Londres, Inglaterra
Paraíso
Chegamos a capital com o dia escurecendo. A luz que iluminava o Paraíso já era um grande borrão vermelho-alaranjado no horizonte. No caminho para cá cruzamos com vários Filhos, mas preferimos evitar matá-los ou um combate direto, o que denunciaria nossa posição. Discrição, conforme Týr falara, seria essencial naquela missão.
Do ponto em que estávamos eu conseguia ver a famosa Tower Bridge, um dos cartões postais que eu mais queria visitar na minha vida. Eu sou um cara que gosta bastante de viajar; eu sonhava que depois de me formar e estivesse ganhando dinheiro, viajaria pelo mundo com Elena. Tiraríamos férias sempre juntos e ganharíamos o mundo. Planejávamos ir à Itália, França, Inglaterra, Romênia, Espanha... Enfim, todos os países que tinham algo legal de se visitar. Costumávamos assistir aqueles documentários do Discovery Channel e nos imaginávamos indo àqueles lugares. Meu coração apertou com as memórias felizes.
Týr e Thais estavam escondidas a alguns metros de mim, pois o lugar onde estava não cabia todos nós. Notei que havia Filhos nas duas extremidades da ponte e três fileiras estrategicamente sobre ela. Em cada uma das torres eu conseguira ver dois deles, mas não tinha como ter certeza se havia mais. Devia haver.
Eu não tinha ideia de onde poderia estar Desmond Chepken. Londres era uma cidade imensa e ele poderia estar em qualquer lugar. Precisávamos capturar um Filho e interrogá-lo. Isso seria difícil, ou talvez não, tudo dependeria da magia de Thais, o que eu achava completamente demais! Queria saber como praticar qualquer tipo de magia, mas não sabia. Não tinha a menor noção de como funcionava e também não tinha tempo de aprender, mas ter uma amiga que podia já era épico o bastante.
Eu me sentia em um jogo de RPG pós-moderno.
Eu era o cavaleiro e ela a maga. Týr era tipo a conselheira rabugenta, como o Mestre dos Magos de Caverna do Dragão, só que ela estava o tempo todo conosco. Fiquei surpreso que ela optou por ficar comigo ao invés de voltar para casa; sua preciosa Godheim, se é que era assim que se chamava o lugar de onde ela veio. Ela não costumava falar, mas sabia que ela sentia falta do lar e das outras fadas.
Se eu podia pensar em algo que pudesse ter feito-a escolher ficar no Paraíso, seria o que aconteceu em Paris.
Ignorei os pensamentos daquele lugar e do que aconteceu. Estava no passado, e o que aconteceu não pode ser mudado. Meu pai sempre dizia isso “O que aconteceu não pode ser mudado”. Eu sempre quis saber o significado por trás do rosto dele sempre que dizia tais palavras. Era como se ele tivesse um segredo tão profundo e doloroso que apenas repetindo aquelas palavras para mim tornava a dor melhor. Ensinar-me aquilo as tornavam reais para si mesmo.
Estranho eu pensar nele agora. Parecia que fazia anos que eu não o via, mas fazia um mês, mais ou menos. Gostaria de poder vê-lo e todo o resto da minha família. Incontáveis primos e tios. Queria saber como estava minha irmã recém-casada; se o marido estava tratando-a como merecia. Ah, como eu queria que eles me vissem agora. Eu estava em minha própria jornada para salvar o Paraíso; para me tornar um herói. Lembrei-me de uma série que vi algum tempo atrás chamada Heroes, em que havia um personagem chamado Hiro Nakamura cujo sonho era se tornar um herói. Eu entendia Hiro muito bem.
Voltei para onde estavam as duas, encontrei-as conversando, mas interromperam o assunto assim que me viram.
– Vamos encontrar um lugar próximo para passar a noite. – Eu disse, fingindo que não percebi o silêncio repentino. – Precisamos saber como funciona a troca de guarda e tal. Os horários.
