ÂNGELA MARIA
_ Doutora, desculpe, me mandaram te entregar esse drink e esse outro para sua amiga.
O garçom fala com dois drinks bonitos em cima da bandeja.
_ quem mandou?
_ ele mandou falar que é um admirador da sua beleza!
_ se você não quer me ver irritada e com certeza você não vai gostar disso, fala logo quem é esse palhaço, que eu não sou mulher de beber algo enviado por um macho misterioso!
Faço aquela expressão séria e assustadora que sempre fui treinada a fazer quando estou de frente a algum criminoso e o garçom fica assustado.
_ foi o Geraldo, ele tá logo ali com o Mathias, eu falei para ele que não funcionaria!
O garçom aponta para uma mesa um pouco distante, mas eu consigo vê-lo perfeitamente por conta da sua altura, com aquele irritante cabelo preso num coque samurai.
O garçom pergunta a minha amiga se ela aceita o drink e ela faz que não com a mão, mostrando sua garrafinha de água.
_ estou bebendo só água, eu não tomo bebidas alcoólicas porque sou quase crente.
_ e o que falo para o Geraldo?
Escutar seu nome me causa um incomodo e eu peço meu drink e cuspo dentro, sei que não é nada educado, mas o moleque pediu, misturo tudo com o canudo e devolvo o drink de volta a bandeja.
_ mande ele dá esse drink a mãe dele!
Falo e o garçom se vai.
_ você conhece o homem que mandou o drink?
Berenice pergunta no meu ouvido e eu me faço de b***a!
_ Nunca nem vi, com certeza não é um homem, deve ser esses moleques novos que se acham os homens adultos pegadores, como se eu fosse cair nessa merda!
Falo e dou um bom gole no meu copo de chope. Estamos numa mesa que foi reservada para essa noite, o sargento Peixoto está comemorando 58 anos e parece que ele tem no máximo 50 anos, por conta do seu corpo atlético e a forma que ele se cuida, na mesa está apenas os amigos mais próximos, e bem que eu não tenho amigos além da Berenice, estão estão aqui os colegas de trabalho mais próximos, tem o total de oito pessoas na mesa, Peixoto fez questão de sentar ao meu lado e minha amiga do meu outro lado, vez ou outra ele fala algo no meu ouvido ou toca na minha mão e eu acho tudo isso muito desnecessário.
Então começa uma musica animada e uma moça bonita avisa que vai começar o caraoquê, quem desejar cantar é só entregar seu nome em um papel ao garçom.
_ Você não vai colocar seu nome para cantar Ângela?
Olho para Berenice perguntando com os olhos se ela bateu com a cabeça.
_ você deveria fazer coisas divertidas as vezes!
Berenice fala dando de ombros.
_ eu faço coisas divertidas, o que é divertido para mim pode não der divertido para as pessoas.
_ para a maioria das pessoas normais.
Berenice completa e fala em seguida:
_ acho que vou colocar meu nome no papel para cantar no caraoquê!
_ você?
Pergunto pois não consigo ver a Berenice cantando para essa galera agitada e dá de ombros respondendo:
_ claro que seria uma música gospel!
Eu não seguro o riso ao imaginar Berenice cantando uma música de crente nesse bar.
_ ai Ângela, as vezes você é irritante!
_ Desculpa Berenice, se você quiser cantar eu te dou todo apoio.
Falo me mantendo séria novamente, o caraoquê começa e uma menina canta uma música sertaneja, depois um senhor grisalho canta uma música que eu nunca ouvi na vida e então um alvoroço se forma em frente ao palco improvisado onde está acontecendo o caraoquê.
_ o que está acontecendo, será que Gustavo Lima chegou aqui e eu não vi!
Falo tirando sarro da multidão e Berenice fala como se tivesse com dificuldades de respirar!
_ é melhor que o Gustavo Lima!
