Londres, Inglaterra
Paraíso
Quando recuperei a consciência, eu estava amarrado e sendo levado em um carrinho de mão por um túnel iluminado por luzes artificiais laranja. Contei dez homens fazendo a escolta, todos usando óculos escuros. Thais andava devagar e estava amordaçada, olhando para o chão com Týr em seu ombro.
– Onde estamos? – Perguntei ao guarda mais perto.
– Estamos em Londres.
– Isso eu sei, quero saber em qual parte. – Levei um t**a na nuca.
– Estamos sob a cidade, paralelo ao rio Tâmisa.
– Onde estamos indo?
– Encontrar o chefe.
– Achei que vocês não respondiam a ninguém a não ser que os três Filhos da Morte estivessem juntos.
– O que? Do que está falando? – O guarda estranhou minha afirmação tanto quanto eu a sua pergunta.
– Vocês não são Filhos do Abismo? – Encarei-o.
– Me desculpe, mas eu não sei do que está falando.
– Ele está falando dos inimigos; das almas de olhos laranja. – O homem que estava à frente do grupo, o que tinha um pirulito na boca, disse; eu não tinha notado que ele estava prestando atenção na conversa. – Por aqui os chamamos apenas de inimigos. Mas, como sabe o que eles são?
– A fada me contou. – Imediatamente levei os olhos a Týr.
– Ah... Certo... Uma fada. – O líder zombou; todos os soldados riram.
Espera, eu pensei, é claro! Eles não podem vê-la! Týr virou o rosto para mim e sorriu. Ela tinha um plano, e tinha a vantagem. Thais e eu viajamos por tanto tempo sozinhos que eu esqueci completamente que as outas almas, além de nós dois, não podiam ver a fada. Agradeci mentalmente por ela ter um pensamento rápido.
– Mas é a verdade. – Eu continuei com a ideia, mudá-la poderia fazer com que desconfiassem. – Quem são vocês?
– Nós somos os sobreviventes. – O guarda ao meu lado disse; o líder parecia ter perdido o interesse em nossa conversa. – Quando as luzes atingiram Londres e todas as pessoas que conhecemos tornaram-se o inimigo, nós nos achamos aos poucos e nos juntamos para não sermos levados. Só o que fazemos é encontrar aqueles que não estão possuídos e comida. Faz mais de uma semana que não encontramos ninguém, até vocês aparecerem.
– Será que poderiam nos soltar, não estamos possuídos.
– Não acho uma boa ideia antes de encontrarmos com o líder.
– Aquele ali não é o líder?
– Não, ele é o segundo no comando.
– E por que não é uma boa ideia? – Perguntei, curioso.
– Sua amiga ali fez coisas nada normais quando encontramos vocês naquele apartamento.
– Entendi.
– Mas então, garoto, o que você está fazendo em Londres?
– Estou procurando por uma pessoa.
– Quem quer que seja, deve estar possuído.
– Não, ele não está. Tenho certeza.
– E quem poderia ser essa pessoa excepcional? – Percebi um leve tom de zombaria.
– O nome dele é Desmond Chepken.
O guarda olhou para o homem na frente do grupo. Ele conhecia Desmond e o líder devia ter alguma relação com ele.
– Senhor, ele está procurando pelo...
– Meu irmão. Eu ouvi. – O líder interrompeu.
– Seu irmão? – Estranhei. – Não sabia que podia haver pessoas que se reconhecessem como parenter aqui.
– E não há. Ele é meu irmão de consideração. Eu sou um nascido no Paraíso, isso quer dizer que, na Terra, eu morri antes de nascer. Desmond me encontrou no hospital e, entre aspas, “me adotou” como irmão. Isso não acontece muito. Ele me tirou de lá antes de eu crescer e me criou. Andávamos sempre juntos. Ele me ensinou a ler e a escrever; a andar de bicicleta; nós trabalhávamos juntos em uma mecânica no centro; amávamos o que fazíamos. Eu até mesmo conheci uma garota: Nanda. Meu irmão me incentivou a seguir com ela, pois não era muito comum uma alma amar romanticamente a outra no Paraíso. No dia do meu primeiro encontro as luzes vieram; ela foi possuída; eu consegui fugir com meu irmão, que também não foi possuído, mas, dois dias atrás ele foi sequestrado pelo inimigo, os Filhos do Abismo, como você chamou; junto a um grupo de mais três pessoas que procuravam comida.
