Alex Spanos
Resolvo ir para a uma de nossas casas para tentar relaxar, Demétrius estava hoje como meu segurança mesmo ele sendo o meu homem de confiança, Selma decidiu ficar com nossos pais em casa e mais tarde ela disse que iria para casa com o motorista.
Subo para meu quarto e tomo uma ducha rápida, coloco uma calça jeans e uma camisa, olho para o relógio e vejo que passa das 19 h, desço para me encontrar com meu amigo, saímos em um dos meus carros esportivos e me lembro do dia que a Carolina insistiu em dirigir, o que ela não sabia que alguns pontos de Santorini é direção inglesa e por muito pouco não batemos, depois disso ela nunca mais quis pegar em qualquer carro aqui da mansão.
— Demétrius quero que você dê uma investigada na senhorita Dimou e no diretor do museu, acho muito estranho a postura dele, acho que ali tem algo muito bem escondido, exija que ele assine amanhã mesmo o seguro das telas e peças que deixamos lá, não confiei naquele velho. — Demétrius começou a rir e apenas concorda.
— Considere feito, já iniciei a pesquisa da filha do Murilo, a pasta está no banco de trás — Freio o carro com tudo, olho para ele pedindo uma explicação — Meu amigo, muitas coisas sabemos há muitos anos, mas deixamos você seguir pelo caminho mais longo para chegar onde está hoje, eu apenas obedeci uma ordem do seu pai e principalmente da minha tia.
— Explique isso agora mesmo, ou te faço descer aqui e vai a pé para a boate, seja rápido nas explicações — Me viro de frente para ele e me encosto na porta do motorista para olhar bem para a cara dele, estava decidindo se eu o matava agora ou quando voltássemos para a mansão.
— Bom, quando fomos para Paris com o Bruno encontrei a sua ruiva, mas assim que eu a vi sabia quem era, liguei para o seu pai, lembra que você havia conversado com ele que estava indo atrás de uma pessoa que te chamou atenção. — Me recordo dessa ligação, meu pai havia pedido que voltasse para casa e deixasse de procurar um fantasma.
— Então ele me pediu que assim que conseguisse as informações que você havia me pedido eu passasse primeiro para ele, porque os planos do seu pai são os mesmo do Murilo, que vocês dois se casem, mas eles entraram em acordo e deixaram que ela tivesse as experiências que precisava. — Ele respira fundo e coça a cabeça.
— Ela não sabe que o Murilo faz parte da máfia, para ela o pai é apenas o empresário que fez amizade com o seu pai, sempre houve tentativas para que o encontro de vocês acontecesse, mais sempre tinha um empecilho para você, por isso nunca se esbarraram e quando ela voltou para a Grécia e começou a trabalhar, ela colocou na cabeça que queria focar somente em receber a promoção para ser a diretora do museu. — Olho para o meu amigo e uma fúria enorme começa a me subir.
Estou tão furioso agora, já poderia ter conquistado ela há muito tempo, percebo o quanto de tempo perdi, respiro fundo algumas vezes para conseguir me acalmar.
— Quem sabe dessa história? — O vejo coçando a cabeça e já fico até preocupado
— Todos, menos vocês dois, ela até já conhece a Carol e foi para o nascimento do Matheus acompanhando a sua mãe, deram uma desculpa qualquer para ela, que aceitou as férias de bom grado, depois o Murilo e a Paula a encontraram lá — Vou brigar com cada um deles, viro de frente para o volante e sigo pela estrada bufando de ódio, como podem manipular minha vida dessa forma.
Sinto algumas lágrimas escorrendo pelo meu rosto, chegamos na boate e deixo o Demétrius lá.
— Cuide de tudo aí, se ficar perto de algum de vocês agora, irei me arrepender mais tarde. — Meu amigo só balança a cabeça confirmando, mas antes que ele saísse do carro ele se vira tentando se justificar.
— Alex apenas pense, se eu tivesse lhe dado a informação que me pediu há cinco anos, você iria apenas magoar aquela menina, que estava cheia de planos, sem nenhuma experiência, hoje você pode conquistar a mulher que ela se transformou, agora você pode não acreditar, mas fizemos isso porque todos nós te amamos e na época o pai dela implorou que não deixássemos que você a magoasse, sabíamos que você só queria curtição e jamais iria olhar para ela como mulher para ser sua esposa. — Ele põe a pasta com toda a investigação no painel do carro.
— Tudo o que você precisa saber dela desde a nossa ida a Paris até ontem. — Não tenho paciência para ele nesse momento.
— Saia agora!!! — Grito com ele, isso nunca havia acontecido, o considero muito, ele é muito mais que meu irmão de armas, confio a minha vida a ele e de toda a minha família, não é à toa que ele é casado com minha irmã, sempre fizemos gosto dele dentro de nossa casa.
