jeito na nossa documentação e na do Henrique, vamos trocar de nome, visual tudo que podemos...
Bella: Eita to me sentindo em uma produção de hollywood! Para tudo que isso, acha que eles podem nos achar fácil assim.
Val: Não quero arriscar! E outra estamos com o Henrique, mas não somos as responsáveis legais dele, ele precisa de escola, ou pior se ele tiver que ir no médico.
Bella: Vai assumir ele com filho?
Val: Vou, tudo na minha vida mudou depois dele...
Eu vi o amor que ela tem por ele, chega se palpável, amor de mãe não é só que pari não. Val foi forte por se ergue depois de tudo que passou, eu sei que foi pelo o bebê.
Bella: Então eu sou madrinha... Desse n**o mais fofo...
Val: Obrigada amiga, por ter ido buscar eles! Se eu soubesse qual era sua situação na favela, jamais iria ter deixado você ir...
Bella: Amada, se acha que aquele bando de homem atras de mim, iria me fazer desistir de ir buscar ele! Jamais, vantagem de ser pequena e entrar sem ser vista....
Consigo ri, e fazer ela ri. Vejo que já entramos na serra. Meu coração ainda pesa, será que meu pai não foi obrigado a fazer isso... Fico pensando em tudo que aconteceu até agora e ainda não me conformo.
Val: Fala.
Bella: O que?
Val: Você ta pensando demais, fala o que ta passando na sua cabeça, e para de fazer caras e bocas.
Aff eu sou muito transparente assim a globo não me contrata.
Bella: Eu estou pensando no meu pai, será que ele foi obrigado a me vender por dívida? Sei lah Nega...Não me conformo com isso, eu sempre estive para ele, mesmo quando ele me enxotava saca!
Val: O Vitinho falou que ele te vendeu n**a, não pagou dívida! Ele ganhou algo em troca de você, ele é um ser humano h******l, não pensa mais nele não.
Bella: Ta eu sei, mas porr@ ele é meu pai, ele deveria me amar e me proteger. O que eu fiz para isso. Sinto falta da minha mãe.
Val: Eu imagino n**a, mas você não pode se apague mais ao passado. Pode ser que você nunca mais veja seu pai!
Bella: Pode ser que o Vitor mate meu pai Val. No ódio que ele ta, não duvido...
Val: E você, mataria o Vitor?
Bella: Como, se quando eu penso as barras que eu passei na vida, não vejo meu pai, vejo você e o Vitor. Eu rezo para Deus que isso não aconteça, mas se acontecer ainda vou chorar no colo de vocês.
Val: Vamos buscar nossa felicidade n**a, eu, você e o Henrique! E se Deus quiser o Vitor logo se junta a gente.
Ficamos em silencio e logo peguei no sono, acordei já era quase 6 da manhã, o motorista para disse que já estamos em São Paulo, paramos em um posto desses na beira da estrada acho que era Graul... Menina entrei numa fome e quase deixei um rim la dentro... Se é louco.
Carlos Motorista: Meninas onde vou deixar vocês?
Bella: Olha Sr.Carlos, pode deixar a gente em algum Shopping, preciso comprar umas cosia. Tem um perto da Rodoviária que eu me lembro.
Carlos: Sim o shopping D, vou deixar vocês la, fica mais fácil de pegar o caminho de volta.
Só confirmo com a cabeça e volto a dormir.
Val: Acorda Bella...
Vejo que o sol já nasceu e estamos na frente do shopping, ainda está igual o que eu me lembro. Pago Sr. Carlos e seguimos para dentro.
Val: Vamos comprar o que?
Bella: Seu pc, um celular para você, algumas roupas de frio, porque não tenho nada fora essa blusa que estar com você e essa que ta comigo, coisas para o Henrique.
Val: Ta cedo, vamos ter que esperar abrir, são 8 da manhã.
Atravessamos uma avenida e achamos uma padaria, ficamos la até as lojas abrirem, vi que minha madrinha já tinha me respondido, resolvi fazer uma surpresa para ela, pedir o endereço para poder me programar, pela virgem santíssima que ela não tenha um piripaque quando me ver!
Entramos no shopping e por algumas horas esquecemos, que a poucas horas atras estávamos fugindo de dois dos piores traficantes do Rio.
Val: Vamos no salão da uma mudada no visual!
Bella: Jamais! No meu cabelo ninguém mexe... Eu em...
No meu cabelo BB, ninguém mexe... Que cortou por último, não corta mais!