Fiquei analisando a história que ele contava. Por alguma razão a ideia de que aquela alma estava mentindo perdurou na minha cabeça. Eu sabia que existiam aqueles nascidos no Paraíso, mas não sabia que as pessoas podiam “adotar” uma alma, ainda mais como irmão. Talvez um casal, se é que havia algum além de mim e Thais – o pensamento mais uma vez me entristeceu –, gostaria de adotar um como filho. Mas as almas não mentiam, nem mesmo quando estavam vivas – se mentissem, não chegariam até aqui. Acreditei, desconfiando, na história, pois eu era o prisioneiro, então era melhor não questionar.
– Chega de papo. – O líder encerrou a história.
A luz nascente ofuscou minha visão quando saímos do túnel. Estávamos em um pequeno píer, de onde podíamos ver a London Eye, a maior roda gigante do mundo. Estava parada e sem luzes, mas eu podia imaginar como ela seria a noite em pleno funcionamento. Imaginei os milhares de milhões de pessoas que deviam passar ali todos os anos. Pais que levavam os filhos pequenos para ver Londres lá do topo; casais enamorados trocando beijos enquanto giram na roda. Imaginei-me com Elena ali, na Terra. Era um dos nossos sonhos visitar – ou quem sabe, morar – em Londres. Na verdade, tínhamos muitos sonhos. Sorri, mesmo diante daquela estranha situação.
Ao mesmo tempo, meu coração apertou. Pensei em Thais, e no que eu tinha feito com ela. Ela gostava de verdade de mim, e eu apenas aproveitei devido ao calor do momento. Se eu pudesse, pulava naquele rio e morreria afogado, mas havia muitas coisas dependendo de mim naquele momento. Além de eu já estar morto.
Um n***o de uns três metros de altura me tirou do carrinho com apenas uma das mãos e me colocou de pé na plataforma. Paramos e esperamos algo que eu não sabia o que era. Até que vi um barco vindo em nossa direção. Eles deviam se esconder em um navio em algum lugar. Apenas o líder, o guarda com quem conversei, o n***o, Thais e eu subimos no barco. O resto dos soldados voltou ao túnel.
A embarcação seguiu pelo rio até desembocar no mar, onde há quilômetros mar adentro havia um iate imenso. De onde eu estava, podia ver que, no teto, havia um heliporto. O dono desse barco teria muito dinheiro se estivéssemos na Terra, pensei. Nós embarcamos e seguimos por um corredor lateral; entramos por uma porta que dava num corredor estreito com diversas portas aos lados, onde, no fim, havia uma porta fechada com uma alavanca redonda. E foi onde entramos.
Ali havia uma equipe de marujos, todos vestidos com roupas simples: calças jeans e camisetas brancas sem estampa. Contudo, havia um homem que se destacava dos outros. Estava de costas para nós; usava um terno italiano azul marinho de corte perfeito para ele; era uma cabeça e meia mais alto que eu; ele usava um quepe branco. O capitão do navio virou-se para nós.
Era um homem moreno, como se de pele queimada do sol, barba cheia e castanha bem escura, os cabelos ondulados na mesma cor caindo de dentro do chapéu. Seus olhos eram convidativos e sábios, como se contivessem todo o conhecimento do mundo, mas humildes o bastante para não se gabar por isso.
– Senhor, nós encontramos um não-possuído. – O segundo no comando informou.
– Certo. E por que eles estão amarrados?
– Por essa garota, fez algo extraordinário.
– Interessante. Que seria?
– Ela invocou árvores da palma das mãos. E, como percebemos que ela precisava falar para fazer isso, nós a amordaçamos. – Faz sentido, pensei.
