Eu xinguei baixinho, foi instantâneo, e a risada dos homens também foi. Mas Picasso permaneceu sério. Alguém que usava o tamanho do p*u para chamar de vulgo não deveria ficar rindo dos outros. Ele, ao contrário do restante dos homens sentados, ergueu a mão para mim. Ele também tinha tatuagens nos dedos cobertos pelo soco inglês. Todas as formas eram agressivas e lembravam caveiras e desenhos sórdidos, mas pelo menos combinavam com seu tom de pele bronzeado e com os pelos grossos que cresciam por cima. Eu peguei sua mão antes que alguém pudesse me deter, e apertei com força. Um pouco mais de força do que precisava, e uma das sobrancelhas de Picasso se ergueu. — Juju do quê? — ele indagou novamente, ainda segurando minha mão, com os calos da sua palma roçando nos meus. — Juliana Moreir