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Tomada por um Demônio

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Blurb

Nunca atravesse as trilhas depois do rio, dizia sua mãe. Mas, ela precisou fugir para se salvar

E já não havia mais como escapar quando o demônio colocou as mãos em sua alma.

Nunca atravesse as trilhas depois do rio... Há um demônio por lá!

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— Fuja! Ele vai matar todos nós! — Lisbeth viu o desespero nos olhos de sua mãe puxando-a de dentro do armário, onde havia escondido a pobre filha. O cheiro de fumaça começava a subir, os olhos de Lisbeth já estavam cheios de lágrimas pelo medo, agora lacrimejavam com o torpor fumegante da fumaça tóxica. Sua mãe segurava as barras do vestido com uma mão e na outra o braço de Lisbeth, arrastando a musseline fina no rastro do medo, tentando livrar a filha daquele maldito pesadelo. Em outrora viveu um sonho, agora vivia cada dia achando que era o último. Este, muito provavelmente, seria o último. Desmont, seu marido, descobriu recentemente o caso de Carmélia. Sim, Carmélia não se orgulha por não ser o exemplo paroquial da boa esposa, mas sorria com tranquilidade quando se recordava do amor que viveu nos braços do amante. Amor este que nunca teve nas mãos de Desmont. O marido p****e lhe batia constantemente, se deitava com vagabundas de bordéis baratos e agora passou a agredir Lisbeth, sua filha, sua querida pupila. Carmélia não saberia dizer quantas vezes dobrou seu joelho em agradecimento por não ter dado a luz a tantos filhos. Três foram o suficiente, um infelizmente não chegou a nascer com vida, restando para si Edgar e Lisbeth. Edgar tende a ser seu protetor, mas este estava fora à trabalho, voltaria no mais tardar em uma semana e até lá… Já estaria morta. Restava a esperança de proteger a filha, a fim de que Edgar a encontrasse depois, com vida. — Fuja! — Não a deixarei! — gritou Lisbeth olhando a escada, a fumaça aumentando enquanto segurava a mãe — Papai vai matá-la! Sem que pudesse esperar, Carmélia separou a filha de seus braços, deu-lhe uma bofetada no rosto e deu sua melhor carranca de mãe. Não importa o que custasse, ela tiraria Lisbeth de lá, fazendo a menina se desgrudar de suas saias, para correr por suas próprias pernas. — Não se desobedece às ordens de uma mãe! — Lisbeth segurou a marca no rosto e olhou espantada quando viu as bochechas da mãe encharcadas de lágrimas — Fuja, eu estou mandando fugir! Sem esperar por uma reação, Carmélia segurou no braço fino de Lisbeth e a puxou consigo escada abaixo, se deparando com o fogo que se iniciou na cozinha. A madeira do casarão, apesar de grosso, não resistiria por muito tempo, estava para subir e logo comprometeria a estrutura da casa. Foi quando atravessou a porta que o maldito marido a encontrou. — Carmélia, você e esta cria imunda, vão morrer! — berrou ao longe, ainda dando voltas na casa. — Fuja! — gritou Carmélia empurrando Lisbeth — Fuja! — Mamãe! — Atravesse o rio! — pediu Carmélia segurando o rosto da filha e beijando suas bochechas — Ele vai mover a cavalaria para lhe encontrar, mas o rastro se perde ao atravessar o rio. Corra! Subas as montanhas! — A igreja me condenaria… — murmurou Lisbeth, vendo desespero nos olhos da mãe. — A Igreja nunca lhe salvou das mãos de teu pai. Corra! Fuja, Lisbeth! — ela foi arrancada dos braços da filha de forma agressiva, fazendo a mulher cair no chão e sangrar no canto de sua cabeça pelo golpe desferido por seu próprio pai. Quando o mesmo ia atingir Lisbeth, Carmélia agarrou as canelas do homem, mordeu-lhe a pele peluda e o mesmo berrou, chutando-a a contragolpe. — Fuja Lisbeth! Fuja! Espere Edgar! Fuja! — berrou, puxando as calças do marido e o fazendo cair no chão. Lisbeth é uma criatura pequena, magra e frágil, mas fez o que a mãe mandou. Se arrependeu de ter olhado para trás e ver a mãe ainda sofrer com os golpes do pai, cego de raiva; e adentrou o milharal da fazenda, rezando para correr o suficiente antes de ser encontrada. As farpas do milho seco rasgavam os braços quase nus, mas ela segurou a musselina fina na barra do vestido, pisoteou o chão com fervor e correu. Nunca em sua vida sentiu tanto medo, nunca em sua vida sentiu tanta raiva de si por ser uma criatura amedrontada. Ela temia por sua mãe, pois já fazia um tempo que tinha tanto medo do pai, que nem em seus olhos conseguia olhar. Sua mãe cometeu o crime do adultério, se não fosse morta pelas mãos do pai, seria escorraçada pelo presbitério da igreja; e viveria o