11. Fernanda Narrando Eu tava na cozinha, ajeitando umas paradas antes de sair pra resolver a vida, quando ouvi o portão bater. Nem precisei olhar pra saber que era a Lua. Só pelo jeito que a porta foi fechada, dava pra sentir que ela não tava nada bem. Ela entrou pela sala e foi direto pra cadeira da mesa de jantar, sem dizer uma palavra. Eu dei uma olhada rápida, ainda mexendo nas coisas, mas só pelo rosto dela, percebi que o dia tinha sido daqueles. — O que foi, amiga? — perguntei, já sabendo que alguma merda tinha rolado. Ela não respondeu. Só sentou, olhou pro chão e desabou a chorar. Mano, mas era aquele choro de soluçar, de quem tá segurando coisa demais por tempo demais. Parecia que tava vindo tudo de uma vez. Eu larguei tudo na hora, cheguei do lado dela e comecei a passar a