Obs: Este capítulo contém gatilhos , se caso for sensível por favor não leiam .
E se precisar conversar estarei a disposição.
----------------------------------------------------
Antonella ...
Me chamo Antonella , minha mãe morreu por culpa do meu pai .
Sim , isso mesmo , eu o culpo pela morte dela , lembro - me bem , quando ela trancava - se no banheiro todas as noites para chorar , por anos e anos , por sua infidelidade .
Ele se escondeu por várias anos , mas depois ele parou de se preocupar , se minha mãe iria descobrir ou não , ele não se importava com ela muito menos com os seus sentimentos .
Ele bebia , jogava e usava drog@s todos os dias , após o trabalho, e quando chegava éramos o alvo de suas torturas físicas e psicológicas.
Quando minha mãe escutava o carro dele chegando ela corria, me puxava pelo braço e me jogava dentro do sótão e me trancava lá , eu era apenas uma menina, e não entendia os motivos dela me trancar ali todos as noites , e o motivo que levava meu paina fazer aquilo com minha mãe .
Muitas vezes eu já estava dormindo ,ela me carregava nos braços e me levava para aquela maldit# sótão.
Fui crescendo e as cenas se repetiam , e repetiam até que um dia minha mãe não precisou mais me levar para lá , ela não tinha mais forças para reagir , ela estava morta , eu sem entender corri sozinha para lá , afinal de contas era o que ela tinha me ensinado .
Ele chegou , e já foi tirando o cinto , para bate - lá, e o fato dela não dizer uma palavra , enquanto ele batia o irritava ainda mais , ele queria que ela gritasse , ele queria que ela sentisse aquilo , mas ela não respondia.
Eu lembro que me encolhi e escondi meu rosto em meus joelhos , torcendo para ela responder para que enfim ele parasse com aquela tortura , eu na minha inocência não me dei conta que ela já não estava mais ali e eu só percebi quando ele gritou desesperado chamando ela pela nome.
- Anaaaaaaaa , o que você fez ?
Ao escutar o grito dele eu desço desesperada do sótão , e vou até o quarto deles e vejo a pior cena de toda a minha vida .
- Ela está mort@ ? Você matou ela ? O que você fez ?
Parto para cima dele , e desta vez eu quem estava batendo e não apanhando.
- eu não fiz nada tá legal ? Ela já estava mort@ quando eu cheguei .
- Não , você matou ela . Você matou ela .
Eu repito isso várias e várias vezes , eu não conseguia parar , mesmo se eu quisesse.
- Você precisa para de repetir isso tá legal ? Eu não fiz nada.
- Você bate nela todos os dias , há anos .
Você já queria ter feito isso , você matou ela um pouquinho todos os dias .
- Eu não fiz nada , ok ?
Ele agora que me arrastou até o sótão.
Naquele dia muita gente esteve lá em casa , olhei pela janela vi várias viaturas .
Depois que todos foram embora , eu abro a porta devagar , e ele está sentado na sala bebendo .
Olhei de relance e tive um pequena impressão que ele estava chorando .
Sento - me no sofá , e o encaro enxugando as lágrimas.
- E agora ?
- Ela se m@tou , eles encontraram vários remédios
em sua gaveta , amanhã esteja pronta as 10h , iremos nos despedir dela .
- Porque você não foi preso ? Era para você ter sido preso , eles teriam que ter levado você com eles .
- Sua desgraçada , eu não tive culpa .
Ele levanta - se e ergue a mão para mim .
- Isso me bate , faça comigo o que fez com a minha mãe a vida toda .
Alguma coisa que eu disse naquela noite , o desencorajou e ele não me bateu , eu voltei ao meu quarto , e chorei muito por ter perdido a minha mãe .
Me despedir dela , eu m*l saia do quarto eu e o meu pai nos tornamos dois desconhecidos .
Eu passava a maior parte do tempo na escola , e quando largava , a biblioteca do centro tornou - se a minha segunda casa , eu toparia ficar em qualquer lugar que não fosse a minha casa .
Meu pai parou de beber por meses , sempre.tinha comida em casa , mas conversar com ele não era um opção , e ele foi acostumando - se com isso .
A saudade saudade da minha mãe aime taça a casa dia , perdi as contas de quantas vezes eu peguei nosso aos prantos .
Meu pai estava por perto , eu sempre via a sombra dele por baixo da porta do meu quarto .
