Capítulo VIII

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Capítulo VIIISasha Griffin Duas semanas depois: Duas semanas depois:Eu nunca desejei tanto paz para a minha cabeça, agora eu entendia o porquê de todas as ex-namoradas de Thor chamarem aquelas três crianças de pequenos demônios, cada dia eles me aprontavam uma nova, como uma cama cheia de pulgas, ** de mico nas minhas roupas, minhocas nos pratos do jantar, além das birras, dos gritos e do desrespeito, Gael fazia de tudo para me irritar, desde sair depois do horário até esquecer de pegar o irmão na escola e colocar a culpa em mim, por ser uma péssima esposa, aquele garoto merecia uma belas palmadas para aprender a respeitar os mais velhos, Aisha também não era fácil, mas, eu conseguia a controlar a custas penas e Kylian era o único que parecia gostar de mim, mas, ainda aprontava junto com os irmãos. Eu tinha virado uma babá, já que quase não encontrava com o meu marido, não me sentia segura para sair de casa ou tinha muito o que fazer, já que os empregados tinham a sua própria rotina e não precisavam ser comandados por uma senhora. — Paz. – Sussurrei quando pensei que estava sozinha em casa, Aisha tinha ballet, Kylian natação e Gael nunca ficava em casa quando o pai não estava presente e os empregados não tinham a permissão de me incomodar quando eu estava no meu momento de descanso, já que eu precisava estar zen para a batalha do jantar. — Um bom livro e longas horas longe daquelas pestinhas, acho que essa é a melhor hora do dia. — Senhora. – Chamou Brianna assim que eu abri o meu livro, aquela mulher só podia estar tirando uma com a minha cara, eu tinha informado que não queria ser perturbada enquanto descansava e tomava o meu banho de sol, não gostava que as pessoas vissem as minhas cicatrizes. — Desculpe interromper o seu descanso, mas, a senhora tem uma visita, eu tentei avisá-la que estava no seu momento de descanso, mas, ela está impaciente e ordena estar na sua presença. — Traga-a até mim Brianna. – Pedi pegando a minha saída de banho e colocando o meu livro sobre a mesa e suspirando. — Visitas, elas realmente não sabem o dia ou horário de aparecerem, logo hoje que eu tinha um momento de paz. Sentei-me em uma das cadeiras da área coberta, as pessoas não gostavam de ser recebidas ao sol e ali Brianna poderia mostrar os seus dotes e entupir quem quer que queira me ver com as suas comidas irlandesas. Poderia ter ficado chocada quando vi Ivana andar na minha direção a passos decididos, mas, eu estava esperando pela sua visita desde o dia que voltei, sabia que o sangue quente ainda corria nas suas veias e ela não demoraria a aparecer querendo uma explicação ou apenas para me xingar. — Por favor, nos traga um chá. – Pedi, ela não precisava ouvir aquela discussão dentre irmãs, ninguém deveria ouvir o que seria dito naquele momento. — E alguns doces, estou realmente faminta nesta tarde, gostaria de comer vatruchka, se você não souber fazer, saia e ache algum lugar que venda, estou desejando este doce a dias. — Que tipo de doce é esse, minha senhora? – Perguntou ela entredentes, eu sabia que Brianna nunca iria saber o que era vatruchka, por isso eu lhe mandei comprar, ela iria passar horas rodando pela cidade até achar um local que o vendesse. — Ficarei extremamente honrada em fazer as suas vontades. — Um pastel de requeijão arredondado. – Respondi vendo os seus olhos se arregalarem. — Um delicioso pastel arredondado recheado de requeijão que eu poderei comer com muito leite condensado. Por favor, peça para alguém servir o chá enquanto você vai comprar o meu doce. Ela sorriu forçadamente e saiu deixando-me a sós com Ivana que não parecia nada satisfeita com a minha conversa com a governanta. — Deveria ter mandado com que ela trouxesse um pra você? – Perguntei ironicamente. — Se a minha memória não está falha, você não gosta de vatruchka, mas, sempre que eu o como lembro-me de nana, era o doce preferido dele, cheio de açúcar e geleia, acho que ando melancólica demais nos últimos dias, são sintomas do recente casamento. Por favor sente-se, não queremos que saia falando que eu sou uma péssima anfitriã e não