– Então, temos uma bruxa entre nós. Você é uma peça única no Paraíso. Por que será que o Criador permitiria que um praticante das artes das trevas entrasse em seu reino? – O líder encarava os olhos verdes de Thais, analisando-a; como se tentasse descobrir qualquer coisa que ela possa saber. – Deixem-na falar.
– Senhor. – O guarda de mais cedo dissera. – Não acho que será uma boa ideia.
– Nós somos eternos. – Retrucou. – Não há nada que ela possa fazer que vá nos ferir.
– Ela destruiu dois homens antes conseguirmos amarrá-la.
– O que você quer dizer com “destruir”? – Ele virou os olhos para o homem que falava.
– Eles desapareceram, senhor, deixando apenas as roupas para trás.
Ele ficou pensativo por um momento, então disse:
– Levem-nos para o porão imediatamente. Vou pensar no que fazer.
O n***o segurou cada um de nós com o braço e estava para nos tirar de lá quando eu gritei:
– Quem você pensa que é para fazer isso com a gente?
– Eu sou Solomon.
Parei para pensar. Ele disse aquilo que se eu já o conhecesse, ou pelo menos, deveria ter ouvido o nome. Mas a única associação que veio em minha mente foi com um documentário do Discovey Channel sobre as minas do rei Salomão, o homem da bíblia mais rico e sábio.
– Seu nome parece muito com aquele cara da bíblia, o rei Salomão.
– O próprio, apesar de gostar mais da versão inglesa do meu nome: Solomon.
Fitei-o incrédulo. Não podia ser... Primeiro Abraão e agora Salomão; e Thais havia encontrado Davi em Paris. Quantos mais desses caras eu iria conhecer?
– Agora, levem-no. – Disse por fim.
A cela em que eu estava era, na verdade, um pequeno quarto na parte mais baixa do navio. Havia uma cama com um colchonete mais fino que meu braço e uma cadeira de metal, daquelas que vemos em bares por ai. Eles levaram minhas roupas e espada, me fizeram vestir uma calça preta larga e de moletom, e uma camiseta branca lisa. Thais, onde quer que esteja, devia estar vestindo o mesmo, com a diferença de estar com uma mordaça na boca; assim ela não poderia usar magia. Týr não estava comigo, então, não sabia onde estava.
O balançar do barco embrulhava-me o estômago. Seja lá o que Thais tinha feito quando navegávamos para Inglaterra, não estava funcionando mais. Deitei para tentar aliviar a tontura, mas não deu certo. Na verdade, piorou o enjoo. Levantei, andei de um lado para o outro pesadamente. Precisava sair dali o mais rápido possível. Tinha que encontrar Desmond.
Uma portinha adjacente ao pé da porta de aço abriu-se para fora. Uma bandeja com um pequeno prato de comida foi introduzido por ela. Em seguida duas batidas fortes na porta e um grito: “comida!”. Peguei a bandeja sem hesitar e devorei o prato de arroz com carne. A comida estava sem muito tempero ou sal, mas minha fome era maior. Meia hora mais tarde o guarda voltou pedindo a bandeja de volta. Passei pela portinhola. Mais algumas horas de tédio passaram até que a porta abriu e Solomon, o capitão do barco, trajando o mesmo terno azul marinho italiano, contudo ele estava menos formal, pois não usava gravata ou chapéu; seus olhos pareciam cansados, como se tivesse tido uma longa conversa com alguém.
– Boa noite, meu jovem. Acredito que não fomos formalmente apresentados. – O capitão falou. – Meu nome é Solomon, filho do rei David. Qual seu nome? – Eu não respondi; não queria dizer nada para ele. – Olha, meu rapaz, eu não sou seu inimigo. Estamos do mesmo lado.
– Então por que sou prisioneiro?
– Porque você e sua amiga são peças novas neste tabuleiro. Você possui uma espada capaz de m***r os Filhos do Abismo e ela é capaz de usar magia. São habilidades muito especificas e complexas. Algo que não esperávamos. – Solomon explicou. – Vocês representam o desconhecido. Isso assusta meus companheiros.