O dia que eu já estava esperando chegou , ele chegou do trabalho bêbado , gritando chamando por minha mãe , como se ele tivesse esquecido que ela não estava mais entre nós .
Eu estava comendo meu cereal quando ele passou por mim , e me deu tapa , por impulso eu joguei o ceral nele, e isso o deixou muito irritado e lá estava ele tirando o cinto para me bater .
- Isso , faz isso . Eu sou a sua nova Ana , papai .
Vai em frente .
- Someeee da minha frenteeeee .
Ele jogou a garrafa de cerveja que estava na mão , na parede , e eu corro para o meu quarto e me tranco .
Tenho uma paixão por velas , eu tinha várias espalhadas no meu quarto , pego uma e fico olhando para a sua chama , começo passando o dedo , e não sinto nada , de alguma forma aquilo amenizava o meu sofrimento , não sei explicar como , mas amenizava .
E aquilo passou a se repetir diversas e do essas vezes , passei a queimar lugares mais escondidos , comecei pelos pulsos , eu só vestia roupas longas , logo depois passei a queimar as minhas pernas .
Com o passar dos anos o meu pai só se afundava cada vez mais , em seu mundinho de bebidas, jogos e drog@s.
Até que um dia , eu estava lendo um livro na sala e nossa porta foi derrubada .
Eram três homens que me arrancaram de lá de dentro e não disseram um só palavra , fui levada até uma casa noturna , vi várias mulheres peladas dançando , outros homens jogando e bebendo .
Sou empurrada até uma sala , meu pai estava lá amarrado , todo ensanguentado , me encarando .
Ali eu já sabia do que se tratava e o motivo de eu está ali .
Meu pai se endividou , ao ponto de me entregar como moeda de troca , sorte minha que a gerente que comanda o lugar , gostou de mim . Em uma conversa que tivemos , eu disse a ela que poderia mata - lo que eu não me importaria se eles fizessem isso , mas aí eu descubro que se ele morresse eu também morreria , eles não iriam perder a grana , e alguns precisava pagar aquilo , e só a vida não era suficiente.
De alguma forma ela criou uma empatia , e me deixou
trabalhar , nos bastidores .
Cuidando das meninas , das suas roupas ,da limpeza , em seguida me deixou cuidar dos pagamentos das meninas .
A dívida do meu pai foi paga , eu trabalhando lá dentro por anos .
Terminei a escola , e eu não conseguir mas sair de lá , eu precisava ocupar minha mente com alguma coisa , e ela eu me mantinha ocupada e não olhava para a cara do meu pai .
- Eu não posso mais manter você aqui .
- Por favor, Barbara me ajuda , eu não posso passar o dia inteiro naquela casa .
- Você precisa de uma faculdade , precisa ser alguém na vida , garota .
Aqui não é lugar para você , vá embora daqui anda logo.
Ela segura o meu rosto com as duas mãos , e em uma delas segurava o seu cigarro .
Ela expulsa - me de lá e eu volto para casa , meu pai estava bêbado , e drogado sentado na sala parecia está me esperando .
- O que está fazendo aqui ? Volte de onde veio e traga comida para.dentro de casa , já sustentei você por mais tempo que deveria .
Eu perdi o emprego , saia daqui e só volte com grana ouviu bem ?
Ele me bate e me joga no chão , eu não tive.coragem de enfrenta - lo naquele dia .
Eu só saio correndo , com o rosto sangrando e quando me dou conta estou na coxia , com as meninas me consolando .
Eu me tornei a mascote das meninas , elas cuidaram de mim desde quando cheguei .
- O que está acontecendo aqui ?
- Ela já chegou assim .
- O que fizeram com você menina ?
- Me deixa trabalhar aqui , por favor . Eu não posso chegar em casa sem grana .
- O que você vai fazer aqui , garota ?
- Eu danço , sirvo , faço qualquer coisa .
- qualquer coisa ? tá maluca ?
- Então eu só danço , eu sei dançar as meninas me ensinaram , eu sei dançar no poli dance.
- Ok , ok . Você não fará programa ouviu bem ?
- Isso garota deixa isso para as mais experientes.
- Eu não ! Barbara você sabe que ...
Eu a puxo , para termos mas i********e.
- Eu sei , eu sei . Você só vai dançar e nada mais , o resto você já sabe , assim terá dinheiro para levar para casa .
Eu não queria ver você aqui , mas eu acredito que logo logo , você vai se dar bem nessa vida .