– Sim, uma boa ideia. – Thais disse virando os olhos para o chão no momento que cruzaram com os meus.
– Vamos para aquele prédio ali. – Týr acudiu, livrando-nos de um momento constrangedor. – No último andar conseguiremos ver a ponte perfeitamente.
– Certo. Precisamos arranjar comida. – Eu respondi.
– Temos o bastante para a noite. Amanhã arrumaremos mais. – Thais disse.
– É melhor buscarmos comida durante a noite. Poderemos nos esconder com mais facilidade. Os Filhos não têm uma visão noturna especial. – Týr informou.
– Sim, você está certa. Vamos nos recolher. Mais tarde iremos.
Fomos ao prédio, que felizmente estava vazio. Os Filhos deviam estar mais concentrados no centro da cidade, e não na periferia onde estávamos. Se alguém me perguntar exatamente como cheguei ali, eu não saberia dizer. Nós viajamos durante horas de moto sem parar; perdi-me algumas vezes. Eu não conhecia as estradas da Inglaterra. Mas, quando finalmente chegamos, me senti aliviado.
O apartamento que escolhemos era pequeno, mas tinha uma visão privilegiada da Tower Bridge e aquecimento. Ficamos no último andar, o sexto. Ele tinha uma cozinha pequena, lavanderia, banheiro com um chuveiro de água quente, um quarto e sala de estar/jantar. Encontramos roupas masculinas e femininas em um guarda-roupa de madeira no quarto. Um casal morava ali antes de invasão dos Filhos. Encontrei cuecas, umas calças confortáveis de moletom e umas camisetas lisas e para Thais, calcinhas, sutiãs e um pijama do Garfield.
– Vou tomar banho primeiro. – Eu disse, sorrindo.
Eu não esperei a resposta e entrei em baixo do chuveiro imediatamente. Assim que a água tocou meu corpo gelado devido ao frio lá fora, senti-me relaxado. Quando cheguei ao Paraíso, o clima ali era sempre agradável. Mas agora, desde a chegada dos Filhos, o clima estava cada vez mais parecido com o da Terra.
Sempre que estamos debaixo de um chuveiro, todos os problemas de nossa vida parecem se revelar e forçar você a pensar neles. Eu pensei em todas as coisas que aconteceram nas últimas semanas. Nem lembrava direito quanto tempo eu estava no Paraíso, ou quanto não via Elena nem Lana. Lembrei-me do beijo de despedida que ela me deu em Roma; a pressa que ela também parecia estar. Aquele beijo foi tão inesperado quanto o nosso primeiro beijo em 2007, na formatura do último ano do fundamental. Preferi não pensar nisso, pois me lembraria da morte dela pouco tempo depois disso.
Elena me veio à mente em seguida. O que ela poderia estar fazendo naquele momento? Será que estava bem? Que estava feliz? A imagem dela no topo daquele prédio em Nova Jerusalém ou a voz dela na estrada para Ashkelon. Eu tinha certeza que ela esteve nesses lugares. Mas, desde então, nunca mais a vi ou ouvi. A saudade apertou meu peito. Se eu pudesse apenas por um segundo sentir o corpo dela colado ao meu, tocá-la e sentir sou toque...
Uma batida na porta interrompeu minha fantasia.
– Vai demorar muito? – Era a Týr, implicando como sempre. – Eu preciso de um banho também!
– Cala a boca, vai! – Retruquei, irritado, não gostava que os outros interrompessem meu banho.
Pensei em Desmond Chepken e nos outros escolhidos da Morte que estavam no Paraíso. Qual era o plano dele conosco? O que ele realmente queria? Eu não acreditava que ele queria apenas a chave do Reino dos Mortos. Ele quer algo mais, tenho certeza. Mas simplesmente não consegui pensar em nada que ele poderia querer além de um poder como aquele.
Desliguei o chuveiro, vesti-me e saí. Antes que as duas me percebem, eu consegui ouvir:
– Tem certeza que quer fazer isso? – Týr dizia. – Ele ama outra pessoa... Uma tal de Elena, se não me engano.