Pensei por alguns minutos, enquanto ele esperou pacientemente fitando esperançosamente meus olhos.
– Meu nome é Leonard Ross.
– É uma honra conhecê-lo. Meu primeiro imediato me contou o que aconteceu no Wal-Mart e que você procura Desmond Chepken, certo?
– Sim, senhor. – Eu respondi com uma formalidade que eu não queria.
– E posso saber o por quê?
– Sinto muito, mas não.
– Então, infelizmente, não terei como ajudá-lo. – Solomon foi levantando.
– Mas eu posso ajudá-lo. – Ele parou e olhou para mim.
– O que quer dizer?
– Minha espada só é capaz de m***r um Filho quando eu a empunho. – Menti. – Então, comigo, as chances de recuperarmos aqueles que foram capturados é muito maior. E você sabe disso. – Algo, então, me ocorreu; ele viera até mim justamente para conseguir aquele tipo de informação; saber quais eram as minhas intenções; como funcionava a espada. – Podemos ajudar um ao outro.
– Tem razão. – Sem dar as costas para mim, acrescentou, gritando: – Guardas! – Dois brutamontes abriram a porta de aço. – Tirem-no daqui e leve-o para a suíte 307.
– Capitão. E Thais? – Perguntei.
– Eu já tive uma conversa com ela. Ela tem uma história interessante. – Solomon respondeu, com um sorriso. – Ela está na suíte 309.
Então ele saiu. Um dos guardas indicou para que eu o seguisse, o que o fiz sem hesitar.
A suíte era um quarto grande com uns quinze metros quadrados; havia uma cama de casal extremamente macia no centro e encostada à parede a esquerda; uma televisão de vinte e nove polegadas estava sobre uma estante de madeira vernizada ao lado de um guarda-roupa da mesma cor. O banheiro ficava a esquerda, logo ao lado da entrada, enquanto a direta ficava uma porta, que devia ligar os quartos.
– O café é servido no refeitório às nove e meia. – O brutamonte avisou logo antes de quase destruir a porta.
Deitei na cama, pedindo para que o enjoo passasse. Ouvi uma batida na porta extra e, em seguida, a voz de Thais abafada pelas paredes.
– Leo?
– Pode entrar. – Gritei, sem levantar.
A porta abriu e Thais passou por ela. Ela parecia ter tomado banho. Usava uma camisola branca com alguns detalhes nas mangas em renda. Seu cabelo castanho claro estava solto e caía um pouco abaixo dos ombros; mais compridos do que estavam quando eu a conheci tempos atrás em Tel-Aviv. Seus olhos verdes eram calmos e brilhantes. Ela me encarou, sem saber exatamente o que dizer.
– Onde arrumou essa roupa? – Quebrei o gelo.
– No guarda roupa. Há várias peças ali.
Estranhei e fui conferir. Realmente, ele estava cheio de camisetas, calças, casacos e cuecas. Também encontrei minha espada e meu sobretudo ali. Peguei um conjunto macio e fui tomar banho, mas antes pedi a Thais que fizesse aquele negócio de parar meu enjoo, por que eu não aguentava mais a ânsia de vomito. Havia uma banheira, mas eu optei mesmo pelo chuveiro, pois não havia muito tempo para desfrutar de um banho longo nela.
Quando saí, Thais estava dormindo em minha cama. Estava linda daquela forma; respirava regularmente e profundamente. Deitei ao seu lado e a observei dormindo por alguns minutos. Pensei no que eu havia feito com ela e nas consequências que poderia haver; tentei, naquele momento, esquecer totalmente Elena, que devia estar saindo com um cara legal, conhecendo gente nova, seguindo com a vida. E eu estou aqui, com uma menina linda apaixonada por mim. Eu desejei do fundo do meu coração gostar dela, mesmo sabendo que seria complicado ficarmos juntos.