Então ele vai para o meio do palco, como se fosse a atração da noite, alto demais, se sobressaindo sobre todas as pessoas que o cercam, uma calça tão grudada em suas coxas grossas que é como se não usasse nada, sua camiseta regata é tão cavada que não esconde seus braços quase mutantes de tão fortes, o peitoral largo, sua pele é dourada como um caramelo saboroso que faz a boca de todas as mulheres que estão em sua frente salivar e ele sabe disso com sua cara de marrento e seu irritante cabelo preso num coque samurai, acabo sussurrando.
_ furacão de calças...
O moleque dá boa noite e pateticamente o ambiente se enche de suspiros me irritando, as mulheres pode ser tão patética as vezes.
_ essa música vai para você...
Seu olhos pousam certeiro em mim, não, ele não está fazendo isso.
_ ele está olhando para você Ângela?
Peixoto pergunta meio confuso por ter bebido um pouco demais.
_ claro que não, eu nunca vi esse elemento antes, que loucura pensar assim!
Falo e ele parece se dar por satisfeito e o moleque começa a cantar ou melhor se exibir!
Nossa, hein?
Que que é isso!
Nossa (nossa)
(Assim você me mata)
Ai (se eu te pego)
(Ai, ai, se eu te pego)
Cada vez que ele fala a parte " ai se eu te pego" eu sinto um arrepio que vem da minha espinha e o moleque achando pouco levanta a camiseta e um admonem perfeitamente trincado fica exposto, em seguidas uma gritaria começa.
_ O que esse i****a está fazendo levantando a camisa?
Falo tão irritada e sem sei o motivo.
_ Parece que todas as mulheres do bar gostaram escuta só essa gritaria!
Berenice fala bebendo sua água sem tirar os olhos do moleque, para uma pessoa que é quase crente, a estou achando muito animada.
Delícia, (delícia)
(Assim você me mata)
(Ai, se eu te pego)
Ai, ai, se eu te pego, hein! (Vai!)
O i****a continua a cantar, seus olhos me olha e parece que ele só me vê nesse bar, porque ele não desgrudada os olhos de mim e por algum motivo eu não desgrudo os olhos dele, quando a música enfim acaba, o moleque sorri de lado de um jeito que só os homens safados sabem fazer e pisca um dos olhos e se vai pela multidão.
_ nossa amiga, esse homem faz sucesso em!
Minha amiga fala e notamos que as mulheres que estavam a frente do caraoquê se vão após sua saída.
_ homem não, moleque...
Sussurro levando minha mão até minha nuca, sentindo um arrepio bem ali.
Ficamos mais um pouco e quando estamos indo embora como já esperava, Peixoto se oferece para me deixar em casa,
_eu te levo de uber e depois vou para casa,
ele diz!
_ eu agradeço, mas eu vi de carro, Berenice vai dirigir para mim.
Ele faz uma cara de insatisfeito mas se vai, aos poucos todos se vão e eu caminho pata o estacionamento do bar, onde estacionei minha touro. Amo meu carro, ele é grande e confortável do jeito que gosto e a única pessoa além de mim que já o dirigi-o foi a Berenice.
_ Ai Ângela, preciso fazer xixi!
_ Não acredito Berenice, agora?
Falo assim que chego em frente ao carro, antes de sairmos do bar eu fui no banheiro fazer xixi e perguntei se ela queria ir comigo, minha amiga falou que não estava com vontade.
_ eu não estava com vontade na hora que você perguntou!
Reviro os olhos e ela sempre faz isso, agora ela vai ter que voltar ao bar, que está lotado para ir até o banheiro.
_ não demora!
Falo e Berenice começa a andar apressada saindo do estacionamento. Me encosto no carro de braços cruzados e fico em alerta, mesmo tendo bebido um pouco se algo acontecer sempre estou pronta para usar minha arma.
É quando minha nuca volta se arrepiar inteira fazendo meus pelinhos ficarem de pé e uma sombra enorme paira sobre mim, me viro dando de cara com o moleque ordinário, o exibicionista, o furacão de calças.
_ Olha o que vemos aqui!
Ele diz se aproximando e eu o encaro, se ele pedir, vai levar!
Penso pronta para qualquer coisa.
Continua.
Eita no próximo capítulo teremos duelo de titãs, será? Não esqueçam de deixaram seus comentários e estrelinha, até logo amores.