– Sim, eu quero. Eu nunca fiz isso, nem mesmo quando viva. Gosto dele de verdade. Quero que ele seja o primeiro.
– Thais... Eu só espero que você não se arrependa. – Týr disse em tom de alerta. – Isso é algo muito especial até mesmo para as fadas, que escolhem apenas um para o resto de nossa existência.
– Se arrepender de que? – Intrometi-me.
Thais desviou o olhar imediatamente para o chão e suas bochechas ficaram num tom rosado. Estranhei, mas não era burro. Eu imaginei o que elas estavam falando, mas não tinha como ter certeza. Eu só achei que elas não poderiam estar falando disso.
– Nada. – Týr ajudou. – Quem vai tomar banho primeiro? Eu ou você?
– Eu vou! – Thais disse mais rápido que o necessário, como se quisesse sair da minha presença imediatamente.
Ela levantou num salto e correu para o banheiro, notei que ela não tinha levado o pijama. Týr ficou me olhando com uma cara acusadora, imaginando o que eu iria fazer em seguida.
– Bem, eu vou deitar um pouco e descansar. Quando for a hora de irmos buscar comida, me avise.
A fada confirmou uma vez com a cabeça.
Encontrei no quarto diversos livros em uma caixa dentro do guarda-roupa. Eram romances que eu achei que não existiam no Paraíso como Ponto de Impacto e Fortaleza Digital de Dan Brown e, entre vários, eu peguei o primeiro livro das Crônicas de Nárnia: O Sobrinho do Mago, de C.S. Lewis. Com ele em mãos, eu deitei na cama e li algumas páginas, até que a voz de Thais, quase num sussurro, chamou da porta:
– Leonard.
Assim que levantei os olhos, senti meu rosto esquentar e meu coração acelerar tão rápido quanto estava no dia do meu encontro com Lana. Thais estava diante de mim apenas de toalha. Seus cabelos molhados em um tom mais escuro de castanho do que eram quando secos.
– O... O que está... Fazendo? – Gaguejei.
Num movimento suave, ela abriu a toalha, revelando seu corpo nu. Seu rosto estava rosa, de vergonha, como o meu deveria estar; ela tinha um sorriso tímido, mas ao mesmo tempo feliz. No momento que seus olhos verdes como esmeralda me olharam com um brilho de excitação, eu a desejei. Desejei seu corpo junto ao meu.
Fui até ela e a beijei. Deitamos devagar na cama.
Algumas horas depois, estávamos suados, cansados e sem fôlego. Eu me arrependi no mesmo instante. Mas não disse para ela. Sabia que aquilo era especial para ela, ainda mais considerando a época em que ela viveu em que o s**o era um tabu muito maior que nos meus dias.
– Desculpe atrapalhar qualquer coisa ai. – Týr gritou da sala. – Mas está tarde o bastante para irmos.
– Você quer ficar aqui? – Sussurrei.
– Não, vamos. – Ela disse com um sorriso; acho que eu nunca a tinha visto tão feliz.
Merda, pensei. Eu não queria mexer com essa garota. Todavia, agora eu era responsável por cuidar do coração dela.
Vestimo-nos com roupas pesadas de frio, pois sabíamos que do lado de fora devia estar muito frio, como de costume na Europa. E, sobre toda a roupa contra o frio, coloquei meu sobretudo cinza com o coração enfeitado com desenhos tribais nas costas.
Saímos com cautela do prédio, nenhum de nós notou as almas nos observando.
Mantendo nós mesmo nas sombras, andamos por ruas desconhecidas. Dobramos esquinas que eu nunca tinha ouvido falar. Encontramos um Wal-Mart há vários quarteirões de distância. Conferimos todos os corredores devagar, o que levou quase meia hora. Além de nós, não havia mais ninguém. Procuramos então alimentos que não estivessem ruins. Thais cantarolava feliz o tempo todo. Isso partiu meu coração. Eu não podia ter feito aquilo com ela. Apesar de ter sido muito bom, não foi certo; e eu simplesmente não podia falar isso para ela.
