Bem-vindo ao lar, Companheiro.

Capítulo 1-2

"Você está bem aí?" diz Bex, meu lobo, sorrindo.

Bufei, "sim, apenas tentando descobrir se isso é uma boa ideia ou não", disse a ela.

Bex olha para mim e suspira, "precisávamos voltar; treinamos duro e, além disso, podemos encontrar nosso companheiro."Bex tem falado sobre nosso amigo há um ano, mas ainda não estou animado com essa situação toda.

"Você nunca sabe; talvez tenhamos dois", ela diz, sorrindo.

Droga, por que diabos eu tive que ter o lobo mais tarado conhecido pelo homem?

Bex ri, "eu também gosto de homens e mulheres".

Eu sorrio, lembrando do último encontro que tivemos.

Como eu disse, de forma alguma sou virgem, mas gosto de me divertir quando quero. Já beijei uma garota e, como Katy Perry disse, ela gostou. Posso riscar isso da minha lista de desejos e admito que também gostei, mas prefiro homens.

Bex olha nos meus olhos para a casa, "nada mudou", ela diz.

Suspirei, "bem, vamos acabar com isso", disse a ela.

Bex assente e recua um pouco, mas permanece perto o suficiente.

Eu caminhei até a porta da frente e bati nela.

Aguardei alguns momentos até que a porta se abrisse. Lá estava meu pai com um grande sorriso no rosto. "ROXIE", ele gritou enquanto me abraçava. Não consigo evitar soltar minha bolsa no chão e envolver meus braços ao redor dele.

Não consigo evitar respirar seu cheiro, de pinheiros. Eu senti tanta falta disso.

Sinto Bex ronronar em minha cabeça quando o cheiro nos envolve.

Meu pai se afasta lentamente e sorri, "pensei que você fosse vir mais tarde", ele diz enquanto se abaixa e pega minha bolsa. "Eu planejei uma refeição em família para todos nós."

Meu pai entra, mas não consigo evitar o gemido que escapa dos meus lábios.

Meu pai olha sobre o ombro para mim com as sobrancelhas levantadas, "Rox, não te vemos há seis anos", ele diz enquanto se vira para me encarar. Ele coloca minha bolsa no sofá, "sei que nos falamos e enviamos emails o tempo todo, mas nada se compara a te ver pessoalmente, e além disso, o Jason quer te ver."

Eu olho de volta e suspiro, "eu sei, mas acabei de chegar e só quero tomar um banho quente primeiro", digo, "talvez um pouco de sono. Você já esteve em três tipos diferentes de transporte? Dois deles tinham um bebê chorando e um passageiro irritante que tinha problema com tudo. O humano teve sorte que Bex estava dormindo, senão eu a teria deixado sair para brincar."

Meu pai sorri, "eu gostaria de ver a Bex assumir o controle", ele diz.

A maioria dos lobisomens tem sua transformação aos doze, mas eu tive a minha aos dez. Eu estava lá quando minha mãe foi morta, o que desencadeou minha primeira transformação. Meu pai estava por perto, mas Bex protegeu o corpo inerte de mamãe quando ele veio nos salvar. Eu não voltei à minha forma humana por três dias, lutando com tudo isso, mas meu pai conheceu a Bex. Meu pai fez Jason ficar com Alexander e seu pai, dizendo que eu estava chateada e não queria ver ninguém.

Ninguém na matilha sabia que eu tinha meu lobo; apenas meu pai e eu sabíamos. Nunca entendi por que ele manteve isso em segredo até que um garoto se transformou cedo demais e o Alfa Frank o obrigou a treinar. Ele era um ano mais velho que eu e também testemunhou a morte. Meu pai deve ter pensado que eu seria obrigada a me preparar mais cedo, mas quando anunciamos que eu tinha meu lobo, a lei mudou para as meninas começarem a treinar aos dezesseis e os meninos aos quatorze, o que me irritou, já que somos todos iguais e tenho que admitir, as mulheres podem dar mais porrada do que os homens de qualquer forma.

Meu pai pigarreou, "onde você foi?", ele perguntou quando sacudi a cabeça, saindo dos meus pensamentos.

"Nenhum lugar", sorri. "Somos apenas nós quatro. Ninguém mais para a refeição."

Meu pai olha para mim e acena com a cabeça, "somos apenas nós quatro; mais ninguém está vindo. Todos estão ocupados com negócios. Eles voltarão amanhã", ele diz.

Eu o encarei e sabia que ele estava mentindo, e estava fazendo isso agora.

Porra, quem diabos ele convidou?

Suspirei e ignorei o sentimento que tinha, "vou para o meu quarto", disse enquanto caminhava até o sofá e pegava minha bolsa.

Meu pai me observa, "a comida estará pronta em cerca de três horas e você vai conhecer a Sofia", ele diz com um sorriso.

Eu olhei para ele e assenti. Não disse nada, pois sabia que não tinha energia para falar mais. Essa noite será desafiadora, e não saber quem mais está vindo estava me preocupando um pouco.

Coloquei minha bolsa no ombro e segui para as escadas.

Subi, caminhei em direção à porta do meu quarto e a abri.

Fiquei na entrada, olhando para o quarto. Meu pai não tinha mudado nada; ainda havia roxo nas paredes. Os pôsteres nos quais eu estava interessado quando saí, e pelo cheiro aqui, minha janela não foi aberta nas últimas semanas, pois tem um cheiro de mofo.

Deixei minha bolsa no chão e fui até a janela para abri-la.

Abri a janela e um sopro de ar fresco entrou no meu quarto.

Suspirei.

Olhei ao redor, imaginando o que diabos eu faria, mas tive um pensamento. Talvez devesse organizar algumas coisas aqui primeiro, torná-lo mais a minha cara.

Pelo menos poderia fazer isso, e tenho três horas para fazer. Além disso, manteria minha mente ocupada e evitaria pensar demais na refeição que meu pai planejou para esta noite.