sei como receber uma visita, as pessoas não costumam sentir-se à v*****e na minha presença e não quero que elas achem que eu não sei receber nem minha querida irmã. — O que diabos está se passando pela sua cabeça? – Rosnou ela batendo na mesa e fazendo-me arquear uma sobrancelha, é parece que a convivência com Ares Marino fez com que ela ficasse mais agressiva. — Você voltou para bagunçar a vida de tudo mundo? Por que não continuou morta e no inferno que estava? Acha que todos iriam lhe receber de braços abertos depois de nove anos? A vida não é o mar de rosas que você está imaginando Sasha e a sua volta está machucando muita gente. — Nunca pensei que você fosse virar uma mulher tão mesquinha Ivana. – Falei vendo o seu rosto virar um tomate, ela estava tão irritada que explodiria a qualquer momento. — Você sabe o que eu passei nesses nove anos para estar me julgando desta maneira? Oh acho que não, já que você sempre foi a princesinha da família Dmitriev, a protegida por todos, aquela que nunca teve que se preocupar com nada. Não quero e nem preciso de lição de moral Ivana, então, se esse foi o motivo da sua visita, por favor, saia, pois, esse é o único momento de paz que eu tenho e não quero o desperdiçar com uma discussão sem sentindo como está. — Eu chorei por meses a sua morte. – Bradou ela se afastando de mim e se voltando para mim furiosa, como se eu tivesse feito aquilo apenas para a magoar. — Vou toda semana até o seu maldito tumulo levar um buque de narcisos, as suas flores preferidas e do nada alguém se vira pra mim e fala que você está viva que tudo o sofrimento que eu passei nos últimos nove anos foram uma brincadeira sua e de Nalla e que apenas a i****a foi deixada de lado para sofrer. — Você fala como se quisesse ter feito isso. – Falei levantando-me, não iria alterar o meu tom de voz, se ela queria surtar eu não seria a sua plateia, não era alguém que iria dar ibope para ela apenas para acariciar o seu ego machucado. — Ou eu fugia ou eu era morta Ivana, me desculpe não considerar os seus sentimentos, mas, eu queria continuar vivendo e não podia me despedir da princesinha e pedir para que ela não sofresse. Nesses nove anos com certeza eu não tive as mesmas oportunidades que você, eu não me casei com o amor da minha vida e nem irei ter uma família feliz como a sua ou uma carreira, porque eu não tive a chance de cursar uma universidade ou conhecer outras pessoas como você teve. Então não me julgue quando você não sabe o que eu passei para chegar até aqui Ivana, pois, a última coisa que eu quero é ter as pessoas me julgando por conta dos meus erros do passado, não se preocupe que eu tenho consciência de todas as minhas ações. Eu sou uma bomba prestes a explodir e você não vai querer estar por perto quando isso acontecer, então por favor, vá embora que eu não quero mais discutir com você, pois, iremos acabar ainda mais machucadas e você ainda é a minha irmã caçula e por mais que nesse momento sinta apenas ódio e rancor eu não irei estragar as minhas boas lembranças por conta dessa discussão. — BOAS LEMBRANÇAS. – Gritou ela jogando o aparelho de chá no chão e fazendo com que a porcelana inglesa se espedaçasse em milhões de pedaços, aquilo era muito deselegante da sua parte e ela estava desequilibrada, teria de conversar com Nalla sobre o seu comportamento inoportuno. — Você acha que alguém guarda boas lembranças de você? É apenas uma traidora aos olhos de todos, uma v***a que abriu as pernas para um soldado italiano e foi apenas um brinquedo nas mãos dele. Sabe o quanto isso manchou a nossa honra? Sabe pelo que todos nós passamos por causa das suas ações Sasha? Nalla quase perdei o seu cargo, mamãe até hoje chora por não ter sido uma boa mãe e deixado você aqui e não ter a levado para a Rússia onde estaria protegida. Você é apenas um estorvo que todos nós temos que carregar. — Não fale sobre o que você não sabe. – Mandei levantando-me, ela tinha passado de todos os limites e não iria deixar com que uma fedelha como ela falasse comigo naquele tom sem saber de tudo que eu tinha passado. — n******e falar muito sobre honra Ivana, já que se casou com um homem que tentou