– Eu vou fazer marcas em algumas coisas, ai em um caso de emergência eu poderei conjurar comida para gente em qualquer lugar do mundo. – Ela explicou com um sorriso feliz o bastante para destruir meu coração em milhares de pedaços minúsculos.
– É um bom plano... – Eu bloqueei um “linda” no final da frase; eu já estava iludindo-a demais.
Pegamos pacotes de pão, frios, bolachas, sucos e dezenas de garrafas de água. Coisas que poderíamos fazer com mais facilidade durante uma viagem. Depois pegamos arroz, feijão, macarrão, carnes, molhos e temperos para fazermos quando estivéssemos em uma casa ou apartamento, como estávamos naquela cidade. Thais fez um trabalho excepcional marcando tantos pacotes de comida quanto conseguiu. Sempre sorrindo.
Som de latas caindo no chão ecoou em todo complexo.
Trocamos olhares assustados. Não estávamos sozinhos.
O corredor em que estávamos era longe da saída do hipermercado. O som veio de algum lugar próximo demais. Então o som de passos, que não pertenciam a nenhum de nós, pois não tínhamos movido um músculo se quer. Quem quer que fosse, estava no corredor ao lado.
Thais agarrou uma lata de pêssego em conserva e jogou por cima da prateleira, fazendo barulho. Pensou rápido, eu disse para mim mesmo. O perseguidor foi para nossa esquerda, seguimos pela direita. Assim que ele passou pelo corredor que estávamos indo para o outro, nós passamos opostos a ele em direção à saída.
Corremos.
– Ei! Eles estão aqui! – Uma voz masculina gritou quando passamos por um corredor que tinha uma pessoa.
– m***a. – Resmunguei.
Na única saída aberta, havia dois guardas, que felizmente não nos viram. Notei algo particular neles: usavam uma espécie de óculos de piscina, bem grudado ao contorno dos olhos, só que as lentes eram bem escuras, a fim de esconder seus olhos. Aqueles óculos me lembraram dos usados por Killer Bee, do mangá Naruto de Masashi Kishimoto. Não consegui evitar um sorriso. Mas, por que estavam usando óculos de sol se era de noite?
Corremos na direção oposta de volta a loja. Ouvimos passos rápidos em nossa direção. Fiquei preparado para sacar minha espada quando fosse preciso. Assim que dobramos para o corredor central, eu consegui ver os perseguidores de relance. Como os outros usavam aqueles óculos estranhos e tinham, cada um, uma b***a carregadas nas mãos. Os Filhos usam o poder do Abismo, por que estavam carregando armas?
Um homem saiu do corredor onde estávamos ao fim do corredor central. Ele usava uma roupa estilo militar: coturno, calça larga e camisa do mesmo material. Ele usava os mesmo óculos, um cachecol que, depois de dar duas voltas em seu pescoço, caía até quase a altura dos joelhos e um boné militar. Ele tinha algo na boca que lembrava um cigarro. Estranhei. Esse tipo de coisa não havia no Paraíso.
Ele levou a mão à boca, pegando o cigarro, que se revelou na verdade um pirulito no formato de uma bola vermelha. Deve ser de cereja, pensei.
– Não se mova. – Ele gritou. – Quem é você? O que está fazendo por aqui?
Como um Filho do Abismo não sabia quem eu era? Eles tinham a memória coletiva, ou seja, tudo que um deles sabia, os outros sabiam. Por que aquele em particular não me conhecia? É claro que fugimos pelo corredor mais próximo.
– Yav: Črpalka čutno gibanje! – Thais disse, apontando a mão para a entrada do corredor onde acabamos de passar e fazendo um movimento circular.
– O que você fez? – Eu perguntei assim que entramos na primeira porta que vimos, em que uma placa de “Apenas funcionários” estava pendurada.