Acelero o carro e saio sem direção e pelo retrovisor vejo que ele pega o telefone e saio de vista.
Vou com o carro o mais longe que posso e chego do outro lado da ilha, estou de frente para um pequeno porto com um iate atracado e peço para que me leve Mykonos, afogarei minha raiva lá.
Meu celular começa aparecer várias ligações e até a Carolina me liga e ela eu atendo.
— Que p***a você acha que está fazendo Alex? — Ela praticamente grita comigo.
— O que estou fazendo? Vocês decidiram a p***a da minha vida, não se importaram com meus sentimentos, c*****o!!! — Grito de volta para a Carolina, ouço vozes do outro lado da ligação, só não consigo reconhecer quem seja.
— Fale baixo comigo porque não sou a p***a das vadias que tu come, te ponha no teu lugar e principalmente como o amigo mais querido que tenho. — Ouço a sua respiração e ela chora, agora me sinto um merda. — Alex, meu amigo, seja sincero comigo, se tivéssemos te dito que a ruiva era a Bonnie você teria feito o que, seja sincero porque todos sabíamos o risco. — Me encosto em uma das paredes do iate olhando minha ilha ficando distante, mas os problemas continuavam na minha cabeça.
Ela me faz pensar e realmente eu teria sido um cretino se a tivesse conhecido naquela época, não queria nada sério, queria apenas sexo e nada mais, não que hoje seja tão diferente assim, mas hoje quero poder voltar para casa e ter minha mulher me esperando com um sorriso no rosto.
— Então, meu amigo, o que você me diz? — Respiro fundo e terei que concordar com ela, na verdade, com cada um deles, me esconderam a ruivinha para protegê-la de mim.
— Carolina me perdoe por gritar com você, minha cabeça estava na hora tão magoada e estava me sentindo traído pela pessoa que devia me proteger e me contar tudo que não enxergo em primeiro plano, estou me sentindo traído pelo meu melhor amigo, por isso o larguei lá na boate e estou agora em Mykonos. — Falo para ela, talvez um pouco arrependido por como tratei meu irmão.
Ela respira aliviada, percebo que deixei a minha família preocupada e ligaram para a Carolina por que sabiam que eu não teria a coragem de negar a ligação dela.
— Tudo bem, consigo te entender, sempre soube que iria ter uma reação nesse nível, mais por favor tenha calma ao falar com seu pai e principalmente com o Murilo, gostei muito de conhecer a Paula e sobre seu cunhado, você sabe melhor que eu, ele apenas obedece às ordens e por, mas que o te consideremos o chefe, você realmente não é, sabe muito bem quem manda, então sente com seu amigo e converse com ele. — Ela fala com uma calma incomum.
E mais um tapa na minha cara, que somente ela tem essa coragem de me enfrentar assim, primeiro por que entre nós existe um oceano, segundo por que depois de tudo que já passamos ela se tornou a pessoa mais chegada da nossa família, ela acabou se tornando uma filha adotiva de meus pais, e com a entrada do Bruno nos negócios de telecomunicações que sempre estamos usando, ela sempre está por dentro dos acontecimentos da máfia, agi e atua como tal.
Já estávamos chegando no outro píer, ficaria aqui até amanhã, não quero voltar para a mansão hoje depois de tudo o que descobri.
— Carolina estou chegando agora a Mykonos vou curtir a noite aqui, não volto hoje para a mansão, vou primeiro esfriar minha cabeça e organizar meus pensamentos por que dentro de mim está um furacão. — Ouço a voz do Bruno dizendo que vá para o Brasil.
— Você quer vir para minha casa e pensar um pouco, talvez te ajude. — Eles dois se importam muito comigo, assim como eu me importo com a família deles também.
— Não, nem pensar, preciso recuperar o tempo que perdi com a minha ruivinha, ela é linda, e você estava certa, quando disse que eu iria achar meu amor, que teria alguém que estaria sempre me ajudando, se prepara que teremos um casamento logo, a Laís será minha daminha. — Ela começa a gargalhar com o que falo para ela.
Vou caminhando e me lembro da estátua que tinha aqui, o Cláudio pediu em casamento pensado que era a Juliana, durante muito tempo curtimos muito com a cara dele, acabei dando de presente de casamento para eles, me despeço da Carolina e sigo para a boate, com o dossiê da minha ruivinha nas mãos.
Entro na boate e passo direto, pego uma dose de uísque e vou para meu camarote que fica de frente para toda a movimentação do lugar, quando olho para a pista me levanto de supetão, quando avisto aqueles cabelos cacheados ruivos que me conquistaram a mais de cinco anos atrás.