Contudo, naquele momento, eu percebi algo novo sobre mim: eu não estava mais lutando para conseguir voltar para Elena. De fato, há um tempo não era mais o motivo. Já aceitara o fato de que as probabilidades de vê-la outra vez eram nulas. Contuso, só não sabia exatamente por que estava fazendo o que a Morte pedia.
Com esse pensamento, eu dormi um sono sem sonhos.
Týr passara a noite na outra suíte, com uma cama de casal, quatro travesseiros e dois edredons para si.
Na manhã seguinte, após o café da manhã, tivemos uma reunião com Solomon, o primeiro imediato, que era o cara com o pirulito de cereja, e mais alguns soldados – conforme me disseram depois, eles eram a equipe de resgate do primeiro imediato, que se chamava Christopher.
– O plano é entrar e sair. – Solomon explicou. – Os não-possuídos estão escondidos em algum lugar por aqui. – Ele apontou o local em um mapa de Londres que estava diante deles sobre uma mesa de ferro. – Aqui. Aqui. E aqui. Infelizmente não sei em qual deles está Desmond. Então, vamos nos dividir em quatro times diferentes. Eu irei liderar o time que vai invadir aqui. – Ele apontou para uma área grande e cercada em que havia uma coroa desenhada. – É o Palácio de Buckingham. Chris liderará outro aqui. – Ele apontou para uma área menor.
– O Big Ben. – O primeiro imediato afirmou.
– Exato. O mais estratégico desse lugar é a torre. Acredito que seja lá que estejam guardando nossos homens. – O capitão afirmou. – O terceiro time será liderado por Alastor, que irá aqui. A Royal Opera House. E o último eu quero que seja liderado por você, Leonard. – Ele olhou nos meus olhos.
– O que? Não! Não quero ninguém dependendo de mim. E não acho que nenhum de seus homens concordará em ir comigo liderando.
– Eles são soldados. Irão obedecer minhas ordens...
– Não, não, e não. Não vai rolar. Apenas eu e Thais iremos. Ponto.
– Pelo menos um de meus ho...
– Nenhum! – Interrompi. – Thais e eu. Nem mais. Nem menos.
– Eu vou com ele. – Um dos soldados, que eu reconheci sendo aquele com quem conversei no túnel no dia anterior, afirmou com veemência.
– Não quero ser responsável por mais alguém além de Thais, que pra mim já é muito.
– Eu sei tomar conta de mim mesmo. – Olhei para o cara; devia ter dois metros de altura; cada braço um de seus braços era do tamanho de minha coxa; é... Sem dúvida ele pode se cuidar, pensei.
– Certo, então. Apenas nós três.
– Ótimo. Você irá invadir esse local. – Ele apontou no mapa uma área razoavelmente grande, de onde saía várias linhas de trem. – A King Cross Station. Infelizmente não temos como matá-los, exceto por você, então assim que libertar as almas, deve seguir para o local de resgate mais próximo. – Solomon informou.
– Que seria? – Perguntei.
– O Big Ben.
– Entendi.
– Hã... Posso dizer algo...? – Thais perguntou, ficando vermelha como um pimentão.
– Esteja à vontade. – O capitão respondeu com um sorriso.
– Em Paris, quando recuperei minha memória, consegui capturar um deles usando uma prisão de madeira que conjurei. O Filho, por mais que tentasse, não conseguiu destruí-la. Eu pensei bastante nisso e cheguei a duas conclusões...
– Ou eles têm uma fraqueza por madeira. Ou estão limitados à força física que alma possui. – Solomon afirmou certo do que dizia; ele realmente era muito inteligente como dizia na bíblia.
– Isso. – Thais confirmou. – Eu posso conjurar em suas flechas, se forem de madeira, um feitiço que ativará a mesma prisão assim que usarem.
Os homens trocaram olhares, pensando se deveriam ou não aceitar a ajuda.
– Tudo bem. Aceitaremos sua ajuda. – Solomon respondeu sorrindo triunfantemente. – Nossa missão de resgate começa hoje à noite.