– Vamos ouvir daqui a pouco. – Ela respondeu meio ofegante. – Vamos, temos que continuar indo.
Com a mochila em minhas costas, subimos por uma escada carpetada. Chegamos à área administrativa do mercado. Assim que chegamos ao fim do corredor, ouvi a explosão. Olhei para ela, que sorriu. Agarrei sua mão e seguimos pela bifurcação da esquerda, onde no fim havia uma porta vermelha contra incêndio. Os prédios pegavam fogo no Paraíso? Isso não soa utópico pra mim. Descemos dois lances de escada. Estávamos no nível do solo agora.
Havia duas saídas, mas eu não sabia qual escolher. Se bem que tanto fazia, eu não conhecia aquela cidade para saber o quanto perto estavamos do apartamento. Fomos para direita.
Atingimos a rua depois de alguns degraus. Olhei para a direita e esquerda, não vi ninguém. Fui por onde achei que estaria o apartamento. Corremos umas três quadras; quando percebemos que não havia alguém nos seguindo, paramos e descansamos. Um minuto depois voltamos à corrida.
Nós três não notamos que, pela sombra e discretamente, o homem com o pirulito na boca nos seguiu até nosso apartamento.
Entramos e respiramos fundo, aliviados. Encaramos um ao outro e, surpresos, perguntamos ao mesmo tempo:
– Quem eram aqueles caras?
– Eu não sei. – Týr disse. – Será que eram Filhos do Abismo?
– Estavam usando bestas, então eu acho que não. Mas, então, só podiam ser humanos normais.
– Então por que estariam nos perseguindo? – Thais, perguntou. – Digo, estamos do mesmo lado que eles.
Ficamos pensativos e em silêncio por algum tempo, até que Týr cortou-o:
– Melhor descansarmos. Amanhã será um longo dia observando os Filhos.
– Sim. – Concordei.
Týr exigiu um lençol para ela, que assim que conseguiu deitou em uma almofada no sofá. Thais e eu fomos para a cama no quarto e deitamos. Ela me abraçou e deitou em meu ombro, ainda sorrindo. Meu coração acelerou, e desejei que ela não percebesse. Eu não queria magoar aquela garota, mas também não sentia nada por ela. m***a, muita merda... Porcaria... O que foi que eu fiz?, foi meu último pensamento antes de adormecer e sonhar com Elena.
– LEONARD! – Acordei com o grito de Thais de repente.
Assim que abri os olhos, vi dois homens levarem-na pela porta do quarto; os dois vestidos em estilo militar com bestas nas costas. Levantei e tentei pegar minha espada, que coloquei ao lado da cama antes de dormir, mas ela não estava mais ali. Eu não era exatamente bom de briga, mas avancei pronto para dar socos. Contudo, uma batida forte no meu estômago e um soco na face me derrubou.
Algo estava muito errado. Não era para as pessoas do Paraíso poderem lembrar-se de suas vidas na Terra, de saber o que é malicia; eles não tinham como saber dar socos ou usar bestas. O que estava acontecendo? Não eram Filhos, mas também não se comportavam como almas normais. Aquilo inflamou uma raiva dentro de mim que eu não havia sentido antes.
Levantei devagar, com minha visão ainda turva de dor. Eu não era um cara grande ou forte, ou seja, significava que eu tinha que aproveitar qualquer vantagem ao meu redor e o peso de meu próprio corpo em qualquer ataque. Corri, agarrando a cintura do cara com o pirulito na boca, joguei-o contra uma parede, mas me afastei rapidamente, pois sabia que ele poderia bater em minhas costas.
Olhei ao redor em busca de qualquer coisa que podia servir de arma; agarrei o abajur. O homem não ficou parado, ele sacou um... Taser? Por que diabos ele tinha um taser? Ele atirou. Duas agulhas entraram em minha pele e eu senti dor. Em seguida, tudo ficou escuro.