resto de sua vida na vergonha e na miséria. Isso fez Lisbeth chorar ainda mais, correr ainda mais e quando olhou para trás, viu as labaredas de fogo subir. Elas desenhavam o inferno em vida, e os gritos agudos e distantes ecoavam, gravando seu pesadelo em sua memória Sua mãe estava morrendo e Lisbeth fugindo… A moçoila amedrontada sentiu pontadas em seu peito e o desespero a fez gritar e correr. Havia tantos sentimentos ruins em seu interior que Lisbeth se perdeu na escuridão da mata, já não estava mais na plantação de sua fazenda e perdia trapos de seu vestido em seu trajeto. Marcava o caminho com o r***o da vestimenta, perdia os laços de sua cabeça e sofria arranhões a cada vez que tropeçava. Em sua última queda, Lisbeth era uma pobre garota de vestido rasgado, a imagem da vergonha com as pernas cansadas, o rosto estava no chão e as orelhas deitadas no solo. A lua estava parcial, não iluminava tanto o seu trajeto e quando Lisbeth se entregou ao chão, pensou na possibilidade de virar comida de algum animal selvagem, mas nada aconteceu. Nem mesmo uma cobra peçonhenta se deu o trabalho de aparecer e comê-la, para tirar de si a dor de ser uma covarde e correr quando sua mãe gritava dentro da casa queimada. Quando se deu conta, ouviu tremores. Seu pai… Ele com certeza estava a cavalo e acompanhado. O medo a atingiu novamente, isso a fez se levantar e olhar com gosto o rio bravo, não muito distante de seus olhos. Sem pensar duas vezes, correu. Lisbeth se jogou nas águas da corrente, deu fortes braçadas nas ondas nervosas e tentou a todo custo alcançar a outra beirada. O vestido estava rasgado, mas as botas ainda estavam presas em seus pés, isso colaborava para o peso e a força da correnteza. Teve a impressão de ouvir gritos, tentou um pouco mais, engoliu bastante água, mas alcançou a galha do outro lado e se permitiu respirar quando conseguiu encostar o rosto em terra firme. Para se livrar do peso, Lisbeth jogou as botas fora, pisou no chão com as meias finas e correu. Ela adentrou o conjunto de arvoredo denso e escuro, m*l iluminado pela fraca luz e se aventurou nas trilhas montanhosas. Nas trilhas da floresta escura, o sol que ali não bate, abriga as histórias que no inferno não cabem. Dizem que as piores criaturas estavam ali, e quem conseguiu fugir nunca ousou voltar. A igreja condena os aventureiros, amaldiçoou o pico da montanha fria e espalhou o boato: Aquele que o demônio visitar, será queimado por profanação e adoração ao d***o. E Lisbeth acabara de atravessar o rio, correndo cansada nas trilhas do inferno. Ela respirava com frio, fatigada, dolorida e molhada. Os cabelos negros se desprenderam, viraram uma cascata bagunçada sobre os ombros, seus laços se perderam no trajeto, as meia fina de seus pés rasgaram e as barras do vestido volumoso eram trapos caídos. Quando se deu por vencida, caiu. Bateu com o corpo no chão frio, encolheu-se na noite e fechou os olhos de cansaço, pedindo avidamente que a morte a alcançasse. Foi quando o coração de Lisbeth falhou uma batida. Alguma coisa se aproximava a ponto dela ouvir o peso de seu pés bater contra o chão, algo muito semelhante a um rugido ecoou, em seguida um rosnado frenético. Lisbeth cerrou os olhos, pois alguma criatura selvagem estava a caminho. Sentiu a aproximação, os galhos quebrando ao seu redor e as folhas sendo pisoteadas. Encolheu-se de medo quando sentiu uma fungada quente e um barulho grotesco de algum gato gigante. Seria um leão? Uma onça? Um tigre? Lisbeth não saberia dizer se havia animais assim por aqui, mas sabia dizer que aquele animal estava para comê-la e este seria seu fim. Quando sentiu um toque grotesco pegar em suas costas, ela não conseguiu se segurar, apenas berrou com a força de seus pulmões, expandindo seus gritos para muito longe. Do outro lado do rio bravo, acima de seu cavalo e mais dois homens, seu pai olhou para o céu e viu os corvos sobrevoarem o arvoredo. Seus companheiros tiraram o chapéu, colocaram em seu peito e seu pai olhou a situação com desgosto. — O demônio das montanhas. O d***o a matou. — sussurrou um dos homens, fazendo o sinal da cruz em extremo respeito. Seu pai apenas o observou. Não ousaria atravessar o rio, mas tinha suas dúvidas. Sua pretensiosa esposa ordenou que ela atravessasse, e duvidava que Carmélia enviaria a filha para a própria morte. Mas, era um homem paciente, esperou anos para expor a traição de Carmélia, esperaria tempo o suficiente para pegar a bastarda que teve de criar como filha.

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