por mais de uma vez m***r a todos nós. Oh parece que a princesinha não se lembra disso, acho que também não se lembra que foi a mulher dele que matou o nosso pai, com certeza não, você olha apenas para o seu umbigo e não pensa no que os outros falam sobre as suas costas. Então não venha com esse papo moralista e sem fundamento, pois, eu tentei ser educada com você, mas, cansei dos seus caprichos de menina mimada, se veio até a minha casa apenas para brigar, por favor, vá embora, pois, eu não tenho tempo para discussões sem sentido, logo as crianças estarão de volta das suas aulas e eu não quero que elas presenciem uma cena deplorável como está. Ela virou-se e saiu deixando-me sozinha, senti as lágrimas escorrendo pelos meus olhos assim que ela se virou, mas, eu não queria guardar qualquer ressentimento dela ou de Nalla, elas não precisavam saber o que eu tinha passado, eu não queria que elas sentissem pena de mim e por isso me perdoassem por tudo que eu tinha feito, eu realmente tinha as machucado e não merecia perdão. Não consegui me concentrar na leitura depois daquele reencontro, então troquei de roupa e me sentei na sala de estar esperando o horário de ir buscar Kylian no jardim de infância. Brianna achou o meu pastel e eu quase a beijei por conta disso, comer aquele doce fez com que eu me lembrasse da minha infância, quando nana me colocava no seu colo e nós dois comíamos vatruchka enquanto ele me contava uma das suas histórias de quando ele ainda era um garoto em San Petersburg. — O que você está comendo? – Perguntou aquele pontinho ruivo encarando-me com aqueles enormes olhos azuis. — Eu nunca vi um doce igual a esse, é gostoso? — Isso é um pastel de requeijão. – Respondi colocando-o no meu colo e esguichando mais leite condensado por cima do pastel e salpicando açúcar, aquilo era um ótimo remédio para depressão. — É um doce tradicional do meu país, era o preferido do meu pai, quando eu tinha a sua idade, ele me colocava no seu colo e me contava histórias de quando ele era criança enquanto nós dividíamos uma vatruchka. — Que nome engraçado. – Falou ele rindo. — Posso comer com você? Assim você pode me contar histórias de quando você era uma criança. Concordei e cortei um pedaço e dei na sua boca, ele fez uma cara f**a antes de sentir o verdadeiro sabor se misturar e você se apaixonar por aquela explosão de texturas. Contei-lhe sobre a Rússia, pelo menos o que eu me lembrava da minha terra natal, da linda arquitetura de San Petersburg, da antiga mansão Dmitriev e dos campos onde eu corria com Nalla quando éramos crianças e dos invernos rigorosos que enfrentamos. — Está na hora do seu banho, Kylian. – Avisou Brianna encarando-nos com um olhar estranho, ela realmente não gostava de mim e não gostava que eu tivesse qualquer contato com as crianças. — Logo o seu pai chegará para o jantar e ele não vai gostar de saber que você ainda não está limpo e o esperando para o jantar. Espero que a senhora não tenha enchido a barriga do menino com o seu doce, o senhor não gosta que ele coma coisas estranhas, principalmente antes das refeições. — Não se preocupe, eu e Kylian acabamos de comer a muito tempo, estávamos apenas conversando. – Respondi levantando-me. — E não se preocupe que eu irei dar banho nele, você deve se preocupar apenas em agradar o seu patrão durante o jantar, ele não vai gostar de saber que você está se metendo nos meus assuntos com as crianças. Agora se nos der licença, nós estamos indo para o banho, por favor, peça para que Aisha vá para o seu banho assim que ela chegar. Sorri da sua cara f**a e peguei Kylian no colo saindo da sala de jantar. Aquele garotinho era ainda mais hiperativo em uma banheira de água, eu quase saí do banheiro de banho tomado, porém, eu tinha realmente me divertido com aqueles momentos, coloquei o seu pijama de personagem e penteei os seus cabelos antes de pedir para que ele ficasse brincando no quarto. Terminei de tomar o meu banho no meu banheiro e coloquei uma roupa confortável antes de descer para o jantar e me surpreendi ao ver que Thor realmente tinha aparecido naquela noite.
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